A pílula do dia seguinte é um método contraceptivo de emergência que age inibindo ou adiando a ovulação. Se usada após a ovulação age alterando o muco cervical diminuindo a mobilidade do espermatozóide de forma a dificultar sua chegada ao óvulo. Ele é capaz de evitar a gravidez em 98% dos casos, ou seja, após um único ato de coito desprotegido, o medicamento pode falhar em cerca de 2% das mulheres que o utilizaram corretamente.
De acordo com a Dra. Liliane de Melo Guimarães,
médica ginecologista e consultora da DKT South America, empresa fornecedora de
soluções voltadas para o planejamento familiar, caso a mulher não tenha
ovulado, o anticoncepcional de emergência deverá impedir ou retardar a
liberação do óvulo, evitando a fertilização.
A médica fala sobre 14 mitos e verdades a respeito
da pílula do dia seguinte, confira abaixo:
1. Em quais casos devo usar a pílula do
dia seguinte?
Trata-se de um contraceptivo de emergência,
portanto, deve ser utilizado quando houver falha em outros métodos. Por
exemplo, quando ocorre uma relação sexual desprotegida sem uso de nenhum método
contraceptivo, ruptura do preservativo no momento da ejaculação, em casos de
violência sexual ou quando se esquece de tomar a pílula anticoncepcional.
2 - Depois do sexo desprotegido, quanto
tempo tenho para tomar a pílula?
O ideal é que a pílula seja tomada por via oral o
mais breve possível após a relação sexual desprotegida, não ultrapassando 72
horas, pois ocorre diminuição da sua eficácia quando há demora para a
administração do comprimido. Quanto mais longe do momento do sexo desprotegido
for a administração do medicamento, menor será sua eficácia.
3 - Eu posso engravidar mesmo tomando a
pílula?
Por mais que o risco seja baixo, podem ocorrer
falhas. No entanto, quanto mais próxima a ingestão da pílula for da relação
sexual, maior a chance de sua eficácia.
4 - A pílula do dia seguinte é
abortiva?
Não. O principal efeito da pílula é evitar a
gravidez indesejada, inibindo a ovulação e evitando a fertilização. Portanto,
ela evita a formação de um embrião. Se o embrião já estiver implantado no
útero, a pílula não impedirá a evolução da gravidez (e também não deverá ser
utilizada).
5 - A pílula tem alguma
contraindicação?
Mulheres com distúrbios metabólicos, principalmente
insuficiência hepática e tromboembolismo venoso devem evitar tomar o
medicamento. O uso é contraindicado para mulheres que estejam amamentando nas
primeiras seis semanas pós-parto, uma vez que o levonorgestrel é transmitido pelo
leite materno. Além disso, o uso da pílula pode causar tontura. Nestes casos
deve-se evitar dirigir veículos ou operar máquinas, pois a agilidade e a atenção
podem ser prejudicadas.
6 - Posso tomar a pílula do dia
seguinte mais de uma vez por mês?
A pílula do dia seguinte não deve ser utilizada
como método anticoncepcional de rotina pois tem taxas elevadas de hormônio.
Para uso rotineiro, há outros métodos anticoncepcionais mais eficazes. Além
disso, deve-se usar outros métodos anticoncepcionais (por exemplo, o
preservativo) até a próxima menstruação.
7 - A pílula do dia seguinte pode
trazer efeitos colaterais?
Sim, as reações adversas mais comuns são alteração
do ciclo menstrual, náusea, fadiga, dor abdominal, tontura e dor de cabeça. Em
alguns casos pode aparecer sensibilidade mamária, diarreia e vômito.
9. A pílula de emergência funciona no
período fértil?
Sim. Independente do período que a mulher esteja, o
contraceptivo tem um mecanismo para impedir a gravidez.
10 - Tomar a pílula com muita
frequência corta o efeito dela?
Sim. Quando o uso da pílula do dia seguinte é muito
recorrente as falhas passam a ser mais próximas também. "Na primeira vez
que usa, a mulher tem 2% de chances de engravidar. Se ela toma a pílula de novo
em sequência, ela aumenta mais 2% de chances", explica Dra. Liliane de
Melo Guimarães. Mas não há efeito cumulativo: se por um acidente a mulher teve
de tomar a pílula e, alguns meses depois, precisou tomá-la de novo, a eficácia
dela permanece a mesma da primeira vez.
11 - Antibióticos cortam o efeito da
pílula?
Verdade. A médica esclarece que não são todos, mas
alguns podem interferir na eficácia, assim como outras classes de medicamentos,
como anticonvulsivantes e antirretrovirais. “Isso acontece porque alguns
remédios diminuem a concentração hormonal na corrente sanguínea da mulher,
aumentando o risco da gravidez”, afirma a médica.
12 - A pílula do dia seguinte pode
causar acne?
Verdade. A alta dose hormonal pode causar piora no
quadro de acne, especialmente em adolescentes e mulheres que já sofrem de acne
hormonal.
13 - Uma pílula do dia seguinte
equivale a meia cartela de anticoncepcionais?
Verdade. Uma única pílula do dia seguinte equivale
a meia cartela de anticoncepcional. Por conta da alta dose ingerida de uma vez,
esse método acaba desequilibrando as taxas hormonais do corpo.
14 - A pílula do dia seguinte pode
substituir a camisinha?
Não. A pílula do dia seguinte só pode ser utilizada
nos casos pontuais”, afirma a médica. Além disso, a ginecologista alerta que a
pílula do dia seguinte age apenas contra a gravidez indesejada, não oferecendo
qualquer tipo de proteção contra as infecções sexualmente transmissíveis
(IST's). “É fundamental que as mulheres tenham consciência disso”, finaliza
ela.
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