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sexta-feira, 4 de agosto de 2023

MIS exibe em agosto a primeira seleção do projeto Nova Fotografia 2023

Imagem da exposição Utaki, do fotógrafo Ricardo Tokugawa


A partir de 1º de agosto, o público do MIS – instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo - confere três mostras fotográficas inéditas, dentro do programa Nova Fotografia 2023. Desde 2011, a iniciativa do museu seleciona, por meio de convocatória, seis trabalhos de artistas promissores que se distinguem pela qualidade e inovação. Além das exposições, que ganham um acompanhamento curatorial individual, esses projetos também passam a fazer parte do acervo físico e digital do MIS.

 

Os trabalhos selecionados são expostos em duas etapas. Nesta primeira, é possível conferir Utaki, de Ricardo Tokugawa; Azinhaga, Salua Ares, e ZL não é um lugar assim tão longe, de Erick Peres - no espaço de exposições Maureen Bisilliat, localizado no térreo do museu.

 

Com visitação gratuita, a primeira etapa do Nova Fotografia 2023 permanecerá em cartaz até 17 de setembro. Em seguida, no mês de outubro, será inaugurada a segunda fase da iniciativa, com exibições de: Eu não faço rap, de João Medeiros; Luz da manhã, de Tayná Uràz; e Mirada ou black mirror, de Val Souza. 

 

Na edição 2023, o júri de seleção foi composto por Claudinei Roberto da Silva, Cristiane Almeida, Ivana Debértolis e Maíra Gamarra. Os acompanhamentos curatoriais desta edição ficaram a cargo de Cadu Gonçalves, curador e pesquisador; Carollina Lauriano, curadora e pesquisadora; Daniel Salum, professor, pesquisador e curador independente; Mônica Maia, editora, curadora, produtora e idealizadora da plataforma Mulheres Luz; Nancy Betts, pesquisadora e crítica de arte; e Ronaldo Entler, pesquisador, professor e crítico de fotografia. 

 

Artistas e obras

Utaki – por Daniel Salum: “Ricardo Tokugawa é fruto de imigração: sansei, de ascendência okinawana, traz a mistura de três culturas no seu percurso: Brasil, Okinawa e Japão. Compreender o significado dessa posição vai muito além de questões geográficas e culturais, implica um enfrentamento pessoal, na busca pelo entendimento de si no mundo.  Utaki, em okinawano, traduz a ideia de um lugar sagrado, lugar de oração, geralmente espaços na natureza: um bosque, caverna ou montanha, acessados por poucos. Esse olhar para o sagrado, de acordo com a necessidade sentida pelo fotógrafo, se volta para suas raízes, num processo de investigação da família e da casa, conceitos que se misturam dentro da cultura japonesa. As fotografias afixadas no butsudan, o oratório japonês, marcam a presença dos antepassados no espaço da casa. Os vestígios deixados na forma de retratos 3 x 4 lembram que as fronteiras do visível estão constantemente permeadas pelo mundo invisível dos mortos.” 

 

Azinhaga – por Mônica Maia: “No projeto, Salua Ares explora o encontro e o confronto entre memória e matéria. Numa espécie de arqueologia, a artista parte de recortes fotográficos criados a partir de imagens apropriadas de álbuns de famílias que testemunharam a transformação radical de seus cenários de infância. Os registros em preto e branco das relações pessoais, mãos e braços dados, ambientes cotidianos e os sorrisos das crianças são colocados em contraponto aos elementos característicos da construção civil, tais como blocos de concreto e cimento, e materializam a ideia de transfiguração e vestígios. A estratégia das justaposições e os paralelos visuais entre as imagens tocam diretamente as camadas de recordações.”

 

ZL não é um lugar assim tão longe – por Cadu Gonçalves: “Na série fotográfica, Erick Peres é o interlocutor entre o mundo e a Vila Ipê 1, lugar existentemente oculto, pelo desejo do Estado, do centro e da burguesia. O bairro do Extremo Leste de Porto Alegre (RS), onde nasceu o artista, e que muitas vezes não figura em mapas oficiais, recebe dos moradores das zonas centrais da cidade adjetivos como “inabitado”, “distante”, “difícil de chegar”, “inexistente”, fato corriqueiro a muitas periferias pelo Brasil. A Vila Ipê 1 deixa de ser tão distante ao virar o percurso das antenas que levam energia elétrica a outros pontos da cidade e desapropriam dezenas de moradores, ao figurar em noticiários ou ao receber operações silenciosas e inquisidoras da PM local. A distância muitas vezes caminha com a indiferença.”

 

O Goldman Sachs é Patrono do Núcleo de Fotografia.                                                                                                  

A programação é uma realização do Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, e Museu da Imagem e do Som, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O MIS tem como mantenedoras as empresas Youse e B3 e tem o apoio institucional das empresas Kapitalo Investimentos, Vivo, Grupo Travelex Confidence, Grupo Veneza, John Deere, TozziniFreire Advogados, Siemens e Lenovo. O apoio operacional é da Telium, Kaspersky, Pestana Hotel Group, Petiscleta e Gin Vitoria Regia.

 

Exposição | Nova Fotografia - Parte 1  

Museu da Imagem e do Som

Avenida Europa, 158, São Paulo-SP

Espaço Maureen Bisilliat (Expositivo térreo) 

Período: até 17 de setembro de 2023 

Ingresso: Gratuito 

Classificação: Livre

 

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