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sábado, 5 de agosto de 2023

Inverno chegou: entenda os cuidados com os pets

Weslei Santana, professor do curso de medicina veterinária da FSG, explica que compreender os riscos da exposição ao frio, fornecer abrigo adequado, considerar a necessidade de proteção adicional e adotar medidas preventivas são pontos cruciais nesta época do ano

 

Os meses entre junho e setembro marcam o início da estação do ano amada por poucos e repugnada por muitos, o inverno. Neste período, é necessário cuidados adicionais com a saúde e bem-estar. Além disso, a atenção com os pets não fica de fora deste dever.  

Weslei Santana, professor do curso de medicina veterinária do do Centro Universitário da Serra Gaúcha – FSG, instituição pertencente a Cruzeiro do Sul Educacional, explica que a chegada do inverno requer atenção especial aos animais de estimação, pois eles também são afetados pelas baixas temperaturas. 

“A exposição prolongada ao frio intenso pode resultar em hipotermia, uma condição potencialmente perigosa para os animais de estimação. Além disso, cães e gatos com pelagem curta ou insuficiente isolamento térmico estão mais propensos a desenvolver desconforto, problemas respiratórios, dores articulares e condições dermatológicas. Além disso, também pode comprometer o sistema imunológico dos pets, tornando-os mais suscetíveis a doenças.”  

Assim como nos humanos, as afecções respiratórias em cães e gatos de origem alérgica, viral ou bacteriana aumentam nos consultórios veterinários durante o período de frio intenso, e muitas delas podem ser prevenidas com manejo profilático e cuidados individualizados. Segundo o docente, em cães, essa época do ano é marcada por inúmeras infecções do complexo respiratório canino, também conhecida como Tosse dos canis ou gripe canina.  

“Essa é uma condição viral e bacteriana, que afeta cães das mais variadas idades, e tem como principal sinal clínico a tosse que pode causar extremo desconforto respiratório ao cão. No gato o complexo respiratório felino também é marcado por infecções virais e bacterianas, que podem causar sinais como espirro, coriza e secreções oculares, além de falta de apetite. É importante manter a carteira de vacinação em dia pensando na prevenção destas doenças.”  

Pensando nas doenças de origem alérgica/irritativas, é importante que o tutor tenha um olho apurado sobre o seu animal, principalmente em relação a sinais como espirros e tosse. A asma felina por exemplo, pode ser mais perceptível nessa época do ano, já que normalmente, oferecemos aos animais cobertores que podem conter ácaros e poeira. “Estes fatores desencadeiam resposta inflamatória a nível de brônquios e provocam a agudização da condição. No cão esses sinais também podem aparecer, e quadros como rinite alérgica possuem como principal sinal: o espirro e a secreção nasal.”  

Já em relação a pele, o ar frio favorece o ressecamento epitelial, podendo causar irritações, coceira e até mesmo feridas. Muitas das doenças de pele crônicas, como a dermatite atópica, podem piorar nessa estação, já que a hidratação é um fator importante no manejo dessa doença. “A dica aqui é manter a pele hidratada, com loções indicadas pelo veterinário dermatologista, troca da roupinha e escovar o animal de pelagem longa diariamente. Os banhos nessa época são recomendados a serem espaçados, realizados com água morna e a secagem deve ser minuciosa, com todo cuidado para evitar queimaduras”, explica Santana.  


Cuidados essenciais:  

Para garantir o conforto e a saúde dos animais, é fundamental proporcionar abrigo adequado. Recomenda-se fornecer uma casinha ou espaço interno aquecido, longe de correntes de ar frio e umidade. Além disso, é importante limitar a exposição externa em dias muito frios e vestir os pets com roupas ou acessórios adequados, que proporcionem isolamento térmico.  
 
É comum nessa época, utilizarmos aquecedores, tapetes térmicos ou até mesmo bolsinhas de água morna com intuito de nos aquecermos. Os animais procuram naturalmente essas fontes térmicas de aquecimento. É extremamente importante ressaltar os cuidados em relação a queimaduras, sejam elas diretas ou indiretas, já que o ar quente proporcionado por aquecedores (elétricos ou de combustão) podem ressecar os olhos, facilitando as infecções oculares, provocar queimaduras de pele e até mesmo angústia respiratória.   


Sinais de desconforto térmico:  

É crucial estar atento aos sinais indicativos de desconforto térmico nos animais de estimação seja eles por falta de calor ou por excesso. Tremores, encolhimento do corpo, busca constante por abrigo e diminuição da atividade física são indicativos de que o pet está sentindo frio. Já inquietação, ofegância e aumento da frequência respiratória podem significar excesso de calor que pode ocorrer caso o aquecimento do animal ultrapasse a zona de conforto térmico.  

Weslei finaliza dizendo que ao adotar os cuidados essenciais durante o inverno, os donos de pets devem garantir a segurança, o conforto e a saúde de seus animais. 

“Compreender os riscos da exposição ao frio intenso, fornecer abrigo adequado, considerar a necessidade de proteção adicional e adotar medidas preventivas/terapêuticas para problemas respiratórios, articulares e dermatológicos são medidas cruciais. Além disso, a conscientização sobre os perigos dos aquecedores próximos aos bichos é essencial para evitar lesões térmicas. Ao implementar essas medidas, contribuiremos para o bem-estar e a qualidade de vida de nossos fiéis companheiros durante o inverno.”

 


FSG - Centro Universitário da Serra Gaúcha
www.fsg.edu.br


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