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terça-feira, 21 de maio de 2024

3 em cada 10 adultos brasileiros afirmam ter sofrido abuso ao longo da vida, revela pesquisa

Educação sexual nas escolas e conscientização e solução para redução do abuso sexual nas casas para 71% dos brasileiros 

83% da população acredita que o abuso infantil resulta em depressão e tendências suicidas 


 Uma pesquisa recente realizada pela Hibou, empresa de pesquisa, monitoramento e insights de consumo, traz à tona em reconhecimento ao Maio Laranja e ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, um quadro preocupante sobre a violência e o abuso infantil no Brasil. De acordo com o levantamento, 89% dos brasileiros acreditam que o número de casos de violência contra crianças aumentou na última década, refletindo uma percepção de crescente insegurança e vulnerabilidade entre os mais jovens. Enquanto 3 em cada 10, afirmam ter sofrido abuso sexual ao longo da vida. (4% preferiram não responder). 

O estudo realizado em formato digital em março deste ano, contou com uma amostra de mais de 1.880 entrevistas, apresentando uma margem de erro de 2,2% a um intervalo de confiança de 95%. Os respondentes, representando as classes ABCDE e com idades a partir de 18 anos, ofereceram um panorama abrangente e preocupante sobre a percepção e realidade do abuso infantil no país. 

"Os dados que coletamos evidenciam a necessidade de um debate mais amplo e constante sobre o abuso infantil. Precisamos quebrar o silêncio e promover uma cultura de proteção às nossas crianças," afirma Lígia Mello, ceo da Hibou."É crucial que a sociedade e o governo trabalhem juntos para criar mecanismos de denúncia e apoio que sejam realmente acessíveis e eficazes." completa Lígia. 

Entre diversas percepções, a educação aparece como ponto crucial de prevenção para a maioria: 71% dos entrevistados acreditam que a educação sexual nas escolas pode ajudar a prevenir esses casos de abuso sexual infantil. 68% consideram que a conscientização feita nas escolas ainda deixa a desejar.

 

Confira mais achados da pesquisa: 

Fatores contribuintes para a violência: 77% dos participantes apontam o consumo de álcool como um dos principais fatores, seguido pelo uso de entorpecentes (74%) e falta de educação/cultura (65%). 

Percepção do aumento da violência infantil: 89% dos entrevistados acham que os casos de violência contra crianças aumentaram; 8% acreditam que se mantiveram e apenas 1% acha que diminuíram. 

Causas do abuso infantil: Falta de caráter (64%), distúrbios de personalidade como narcisismo ou sociopatia (63%) e histórico de abuso ou trauma na própria infância (54%) são as causas mais citadas.

 

Internet vilã ou aliada?

74% acreditam que a internet facilita que agressores construam relacionamentos de confiança online com crianças, além de proporcionar plataformas para compartilhamento de material de abuso (67%) e facilitar o anonimato dos agressores (64%).

 

Injustiça

A pesquisa também destaca os desafios enfrentados por organizações e profissionais que lidam com crianças vítimas de abuso. A morosidade da justiça brasileira e a proteção das vítimas são apontados como os maiores obstáculos. Para 91% dos entrevistados, as penas aplicadas aos culpados deixam a desejar, e 74% acreditam que as verbas públicas destinadas à investigação são insuficientes.

 

Impacto na vida adulta

Os efeitos de longo prazo do abuso sexual infantil são devastadores. Entre os problemas mais citados estão depressão (83%), isolamento social (79%) e dificuldades de confiança em relacionamentos (78%). Esses traumas mostram a importância de uma rede de suporte contínua para auxiliar as vítimas, mesmo na vida adulta.

 

Vozes de apoio

Para combater a violência e o abuso infantil, a pesquisa indica a necessidade de uma ação conjunta entre profissionais, políticos e influencers. É crucial que todos entendam o que é abuso e saibam como agir. Canais de denúncia precisam ser seguros e acolhedores, garantindo proteção e confiança para as vítimas e suas famílias.

 

Hibou


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