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quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Imunoterapia prolonga a sobrevida de pacientes com um tipo de câncer de mama mais agressivo e câncer de bexiga invasivo, apontam estudos apresentados no Congresso Europeu de Oncologia, que terminou hoje na Espanha

Médicos da Oncologia D’Or afirmam que esses trabalhos deverão ser incorporados rapidamente à prática médica em todo o mundo.

 

Dois estudos fase 3 apresentados no Esmo 2024, o Congresso Europeu de Medicina Oncológica, mostraram que a imunoterapia, administrada antes e depois da cirurgia, pode aumentar a sobrevida a longo prazo de mulheres com o subtipo de câncer de mama mais difícil de tratar – o câncer de mama triplo negativo localizado – e de pacientes com câncer de bexiga invasivo muscular. O congresso terminou hoje (17) em Barcelona, na Espanha. 

“Em pacientes com câncer de mama triplo negativo, quando o tumor é localizado, maior que dois centímetros ou se há doença nos linfonodos axilares, a imunoterapia com pembrolizumabe associada à quimioterapia aumenta a chance de não haver mais tumor visível na cirurgia”, declara o médico oncologista Daniel Musse, da Oncologia D’Or e pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino. “Mais que isso, o estudo KEYNOTE-522 fase 3 revelou que este tratamento oferece grandes chances dessas pacientes sobreviverem e permanecerem curadas”, complementa. 

Já a médica oncologista Mariana Bruno Siqueira, da Oncologia D’Or e pesquisadora do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, afirma que o estudo NIAGARA fase 3 é muito importante para pacientes com câncer localizado de bexiga, que são candidatos a retirar a bexiga. “Este trabalho deverá mudar a prática médica, tornando a inclusão do imunoterápico durvalumabe no tratamento padrão para esses pacientes”, preconiza.

 



Câncer de mama

O câncer de mama triplo-negativo localizado de alto risco é frequentemente associado à recorrência precoce e à alta mortalidade. Trata-se de um câncer difícil de tratar, porque não responde à terapia convencional, de inibição hormonal, porque não possui os receptores de estrogênio ou progesterona ou níveis elevados de HER. Por conta deste fato, a única opção de tratamento é a quimioterapia. 

O estudo KEYNOTE-522 fase 3 avaliou a eficácia do uso de imunoterapia com pembrolizumabe. Antes da cirurgia, o medicamento é administrado em combinação com a quimioterapia e segue sendo oferecido à paciente de maneira contínua, após a operação. O trabalho envolveu 1.174 mulheres, das quais 784 receberam o medicamento e 390, placebo. 

Os resultados mostraram uma melhora significativa, dos pontos de vista clínico e estatístico, na sobrevida global das pacientes. A taxa de sobrevida global de cinco anos foi de 86,6% nas mulheres que receberam imunoterapia e 81,2% no grupo placebo.
 

Câncer de bexiga

O estudo NIAGARA fase 3 envolveu mais de mil pacientes – o que não é comum nos casos de câncer de bexiga – para avaliar a eficácia da imunoterapia com durvalumabe no tratamento de pessoas com câncer de bexiga candidatos à cistectomia radical (remoção da bexiga). O medicamento foi associado à quimioterapia antes da cirurgia em 533 pacientes. Outros 530 receberam apenas quimioterapia antes da cirurgia. 

“O estudo mostrou o aumento de 25% na sobrevida global dos pacientes que receberam a imunoterapia junto com a quimioterapia em comparação ao grupo que foi tratado apenas com quimioterapia. Este resulta denota que aumentamos a chance de cura com essa associação de tratamentos”, destaca a médica Mariana Bruno Siqueira. 

Os pesquisadores observaram que administrar imunoterapia antes da cirurgia não comprometeu a capacidade de realizar a cistectomia radical, que foi concluída em 88% do grupo de imunoterapia e 83% do braço comparador.
 

Oncologia D'Or


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