Dermatologista do CEUB revela que a remoção envolve um longo processo de cuidados e efeitos
Quem nunca se arrependeu? A arte que colore a pele de forma permanente pode,
com o tempo, se tornar um incômodo ou
trazer lembranças indesejadas. Para lidar com o arrependimento, a tecnologia
oferece tratamentos seguros para remoção de tatuagens. Esses procedimentos são
realizados de forma gradual e demandam cuidados específicos. Ademar Schultz,
dermatologista e professor de Medicina do Centro Universitário de Brasília
(CEUB), explica o processo e apresenta alternativas saudáveis para a reversão
da pele tatuada.
Embora a remoção de tatuagens a laser seja uma solução eficaz para quem deseja
se livrar do desenho indesejado, o procedimento não está isento de riscos. De
acordo com o dermatologista, antes de decidir fazer a remoção, é importante
entender que cada pele responde de maneira diferente ao tratamento.
“Cicatrizes, alterações na pigmentação e até o efeito 'fantasma', que é uma
sombra residual da tatuagem, são possibilidades que devem ser
consideradas".
Conforme explica o professor de Medicina do CEUB, a remoção a laser funciona
destruindo os pigmentos da tatuagem em partículas menores, que são absorvidas pelo
organismo ao longo do tempo. "Esse processo pode ser doloroso,
especialmente em áreas mais sensíveis, e exige uma série de sessões, com
intervalos regulares para que a pele se recupere adequadamente", ressalta.
Além das diferenças significativas na resposta ao tratamento dependendo do tipo
de pele: “Peles mais escuras, por exemplo, tendem a ser mais suscetíveis à
hipopigmentação ou hiperpigmentação, pois o laser pode afetar a melanina. Por
isso, é essencial que o equipamento e os parâmetros utilizados sejam adequados
ao paciente."
O processo de remoção exige paciência, sendo que o sucesso do tratamento
depende tanto da técnica quanto do cuidado do paciente com a pele. Segundo o
especialista, antes de iniciar o procedimento, é fundamental passar por uma
avaliação detalhada para identificar possíveis contraindicações, como infecções
ativas ou transtornos de pigmentação. “Após cada sessão, é preciso seguir as
orientações de cuidado para evitar complicações. É importante respeitar o
intervalo de seis a oito semanas entre as sessões para garantir a recuperação
adequada da pele e a eficácia do tratamento.”
Para proteger a pele durante o tratamento, o Schultz reforça a importância da
proteção solar rigorosa, pois a exposição ao sol pode causar manchas e comprometer
o resultado do tratamento. Outros cuidados, como evitar coçar a área tratada,
manter a pele hidratada com pomadas cicatrizantes e evitar atividades físicas
intensas nos primeiros dias, também são recomendados. “Se o indivíduo tiver
sinais de infecção, como dor intensa, pus, inchaço exagerado ou febre,
recomendando procurar um médico imediatamente caso esses sintomas ocorram.”
Contraindicações
Pessoas com condições específicas, como grávidas, lactantes e pacientes com distúrbios de cicatrização ou transtornos de pigmentação, como vitiligo, devem evitar o procedimento. Nessas situações, o risco de complicações supera os benefícios. O dermatologista enfatiza ainda a importância de escolher um profissional qualificado e experiente. Ele adverte que procedimentos realizados por pessoas sem treinamento adequado aumentam consideravelmente as chances de infecção e cicatrizes permanentes. “A remoção de tatuagens é algo que exige precisão e conhecimento técnico. Buscar orientação médica é o primeiro passo para garantir um tratamento seguro e eficaz", completa.
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