Nos últimos
anos, tem ocorrido uma crescente conscientização sobre a necessidade de
mudanças significativas em nosso sistema econômico com o objetivo de enfrentar
os desafios ambientais e sociais com os quais lidamos. Uma dessas mudanças é a
transição para uma economia mais circular, que busca minimizar o desperdício,
promover a reutilização de recursos e reduzir o impacto ambiental de nossas
atividades.
Os millennials
e a geração Z, como são conhecidos, cresceram em um mundo cada vez mais
consciente das questões ambientais. Desde a tenra idade, eles testemunharam os
efeitos das mudanças climáticas, o esgotamento de recursos naturais e a
poluição generalizada. Essas experiências moldaram sua visão de mundo e os
tornaram mais propensos a buscar soluções inovadoras para os problemas que
herdarão.
Uma das
características distintivas das novas gerações é sua afinidade com a tecnologia
e sua habilidade de aproveitá-la para impulsionar mudanças significativas.
Dessa forma, a economia circular se beneficia enormemente das inovações
tecnológicas, como a Internet das Coisas (IoT – Internet of Things),
a inteligência artificial e a análise de dados, que podem ajudar a rastrear e
otimizar o uso de recursos ao longo de toda a cadeia de valor. Os jovens estão
familiarizados com essas tecnologias e têm a capacidade de desenvolver soluções
disruptivas que podem impulsionar a transição para uma economia cada vez mais
preocupada com questões ambientais e sociais.
Para isso, eles
estão dispostos a repensar seus hábitos de consumo, preferindo produtos e
serviços que sejam produzidos de forma sustentável e que tenham menor impacto
ambiental. Por meio do poder de suas escolhas como consumidores, estão
influenciando as práticas das empresas, incentivando a maior adoção de
princípios circulares em suas operações e produtos.
As novas
gerações também estão desafiando o paradigma tradicional de propriedade. O
compartilhamento de recursos, como carros e moradias, por meio de plataformas
colaborativas se tornou uma prática comum. Essa mentalidade de acesso em vez de
posse está alinhada com os princípios da economia circular, em que a utilização
eficiente dos recursos é valorizada em detrimento da acumulação desnecessária.
Essa mudança de mentalidade está impactando não apenas o consumo, mas também o
desenvolvimento de modelos de negócios mais sustentáveis, baseados em serviços
e na economia do compartilhamento.
É importante
destacar que a atuação de crianças e adolescentes não se limita apenas ao
âmbito individual. Os jovens estão se engajando ativamente na política, na
sociedade civil e no empreendedorismo, buscando influenciar as decisões e
moldar um futuro mais sustentável.
No entanto, para
que esse novo público possa atuar plenamente na construção de uma economia mais
circular, é necessário fornecer-lhes as ferramentas e oportunidades adequadas.
Isso inclui a educação para a sustentabilidade desde cedo, o acesso a programas
de formação empreendedora e inovação, bem como o suporte e financiamento de
iniciativas que promovam a economia circular. Além disso, engajá-los em ações
como mutirão de limpeza de praias e projetos de consumo e descarte conscientes
nas escolas, ajuda a aproximar esse público, algumas vezes arredio, da chave do
problema.
À medida que as novas gerações passem a atuar fortemente na liderança, podemos ter esperança em um futuro em que a economia circular se torne a regra, garantindo um planeta mais saudável e próspero para as gerações futuras.
Mariana Cardoso e Simone Carvalho - membros do comitê técnico do Movimento Plástico Transforma, iniciativa que mantém no Museu Catavento, em São Paulo, um espaço sobre Economia Circular do Plástico.
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