Weslei Santana, professor do curso de medicina veterinária da FSG, explica que compreender os riscos da exposição ao frio, fornecer abrigo adequado, considerar a necessidade de proteção adicional e adotar medidas preventivas são pontos cruciais nesta época do ano
Os meses entre junho e setembro marcam o início da
estação do ano amada por poucos e repugnada por muitos, o inverno. Neste
período, é necessário cuidados adicionais com a saúde e bem-estar. Além disso,
a atenção com os pets não fica de fora deste dever.
Weslei Santana, professor do curso de
medicina veterinária do do Centro Universitário da Serra Gaúcha – FSG, instituição
pertencente a Cruzeiro do Sul Educacional, explica que a chegada do inverno
requer atenção especial aos animais de estimação, pois eles também são afetados
pelas baixas temperaturas.
“A exposição prolongada ao frio intenso pode
resultar em hipotermia, uma condição potencialmente perigosa para os animais de
estimação. Além disso, cães e gatos com pelagem curta ou insuficiente
isolamento térmico estão mais propensos a desenvolver desconforto, problemas
respiratórios, dores articulares e condições dermatológicas. Além disso, também
pode comprometer o sistema imunológico dos pets, tornando-os mais suscetíveis a
doenças.”
Assim como nos humanos, as afecções respiratórias
em cães e gatos de origem alérgica, viral ou bacteriana aumentam nos
consultórios veterinários durante o período de frio intenso, e muitas delas
podem ser prevenidas com manejo profilático e cuidados individualizados.
Segundo o docente, em cães, essa época do ano é marcada por inúmeras infecções
do complexo respiratório canino, também conhecida como Tosse dos canis ou gripe
canina.
“Essa é uma condição viral e bacteriana, que afeta
cães das mais variadas idades, e tem como principal sinal clínico a tosse que
pode causar extremo desconforto respiratório ao cão. No gato o complexo
respiratório felino também é marcado por infecções virais e bacterianas, que
podem causar sinais como espirro, coriza e secreções oculares, além de falta de
apetite. É importante manter a carteira de vacinação em dia pensando na
prevenção destas doenças.”
Pensando nas doenças de origem alérgica/irritativas,
é importante que o tutor tenha um olho apurado sobre o seu animal,
principalmente em relação a sinais como espirros e tosse. A asma felina por
exemplo, pode ser mais perceptível nessa época do ano, já que normalmente,
oferecemos aos animais cobertores que podem conter ácaros e poeira. “Estes
fatores desencadeiam resposta inflamatória a nível de brônquios e provocam a
agudização da condição. No cão esses sinais também podem aparecer, e quadros
como rinite alérgica possuem como principal sinal: o espirro e a secreção
nasal.”
Já em relação a pele, o ar frio favorece o
ressecamento epitelial, podendo causar irritações, coceira e até mesmo feridas.
Muitas das doenças de pele crônicas, como a dermatite atópica, podem piorar
nessa estação, já que a hidratação é um fator importante no manejo dessa
doença. “A dica aqui é manter a pele hidratada, com loções indicadas pelo
veterinário dermatologista, troca da roupinha e escovar o animal de pelagem
longa diariamente. Os banhos nessa época são recomendados a serem espaçados,
realizados com água morna e a secagem deve ser minuciosa, com todo cuidado para
evitar queimaduras”, explica Santana.
Cuidados essenciais:
Para garantir o conforto e a saúde dos animais, é
fundamental proporcionar abrigo adequado. Recomenda-se fornecer uma casinha ou
espaço interno aquecido, longe de correntes de ar frio e umidade. Além disso, é
importante limitar a exposição externa em dias muito frios e vestir os pets com
roupas ou acessórios adequados, que proporcionem isolamento térmico.
É comum nessa época, utilizarmos aquecedores, tapetes térmicos ou até mesmo
bolsinhas de água morna com intuito de nos aquecermos. Os animais procuram
naturalmente essas fontes térmicas de aquecimento. É extremamente importante
ressaltar os cuidados em relação a queimaduras, sejam elas diretas ou
indiretas, já que o ar quente proporcionado por aquecedores (elétricos ou de
combustão) podem ressecar os olhos, facilitando as infecções oculares, provocar
queimaduras de pele e até mesmo angústia respiratória.
Sinais de desconforto térmico:
É crucial estar atento aos sinais indicativos de
desconforto térmico nos animais de estimação seja eles por falta de calor ou
por excesso. Tremores, encolhimento do corpo, busca constante por abrigo e
diminuição da atividade física são indicativos de que o pet está sentindo frio.
Já inquietação, ofegância e aumento da frequência respiratória podem significar
excesso de calor que pode ocorrer caso o aquecimento do animal ultrapasse a
zona de conforto térmico.
Weslei finaliza dizendo que ao adotar os cuidados
essenciais durante o inverno, os donos de pets devem garantir a segurança, o
conforto e a saúde de seus animais.
“Compreender os riscos da exposição ao frio
intenso, fornecer abrigo adequado, considerar a necessidade de proteção
adicional e adotar medidas preventivas/terapêuticas para problemas
respiratórios, articulares e dermatológicos são medidas cruciais. Além disso, a
conscientização sobre os perigos dos aquecedores próximos aos bichos é
essencial para evitar lesões térmicas. Ao implementar essas medidas,
contribuiremos para o bem-estar e a qualidade de vida de nossos fiéis
companheiros durante o inverno.”
FSG - Centro Universitário da Serra Gaúcha
www.fsg.edu.br
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