No Brasil, doenças inflamatórias intestinais têm aumento de 15% ao ano; saiba como a nutrição do solo afeta diretamente nossa saúde intestinal
As doenças inflamatórias intestinais, como doença de Crohn e síndrome do intestino irritável,
afetam cerca de 5 milhões de pessoas em todo o mundo, conforme dados da
Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP). Nos últimos anos, o Brasil
registrou um aumento alarmante de 15% na incidência dessas doenças, as quais
não têm cura. Diante desse cenário, a compreensão dos fatores que impactam a
saúde intestinal torna-se cada vez mais necessária, segundo a coordenadora
nutricional da NPV - Nutrientes Para a Vida, Bianca Naves.
A especialista aponta que a conexão entre a nutrição do solo e a
saúde digestiva pode oferecer importantes soluções para esses problemas, uma
vez que o intestino é um importante órgão no
corpo humano, responsável por fazer a relação com os alimentos, retirando os
nutrientes necessários para o organismo e regulando a entrada de água para o
corpo.
“Um solo fértil e bem balanceado em nutrientes produzirá plantas
mais saudáveis e, por extensão, alimentos mais nutritivos. Quando o solo está
empobrecido de nutrientes, as plantas não podem crescer e se desenvolver apropriadamente, levando a produção de alimentos com
baixos níveis nutricionais. E isso pode influenciar na absorção de alguns
nutrientes importantes provindos do solo, que são absorvidos no nosso intestino
delgado, como é o caso do cálcio, magnésio, ferro e zinco”, explica a
especialista.
Nesse contexto, Bianca explica que o papel dos fertilizantes é
crucial. De acordo com ela, o uso adequado de fertilizante garante ao solo uma
rica oferta de nutrientes essenciais, que são vitais para o crescimento
saudável das plantas. A aplicação da dose correta de fertilizante ajuda a
restaurar e manter a fertilidade do solo, assegurando que as plantas possam
absorver os nutrientes necessários para seu desenvolvimento pleno. Quando os
vegetais são cultivados em solos bem nutridos, eles têm um maior teor de macro
e micronutrientes, o que se traduz em alimentos mais nutritivos e,
consequentemente, em melhor disponibilidade de nutrientes para o organismo
humano”, explica.
Portanto, a especialista alerta que a escolha e uso adequado de
fertilizante não apenas melhora a qualidade dos alimentos, mas também
desempenha um papel importante na saúde intestinal. “Solos enriquecidos com os
nutrientes certos contribuem para a produção de vegetais mais saudáveis e
nutritivos, ajudando a combater deficiências nutricionais e promovendo um
sistema digestivo mais robusto. A integração de práticas agrícolas
responsáveis, como a adubação adequada, é essencial para melhorar a saúde geral
e oferecer novas esperanças para a prevenção de doenças inflamatórias
intestinais”.
Bianca finaliza explicando que, assim como o corpo humano precisa
de nutrientes essenciais para o bom funcionamento do sistema digestivo e
absorção eficiente de vitaminas e minerais, as plantas também dependem de um
solo fértil e equilibrado para seu desenvolvimento. “Quando nossa saúde
intestinal está em dia, somos capazes de absorver melhor os nutrientes dos
alimentos, fortalecendo nosso corpo. De maneira semelhante, o solo precisa
estar adequadamente corrigido, com um pH balanceado por meio de práticas como a
calagem, para garantir que os nutrientes necessários estejam disponíveis e
sejam absorvidos pelas raízes das plantas”.
Segundo a especialista, no solo, o pH ideal cria um ambiente
propício para que os fertilizantes disponibilizem seus nutrientes em forma
assimilável pelas plantas, assim como nos humanos o intestino saudável tem
facilidade na absorção de nutrientes através da alimentação. Sem essa correção
do solo, nutrientes vitais podem ficar indisponíveis, prejudicando o
crescimento e desenvolvimento das plantas. Da mesma forma, o corpo humano com
desequilíbrio no pH pode provocar a má absorção de nutrientes, impactando
negativamente na saúde geral. “Dessa forma, tanto na saúde humana quanto na
agricultura, garantir um ambiente equilibrado é fundamental para o pleno
aproveitamento dos nutrientes”, finaliza Bianca.
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