Crédito: Divulgação Sedes | Leo Aversa
Com texto de Wajdi Mouawad,
espetáculo é encenado por Felipe de Carolis, Lucas Garbois, Fábio de Luca e
Luna Martinelli
Os cariocas terão a oportunidade de ver pela
primeira vez a montagem da intrigante peça “Sedes” em solo brasileiro, que
estreia em 5 de agosto, no recém reformado Teatro Glaucio Gill, em Copacabana.
O espetáculo completa a trilogia escrita pelo aclamado autor libanês-canadense
Wajdi Mouawad, autor dos textos de “Incêndios” e “Céus”. Mesclando humor, música e
drama, a apresentação bebe na fonte das tragédias clássicas para desvendar um
grande mistério e promover uma discussão profunda e contemporânea sobre a
sociedade, com o aumento dos diagnósticos de depressão e ansiedade e, também,
dos casos de suicídio.
Assim como as duas primeiras obras, “Sedes” foi
idealizado pelo ator e produtor Felipe de Carolis, que conquistou o direito
exclusivo das produções de Mouawad na América Latina e exportou sua montagem de “Incêndios” para o
Uruguai, e de “Céus” para a Argentina. Enquanto idealizador, Felipe tem o aval
da companhia francesa Théâtre
National de la Colline para exibir o espetáculo fora da trilogia
“Sangue das Promessas” e a liberdade de apresentá-las de maneira independente,
garantindo que o espectador não precise assistir às produções anteriores para
acompanhar “Sedes”.
“A peça traz a ideia da vontade de viver e de
inquietação em relação ao futuro. Faço um personagem que flerta com aqueles que
se negam a viver no que já conhecem, que estão dispostos a promover mudanças
numa sociedade inerte a tanta maldade, algoritmo de aplicativos, falta de olho
no olho e, principalmente, de escuta. Nós éramos conhecidos como um dos países
mais hospitaleiros do mundo. Onde vemos isso agora? Ninguém se ajuda mais”,
explica Carolis. “A estrutura do texto é enigmática, misteriosa, quase formando
um quebra-cabeças, com muitas metáforas, uma importante discussão sobre a
influência da arte e beleza em nossas vidas e, claro, incluídas nelas as
críticas ao modelo de sociedade em que vivemos, permeado pelo capitalismo
agressivo”, completa.
Busca por identidade
Com direção de Thiago Bomilcar Braga, a obra
mostra as inquietações de Sylvain Murdoch, vivido por Felipe de Carolis; Boon,
encenado na fase jovem por Lucas Garbois e, na fase adulta, por Fábio de Luca,
e Noruega, interpretada por Luna Martinelli. No palco, os personagens vivem uma
verdadeira busca por suas identidades, em uma jornada para provar, cada um por
suas próprias vivências pessoais e artísticas, que a educação pode salvar
vidas.
“Essa é a terceira peça do Mouawad que o Felipe
produz e atua, então ele tem um entendimento profundo da obra. O meu trabalho é
orquestrar tudo isso, pegar esse mosaico de inspirações e criar um espetáculo
único. Não posso negar que é um grande desafio. O texto do Wajdi é um dos mais
belos que já li, com tantas camadas que podemos ficar horas reverberando suas
palavras. Ele consegue ser clássico e contemporâneo ao mesmo tempo. Além disso,
as duas obras dele montadas pelo Felipe no Brasil tiveram a direção do Aderbal
Freire-Filho, que é simplesmente o maior. Só tenho a agradecer”, diz o diretor.
O lançamento do terceiro e final ato ocorre
exatamente dez anos após a primeira exibição de “Incêndios”, que foi sucedida
por “Céus”, ambas ganhadoras de importantes prêmios. Sucesso de público e
crítica, “Incêndios” estreou no Rio em 2013, a primeira produção brasileira
baseada no texto de Wajdi Mouawad, que explora uma surpreendente trama
familiar. Protagonizada por Marieta Severo, a peça foi consagrada com 17
premiações, dentre eles o Shell 2013 de Melhor Direção, para Aderbal-Freire
Filho, e o APTR 2014, nas categorias Melhor Espetáculo, Atriz Protagonista
(Marieta Severo), Atriz Coadjuvante (Kelzy Ecard) e Melhor Cenário. Além disso,
a produção foi recordista de indicações para o prêmio da Associação Paulista de
Críticos Teatrais (APCA), o mais importante de São Paulo, e venceu os prêmios
Aplauso e Questão de Crítica.
Segunda obra da trilogia, “Céus” estreou em
2016, narrando um mistério terrível em um mundo ultra-moderno. A produção
recebeu o Prêmio Cesgranrio, na categoria Melhor Cenário, e o Prêmio Quem, de
Melhor Ator (Felipe de Carolis), ambos em 2017, e também foi indicado ao APCA
deste ano.
“Comecei essa trajetória em setembro de 2013,
no Teatro Poeira, ao lado de Marieta e Aderbal. Estávamos cientes da potência
que tínhamos em mãos! O incrível texto de Mouawad foi essencial para esse
sucesso e a minha parceria com ele está só começando. Fui convocado para a
elaboração de um novo espetáculo e passei meses em 2022 com a companhia Théâtre
de la Colline. Temos planos concretos para o futuro”, diz Felipe.
Entre 2020 e 2021, a equipe promoveu workshops
e experimentações cênicas de “Sedes” abertas ao público, na cidade de São Paulo
e Rio de Janeiro. Elas contaram com três diretores diferentes, propostas
diversas e mais de 20 artistas, entre atores e músicos fizeram parte destas
encenações. Ao final, o grupo debatia o tema com jovens e psiquiatras
presentes. Após chegar à configuração de elenco atual, o espetáculo teve a
estreia e montagem definitiva interrompida, e não foi à frente em razão da
pandemia.
SEDES
de Wajdi Mouawad
Direção: Thiago Bomilcar Braga
Tradução: Angela Leite Lopes
Elenco: Felipe de Carolis, Fabio de Luca, Luna
Martinelli e Lucas Garbois
Direção Musical: Marcio Castro
Figurino: Wanderley Gomes (atual vencedor do
premio Shell e do prêmio APTR de melhor figurino)
Iluminação: Paulo César Medeiros
Arte e ilustrações: Laerte Késsimos
Assistente de Produção: Amanda Loretti
Produção Executiva: Ana Beatriz Figueras e
Joana D'Aguiar
Direção de Produção e Idealização: Felipe de Carolis
Serviço:
Datas:
sábados, domingos e segundas, de 5 a 28 de agosto
Horário:
20h
Duração:
1h30
Endereço:
Teatro Glaucio Gill – Praça Cardeal Arcoverde, s/n - Copacabana, Rio de Janeiro
Classificação:
16 anos
Ingressos disponíveis neste link
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