À medida que a população brasileira envelhece, a importância de promover a autonomia e independência entre os maduros se torna cada vez mais evidente. Com uma expectativa de vida crescente, viver bem e com qualidade não se resume apenas à saúde física, mas engloba também a manutenção da capacidade de escolha, o controle sobre a própria vida e a participação ativa na sociedade.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), a previsão para 2070, é que 4 em cada 10 pessoas no Brasil serão
idosas. Para ser mais preciso, 38% da população vai ter 60 anos ou mais. Em 2023,
os mais velhos representavam 15,6% das pessoas do Brasil. Neste contexto,
entender a diferença entre autonomia e independência é essencial para o
desenvolvimento de estratégias que realmente seja possível colocar em prática
para promover um envelhecimento saudável e pleno.
Embora as palavras "autonomia" e
"independência" sejam frequentemente usadas como sinônimos, elas
representam conceitos distintos e complementares no campo da gerontologia. A
independência refere-se à capacidade de realizar atividades diárias sem a
necessidade de assistência, como tomar banho, cozinhar ou se locomover. Já a
autonomia é um conceito mais amplo, relacionado à liberdade de escolha, ao
poder de decidir e à possibilidade de viver de acordo com os próprios valores e
preferências.
É possível, por exemplo, que uma pessoa com limitações físicas
mantenha a autonomia ao participar das decisões que afetam sua vida, mesmo que
precise de ajuda em certas atividades. Em contrapartida, há idosos que, embora
consigam realizar todas as tarefas diárias de forma independente, sentem-se
privados de autonomia por não poderem tomar decisões sobre seu ambiente ou
rotina. Portanto, é fundamental que ambos os aspectos sejam considerados ao
planejar cuidados e programas de apoio para essa faixa etária.
Promover a autonomia e independência de pessoas com mais de 60
anos exige uma abordagem interdisciplinar e personalizada. Cada indivíduo
possui necessidades e desejos únicos, e as estratégias de cuidado devem
considerar essas especificidades. Em primeiro lugar, é fundamental respeitar e
escutar o idoso, garantindo que ele tenha voz nas decisões que afetam sua vida.
Além disso, medidas simples podem fazer uma grande diferença, como adaptar o
ambiente domiciliar para facilitar a mobilidade ou oferecer tecnologia
assistiva, como andadores e sistemas de alerta, que proporcionam mais
segurança.
A autonomia e a independência na maturidade estão intrinsecamente
ligadas ao conceito de envelhecer com propósito. Sentir-se útil, ter metas e
participar ativamente de atividades sociais e familiares são aspectos que
ajudam a manter a saúde mental e emocional em qualquer fase da vida. Para muitos,
encontrar propósito pode significar dedicar-se a novos hobbies, engajar-se em
atividades voluntárias ou investir em relacionamentos significativos.
A sociedade também tem um papel fundamental ao promover um
ambiente inclusivo e acolhedor para os maduros, oferecendo oportunidades para
que eles possam compartilhar seus conhecimentos e experiências. Cultivar essa
troca intergeracional é, sem dúvida, um dos caminhos para valorizar e promover
a autonomia e a independência dos idosos.
Conclusão
Envelhecer de maneira autônoma e independente é um desejo legítimo de todos. Mais do que uma meta de cuidados, trata-se de um direito que precisa ser defendido e promovido, garantindo que cada indivíduo tenha a chance de viver plenamente essa fase da vida. Ao investir em ações e políticas que promovam a autonomia e a independência, não estamos apenas melhorando a qualidade de vida dos idosos, mas também contribuindo para uma sociedade mais justa, empática e preparada para o futuro.
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