De acordo com o
médico psiquiatra Dr. Caio Gibaile, os artigos científicos que corroboram com a
metodologia são escassos ou inexistentes
A constante busca por maneiras de aumentar a
produtividade, muitas vezes, leva pessoas a adotarem práticas que aparentemente
não fazem sentido. Desde ingerir alimentos específicos antes do trabalho até
suportar chuveiros gelados, uma variedade de crenças e rituais peculiares têm
emergido, alegando melhorar o desempenho e a eficiência.
Embora tais práticas possam parecer irracionais,
elas revelam um fascinante aspecto da psicologia humana e do desejo de dominar
o tempo e maximizar a produtividade. No entanto, é importante explorar as
origens e o impacto dessas crenças ilógicas, investigando se há alguma base
científica subjacente ou se elas são simplesmente produto de mitos
contemporâneos.
De acordo com o Dr. Caio
Gibaile, médico psiquiatra, consultor empresarial e palestrante, a ideia de
tomar um banho extremamente gelado como algo terapêutico não é algo recente. Na
primeira metade do século XX, quando ainda não havia ocorrido o desenvolvimento
da neurociência, nem das abordagens medicamentosas e psicoterapêuticas atuais,
as alternativas de cuidado àqueles com sofrimento mental eram bem limitadas.
Banhos frios, sanguessugas e choques elétricos sem o suporte médico necessário
figuravam entre as tentativas de cuidado.
Após receber em seus atendimentos um número crescente
de pacientes questionando a orientação de profissionais não-médicos de tomar
banho gelado para aumentar a produtividade, o especialista passou a procurar
artigos que comprovassem a eficácia da prática. “Após muita pesquisa, encontrei
apenas um estudo datado do ano 2000, feito com 10 homens com uma média de idade
de 22 anos. Os indivíduos ficaram imersos em tanques de água de 32ºC, 20ºC e
14ºC por períodos de tempo que variam entre 60 e 120 minutos, sendo aferidos a
alguns parâmetros para a realização de seus exames de sangue, coletados antes e
após o experimento”, pontua.
Para Gibaile, os resultados apresentam números que não devem empolgar aqueles que buscam uma maior produtividade. “Em resumo, o grupo que ficou imerso no tanque com água na temperatura de 14ºC teve um aumento de dopamina e noradrenalina no sangue de 250% e de 530%, respectivamente. Ou seja, trata-se de um estudo pequeno, com uma amostra restrita e limitada que não representa toda a população, testou um procedimento de imersão em água fria, e não de um banho, por períodos que variam entre uma e duas horas, mostrando um aumento de neurotransmissores no sangue, e não no cérebro. Existe um enorme abismo entre o resultado real e o que é prometido por supostos influenciadores na internet”, finaliza.
Dr. Caio Gibaile - Graduado pela Universidade de Brasília é médico psiquiatra com subespecialidade na área de psiquiatria forense, consultor empresarial, palestrante e fundador da Gênios Brasileiros, empresa de educação que busca, através da promoção do autoconhecimento, desenvolver as habilidades dos jovens do nosso país.
https://www.instagram.com/drcaiogibaile/
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