Especialistas comentam os efeitos de uma vida mais
exposta às redes sociais e aos smartphones
A
expectativa de respostas imediatas geradas diante de um mundo cada vez mais
conectado tem resultado em uma notável dificuldade de concentração na nova
geração, fenômeno que vem causando impactos significativos em diversas áreas da
vida. Com o avanço da tecnologia e a facilidade de acessos aos dispositivos
digitais, como smartphones e computadores, a população é constantemente
bombardeada por estímulos que fragmentam a atenção.
Os
resultados podem ser observados em diversas áreas da vida: educação, trabalho e
até as relações interpessoais. Nas salas de aula, os estudantes enfrentam
dificuldades em se concentrar e em completar tarefas que exigem foco
prolongado. Isso pode levar a um declínio no desempenho acadêmico e aumentar o
estresse dos alunos e dos professores. Além disso, a habilidade de concentração
é essencial para o aprendizado profundo e a retenção de informações, o que pode
comprometer o desenvolvimento cognitivo.
Questionada
sobre os efeitos do imediatismo nas crianças, a professora Rossane Rosental,
docente na Educação Infantil do Colégio Presbiteriano Mackenzie - Higienópolis,
declara que “as atuais gerações se apresentam menos tolerantes às frustrações e
aos erros dos demais, demonstrando, em alguns casos, maior comportamento de
irritabilidade”. A especialista explica também que, durante a primeira
infância, o cérebro está em processo de maturação, não tendo desenvolvido as
funções executivas por completo, portanto, o tempo de espera para retornos em
determinadas situações é diferente em cada fase da vida.
Dentro
das relações pessoais, o mundo digital pode acarretar problemas principalmente
pelo hábito adquirido com o imediatismo das respostas. O professor e Psicólogo
Marcelo Santos da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas (UPM), explica
que a desconexão do mundo real para a vivência na esfera virtual pode resultar
em um complexo de inferioridade, uma vez que as redes sociais mostram apenas as
“coisas boas”.
Ao
comentar o impacto da urgência tecnológica na saúde mental das gerações
expostas às redes sociais e aos smartphones, o docente aponta: “Quando analisada
a dispersão das pessoas com a diminuição da concentração ou mesmo com a memória
afetada, pode ser que, com o imediatismo, tenham sofrido por conta da elevação
do grau de prioridade de tudo e, consequentemente, a cobrança”.
Para
lidar com os impactos apresentados, algumas alternativas podem ser: promover
práticas que incentivem o foco e a atenção plena; estabelecer limites saudáveis
para o uso de dispositivos digitais; criar ambientes de trabalho e estudo
livres de distrações; buscar suporte emocional e psicológico para lidar com o
estresse e a ansiedade; ou até mesmo praticar jogos de revezamento, nos quais
cada jogador deve esperar sua vez e respeitar o tempo dos outros.
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