Medicamentos com formatos diferentes podem ter a mesma
finalidade embora atuem de maneiras diferentes
no organismo
Crédito: Envato
Ainda que com a
mesma finalidade, medicamentos podem ser comercializados de diversas formas;
entenda as diferenças entre elas.
Nas prateleiras das farmácias, é comum encontrarmos
uma variedade de medicamentos apresentados de diferentes formas e administrados
em vias distintas: comprimidos, cápsulas, xaropes, soluções, usadas de forma
oral, nasal, tópica, sublingual, entre outras. Essa gama de possibilidades pode
deixar muitas pessoas em dúvida sobre qual apresentação é mais adequada para
suas necessidades. Essa diversificação ocorre devido a vários fatores,
incluindo características da substância ativa, a condição de saúde do paciente,
as preferências individuais ou necessidades específicas de cada um.
Muitas vezes, essa escolha pode influenciar
diretamente o desempenho do medicamento e consequentemente a resposta ao
tratamento. Cada paciente deve ser avaliado de forma individual considerando
seu contexto clínico, por isso, a forma de apresentação do medicamento pode
fazer toda a diferença na hora da prescrição.
“O mercado farmacêutico tem acompanhado tendências
de evolução farmacotécnica, seguindo rigorosos padrões de qualidade estabelecidos
pela Anvisa e outros órgãos reguladores. Por exemplo, crianças e idosos tendem
a preferir comprimidos menores ou até mesmo formulações líquidas devido à
dificuldade de engolir. Já medicamentos com formatos diferenciados e coloridos
ajudam a facilitar a administração em pacientes que fazem uso de muitos
medicamentos. Todos esses fatores são considerados no desenvolvimento de uma
formulação, e visam melhorar a adesão ao tratamento e democratizar o acesso ao
mesmo, melhorando a qualidade de vida dos pacientes”, comenta a pesquisadora
clínica da Prati-Donaduzzi, Patrícia Zimmermann.
Entenda um pouco mais sobre as diferenças:
Comprimidos
Os comprimidos são uma forma farmacêutica sólida
amplamente utilizada e reconhecida pela praticidade de administração. São
formulações contendo princípios ativos e excipientes normalmente moldados por
compressão. Dentre suas características relevantes estão a facilidade de
transporte, estabilidade, padronização de dosagem, possibilidade de partição,
modulação da liberação do fármaco e versatilidade. É a forma mais
comercializada atualmente. No entanto, alguns pacientes podem enfrentar
dificuldades na deglutição e estes podem ser irritantes para a mucosa
gástrica.
Cápsulas
As cápsulas também são uma forma sólida de medicamento
que vem ganhando destaque. Seu revestimento, geralmente feito de gelatina,
dissolve-se liberando o conteúdo no organismo. Essa apresentação oferece várias
vantagens, como capacidade de disfarçar o sabor do medicamento, o invólucro
protege o ativo da luz e há possibilidade de modulação da liberação do ativo.
As cápsulas moles permitem a veiculação de medicamentos líquidos ou
semissólidos apresentando facilidade de deglutição.
Xaropes
São formulações líquidas, normalmente açucaradas
que apresentam facilidade de deglutição, possibilidade de ajuste de dosagem
através do volume, sabor agradável com mascaramento de sabor do ativo e boa
estabilidade físico-química, também existindo xaropes dietéticos para pacientes
que não possam consumir açúcar.
Além dessas opções, há inúmeras outras como
soluções, pomadas, suspensões, etc. Para segurança e eficácia do tratamento,
deve ser avaliada a forma farmacêutica, assim como a via de administração mais
adequada ao paciente.
Vias de administração
Dentre as vias de administração temos a enteral
(oral, sublingual e retal) e parenteral (subcutânea, intramuscular e
endovenosa). Na administração sublingual, por exemplo, os medicamentos são
administrados abaixo da língua, o que permite que sejam absorvidos diretamente
na corrente sanguínea. Essa via de administração oferece vantagens
significativas em comparação com a ingestão oral.
A absorção rápida é uma característica relevante
dos medicamentos administrados de forma sublingual, tornando-os ideais para
situações de emergência, como enjoo. Além disso, eles evitam o “efeito de
primeira passagem” pelo fígado, o que significa que doses menores administradas
via sublingual podem ter o mesmo efeito que doses maiores tomadas por via oral.
Pacientes com dificuldade para engolir comprimidos também se beneficiam dessa
forma de administração.
“O desenvolvimento de medicamentos em diferentes
apresentações, com segurança e eficácia comprovadas, possibilitando maior
facilidade de administração e adesão ao tratamento, são importantíssimos para a
qualidade de vida do paciente, mas é crucial que as recomendações dos
profissionais de saúde sejam seguidas, de modo que sejam prescritas as melhores
alternativas terapêuticas para cada caso”, reforça a pesquisadora Patrícia
Zimmermann.
Prati-Donaduzzi
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