Fernando Campos, autor e escritor que
enfrentou um câncer ocular na infância, destaca que é possível levar uma vida
plena apesar das dificuldades
No dia 15 de fevereiro, o mundo se une em torno do Dia
Internacional de Luta contra o Câncer Infantil, criado em 2002 pela Childhood
Cancer International (CCI) para ampliar a conscientização sobre o câncer que
afeta crianças e adolescentes. Mais do que uma data simbólica, essa campanha
global tem um papel fundamental no apoio aos jovens diagnosticados, suas
famílias e sobreviventes.
Fernando Campos, autor, escritor e criador de conteúdo digital,
foi diagnosticado ainda na década de 90 com retinoblastoma aos dois anos de
idade, perdendo completamente a visão durante o tratamento. Sem complicações ao
longo da vida, hoje ele se tornou uma referência na luta contra preconceitos e
na defesa da inclusão de pessoas com deficiência. Seu trabalho evidencia a
importância de uma sociedade sem segregação — seja na educação, no amor, na
cultura ou no lazer.
“Minha família foi meu pilar para que eu pudesse ter uma vida o
mais próximo do ‘comum’ possível. Sempre estudei em classes com alunos sem
deficiência, o que me fez entender que eu não era diferente dos outros ali.
Claro que tive obstáculos, mas aprendi muito com a educação que recebi, assim
como meus amigos e familiares. Foi essencial, tanto para mim, quanto para as
outras crianças entenderem a importância da diversidade”, comenta Fernando
Campos.
O câncer infantil é um desafio crescente e representa a principal
causa de morte entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no Brasil, segundo
o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Todos os anos, cerca de 8.460 novos
casos são diagnosticados no país, mas a taxa de cura pode chegar a 80% quando
há diagnóstico precoce e tratamento em centros especializados.
A data serve como alerta para os sinais da doença, que muitas
vezes são confundidos com problemas comuns da infância. Palidez, hematomas
inexplicáveis, caroços indolores e perda de peso sem explicação são sintomas
que não devem ser ignorados.
“Todo o amor e suporte que recebi ao longo dos anos também
refletem o compromisso dos meus pais em ajudar outras crianças. Quando voltamos
do meu tratamento nos Estados Unidos, em 1995, minha família fundou a Casa
Durval Paiva, em Natal (RN), onde nasci, para crianças com câncer e doenças
hematológicas crônicas, que é referência no apoio e atendimento a essas
pessoas”, complementa Fernando.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça a necessidade de
priorizar o câncer infantil nas políticas de saúde pública, com a meta de
dobrar as taxas de sobrevivência até 2030. O Dia Internacional de Luta contra o
Câncer Infantil é, portanto, uma oportunidade essencial para disseminar
informações, incentivar o diagnóstico precoce e garantir que mais crianças
tenham acesso ao tratamento adequado.
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