Pesquisa da Associação Nova Escola revela que educadores reconhecem a necessidade de trabalhar o tema das mudanças climáticas nas salas de aula, porém, apenas 1 em cada 4 já receberam formação adequada
A Associação Nova Escola, organização de impacto social que busca fortalecer educadoras e educadores para transformar a Educação pública brasileira, acaba de lançar um levantamento que revela a opinião das professoras e dos professores em relação à temática das mudanças climáticas.
Com mais de 13 mil participantes, o levantamento mostra que as professoras e os professores estão atentos aos fenômenos das mudanças climáticas. A maioria (98% dos respondentes), acredita que a sociedade está vivendo fenômenos climáticos extremos com maior frequência e que é importante ensinar sobre o tema para os alunos. Além disso, 86,88% acreditam que suas casas ou escolas podem ser afetadas por fenômenos das mudanças climáticas em algum momento (como calor ou frio excessivo, enchentes, entre outros).
Apesar da consciência dos profissionais da Educação em relação ao assunto, apenas 56% trabalham a temática das mudanças climáticas com frequência no dia a dia da sala de aula. Além disso, somente 1 a cada 4 professoras e professores receberam alguma formação sobre a temática e 23% se sentem pouco ou nada confiantes para trabalhar o conceito em sala de aula.
O principal desafio apontado pelos profissionais está na
falta de recursos e materiais para trabalhar o tema, citado por 36,88% dos
respondentes; em seguida, a falta de tempo no currículo, mencionada por 27,66%.
As educadoras e os professores expressaram necessidade de materiais educativos
atualizados, atividades práticas e formação profissional para melhor ensinar
sobre as alterações climáticas.
Educação para conscientizar
Para Cristiano Ferraz, coordenador da área de Comunidades da NOVA ESCOLA, assim como toda a sociedade, as escolas também são espaços afetados pelos efeitos das intensas mudanças climáticas e devem participar ativamente do debate sobre medidas de mitigação possíveis.
"Este ano o Brasil presenciou uma situação extrema de crise climática no Rio Grande do Sul, mas esses desafios são vividos há décadas em todas as regiões do país com o aumento das secas, avanço do nível do mar, entre outros pontos. Para a construção de uma sociedade mais resiliente às mudanças climáticas, a Educação desempenha um papel crucial”, conta Cristiano.
Reconhecida como uma pioneira na disseminação de materiais e conteúdos para profissionais da Educação, A Nova Escola disponibiliza em sua plataforma online mais de 80 recursos educacionais sobre sustentabilidade e mudanças climáticas, que incluem planos de aula, reportagens, entre outros recursos. Também assume uma posição de liderança e protagonismo na promoção da resiliência e conscientização climáticas nas comunidades escolares.
“É importante que haja uma mobilização da comunidade escolar para que a Educação Climática seja incluída nos currículos e no planejamento de aulas. Dessa forma, as educadoras e educadores terão os conhecimentos e ferramentas necessárias para criar uma geração de estudantes informados, conscientes e capacitados de enfrentar os desafios ambientais do século 21", conclui.
Metodologia
O levantamento foi feito com 13.812 professores da Educação
Básica, no mês de maio, em formato de questionário, com colaboração espontânea
na plataforma da Nova Escola. Entre os respondentes, 3.920 são da Educação
Infantil, 6.435 dos anos iniciais do Ensino Fundamental, 3.315 dos anos finais
do Ensino Fundamental e 16.700 atuam no Ensino Médio.
www.novaescola.org.br
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