Especialista dá
dicas para usar esse recurso de modo a sair da crise financeira (e não o
contrário)
O acesso ao crédito virou uma realidade e uma
necessidade para quase muitos brasileiros. Isso significa que
muitas famílias passaram a fazer suas compras cotidianas com o cartão de crédito,
sobretudo em momentos mais delicados de crise, como no período da pandemia. Com
menos renda, porém, como conseguir honrar as dívidas com os credores e não
ficar com o temido ‘nome sujo’?
Se utilizado estrategicamente, o parcelamento da
dívida pode ser uma solução para sair do sufoco. Mas o contrário
também vale. O parcelamento sem os devidos cuidados trará novos
aborrecimentos ao endividado, que corre o risco de voltar para a estaca
zero ou entrar em uma situação ainda pior.
“Para evitar que o nome de uma pessoa seja inserido
em órgãos de proteção de crédito, ou mesmo que tenha problemas com o governo, o
que inclui cobranças da Receita Federal, o parcelamento da dívida é uma forma
de quitar
o débito com mais prazo”, afirma Marcela Gaiato Martins, Diretora
de Produtos B2C, Marketing e Atendimento ao Cliente da Recovery,
empresa do Grupo Itaú e plataforma especialista em recuperação de crédito no
Brasil.
A pessoa pode parcelar dívidas de faturas de cartão
de crédito, dívidas de empréstimo e de financiamentos, impostos como IPTU,
IPVA, e dívidas com o governo, como débitos com a Receita Federal, entre diversas
outras.
Para solicitar o parcelamento, é necessário
contatar a instituição credora para conhecer as soluções de negociação
oferecidas. No caso dos bancos, muitos já possuem em seus aplicativos as opções
de parcelamento diretamente nas interfaces, dispensando a necessidade de
conversar com o gerente da conta, ou mesmo ir até a agência. Já em uma dívida
com o governo, é necessário seguir os passos que o órgão público determina. De
modo geral, os sites têm interface amigável, sendo fácil seguir o passo a passo
para realizar a negociação.
Vale reforçar também que o parcelamento está sendo
oferecido dentro do Desenrola Brasil, o programa de renegociação de dívidas
lançado recentemente pelo Governo Federal. Essa opção está disponível para a
Faixa 2, conforme negociação que o credor fizer com o banco onde deve, e
também estará disponível na Faixa 1, prevista para iniciar em
setembro. Para a Faixa 1, o parcelamento será feito por financiamento
bancário, com prazo mínimo de 2 meses e máximo de 60 meses
para pagamento e taxa de juros de, no máximo, 1,99% ao mês.
Cuidados essenciais
Antes de fazer qualquer negociação, o primeiro
passo é fazer o levantamento de todas as dívidas. E, considerando o orçamento
mensal, predeterminar o valor que pode dispor sem comprometer as contas do dia
a dia.
A especialista aponta os 5
pontos de atenção:
1. Fazer simulações de parcelamento para
calcular o impacto do valor no orçamento.
2. Evitar taxas de juros abusivas.
3. Estudar um prazo razoável para que o
parcelamento não se estenda demais e comprometa o futuro.
4. Perguntar sobre possíveis descontos em
caso de antecipar parcelas ou se, em algum momento, for possível quitar a
vista.
5. Nunca desconsiderar os imprevistos. Se
possível, reservar sempre uma parcela do orçamento para essas
situações, claro, se isso não comprometer o pagamento das parcelas. E, a não
ser que seja de fato necessário, não assumir novos compromissos, especialmente
enquanto estiver pagando a dívida.
“Ao atrasar o pagamento das parcelas, além do valor
original, o consumidor ainda terá de pagar multas e juros. No caso de dívidas
com empresas privadas, o nome negativado trará dificuldade de conseguir crédito
quando necessário”, alerta a diretora da Recovery.
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