A esclera, como é conhecido, pode
revelar doenças silenciosas em outras partes do corpo, além de indicar
problemas na visãoFreepik
A esclera, popularmente conhecida como o "branco dos
olhos", desempenha um papel crucial para os olhos. Segundo a Dra. Renata
Hirata, oftalmologista especialista em uveíte no H.Olhos - Hospital de Olhos,
essa estrutura fibrosa é responsável por manter a forma e a arquitetura do
globo ocular, além de proteger as delicadas estruturas internas e servir de
ponto de fixação para os músculos que controlam os movimentos oculares.
Apesar de sua robustez, a esclera pode apresentar alterações ou
ser afetada por condições médicas que requerem atenção. Processos inflamatórios
como episclerite e esclerite são exemplos de situações que levam ao desconforto
e ao sintoma clássico de "olho vermelho doloroso". Outras condições,
como uveítes — inflamações na camada média do olho —, também podem estar
associadas à ocorrência ocular e causar sequelas graves se não forem tratadas
rapidamente. "Todo quadro de olho vermelho, especialmente se acompanhado
pela alteração na acuidade visual, deve ser prontamente examinado para diagnóstico
diferencial", alerta Hirata.
Nos recém-nascidos, uma esclera levemente azulada pode ser um achado normal, mas também pode indicar doenças congênitas ou hereditárias, como a osteogênese imperfeita ou a síndrome de Ehlers-Danlos, nas quais a esclera se apresenta mais fina. A médica destaca a importância da investigação nesses casos para descartar condições subjacentes.
Outro sinal de alerta é a coloração amarelada da esclera, que requer avaliação sistêmica. “Esse aspecto pode indicar icterícia, geralmente associada a doenças do fígado, vesícula, pâncreas ou até mesmo condições hematológicas”, explica a Dra. Renata.
Traumas oculares também merecem atenção especial. “Apesar de a
esclera ter alta capacidade de absorção de impactos, as lesões podem causar
danos profundos, como hemorragia vítrea, descolamento da retina ou inflamações
graves. Em casos de perfuração, há risco de comprometimento de estruturas
internas, como a úvea e a retina, exigindo intervenção imediata”, diz Hirata.
A Dra. Renata Hirata finaliza: “a esclera, apesar de sua
resistência, pode ser um indicativo de diversas condições de saúde ocular e
sistêmica. Por isso, alterações em sua coloração ou integridade não devem ser
ignoradas, sendo necessário realizar uma consulta com um oftalmologista,
reforçando a importância de um diagnóstico preciso e ágil para a preservação da
saúde visual e geral”.
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