O uso excessivo de telas por crianças tem se tornado uma preocupação crescente entre pais, educadores e profissionais de saúde. Com o aumento da exposição a dispositivos como smartphones, tablets e televisões, especialistas alertam para os riscos que o tempo prolongado diante das telas pode causar ao desenvolvimento cognitivo, emocional e físico das crianças.
De acordo com o pediatra Douglas Lopes,
do Hospital Mater Dei Santa Genoveva, "hoje sabemos que o uso excessivo de
telas pode prejudicar muito o desenvolvimento cognitivo das crianças. A Sociedade
Brasileira de Pediatria alerta que o tempo prolongado diante de dispositivos
eletrônicos, principalmente à noite, pode causar dificuldades de atenção e
concentração, prejudicando o rendimento escolar. Além disso, problemas de sono
associados ao uso de telas impactam negativamente a memória, dificultando a
retenção de informações e comprometendo o aprendizado. É importante estarmos
atentos a esses efeitos, porque a saúde cognitiva das nossas crianças está
diretamente ligada ao uso equilibrado dessas tecnologias".
Estudos recentes reforçam que a
exposição precoce e prolongada a telas está associada a atrasos no
desenvolvimento da linguagem, déficit de atenção, distúrbios do sono e até
mesmo problemas emocionais, como ansiedade e irritabilidade. Além disso, a luz
emitida pelos dispositivos interfere na produção de melatonina, hormônio
essencial para a regulação do sono, o que pode levar a noites mal dormidas e
prejuízos no desenvolvimento cerebral.
Recomendações práticas para um
uso saudável das telas
Para minimizar os riscos associados ao
uso de telas, o pediatra Douglas Lopes reforça a importância de estabelecer
limites e priorizar atividades que estimulem o desenvolvimento integral das
crianças. Ele explica que "para minimizar esses riscos, a recomendação é
limitar o tempo de telas. Para crianças de dois a cinco anos, o ideal é, no
máximo, uma hora por dia, sempre com supervisão. Já para crianças de seis a dez
anos, até duas horas por dia. Mais do que reduzir o tempo, é essencial que os
pais incentivem outras atividades, como leitura, brincadeiras ao ar livre e
interações sociais, que ajudam no desenvolvimento saudável da atenção, memória
e aprendizado. Lembre-se: o equilíbrio é a chave para proteger o
desenvolvimento das crianças", alerta o médico.
Além de limitar o tempo de exposição,
os especialistas recomendam que os pais e cuidadores:
- Escolham conteúdos adequados à faixa
etária, priorizando materiais educativos e evitando conteúdos violentos ou
superestimulantes.
- Promovam a interação durante o uso
das telas, assistindo ou jogando junto com as crianças e mediando o
conteúdo.
- Estabeleçam momentos livres de telas,
como durante as refeições, antes de dormir e em atividades
familiares.
- Sirvam como modelos, reduzindo seu
próprio uso de dispositivos e priorizando momentos de convívio
offline.
O papel da família no
desenvolvimento infantil
A
interação entre pais e filhos é fundamental para o desenvolvimento cognitivo e
emocional das crianças. Pesquisas mostram que o uso excessivo de telas por
adultos também pode afetar a conexão com os filhos, reduzindo a qualidade das
interações verbais e não verbais. Por isso, é essencial que as famílias busquem
um equilíbrio entre o uso de tecnologias e atividades que promovam o vínculo
afetivo e o desenvolvimento saudável.
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