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segunda-feira, 12 de junho de 2023

Esterilidade e infertilidade não são a mesma coisa

Esclarecer a diferença entre os termos é essencial para deixar quem deseja ser mãe mais tranquila

 

Muito já se ouviu falar que a endometriose é a principal causa de infertilidade feminina. No entanto, infertilidade não significa esterilidade, e isso é algo que na maioria das vezes não é esclarecido, principalmente para aquelas mulheres que ainda não tiveram a oportunidade de conversar com um especialista. 

É fato que os casos mais graves da doença têm uma complexidade maior, porém, segundo o Dr. Marcos Tcherniakovsky, Ginecologista e Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), o seu diagnóstico não é uma sentença para esquecer a maternidade, mas sim outro fator a ser acompanhado com muita atenção na hora de avaliar o melhor tratamento.

 

Esterilidade ou infertilidade?

A esterilidade é quando a chance de um casal engravidar, por meio de relações sexuais, não existe. Já a infertilidade quer dizer que essas chances são reduzidas, mas com tratamento médico e interferência correta a gestação pode acontecer. Ou seja, essas palavras não são sinônimos, mas já estão estabelecidas no imaginário da população. 

“É importante entender que a infertilidade é um dos principais sintomas que leva a desconfiança no diagnóstico de endometriose. Mas, acontece que, embora se estima que sete milhões de brasileiras tenham essa doença, muitas nem sabem o que ela é. Quando se descobre, já se pensa em esterilidade quando estamos falando de infertilidade”, explica o médico.

De acordo com Tcherniakovsky, vários fatores colaboram com a dificuldade na gestação quando a causa é a endometriose. Uma delas é a própria doença, já que ela é caracterizada pela presença do tecido da camada interna do útero fora do órgão, podendo se alojar em outras regiões e fazer com que eles se aderem ao local principalmente por ter características inflamatórias. Além disso, ela pode causar alterações hormonais, interferência no processo de ovulação e desarranjo anatômico da região afetada.  

“O tratamento escolhido, após analisar o grau da doença, também é muito importante, afinal, o primeiro passo é interromper a menstruação, pois esse é o período em que a mulher costuma ter a maioria dos sintomas, mas cada caso deve ser individualizado. Quando uma mulher quer engravidar, passamos a conversar sobre meios de tratá-la, sem que os medicamentos interfiram em sua infertilidade. E, em casos muito específicos, encaminhamos a paciente para um profissional de reprodução assistida”, afirma o Dr. Marcos.

O médico alerta ainda que há casos em que uma gestação é algo extremamente difícil, porém não é igual para todos os casos ou motivo para tirar a esperança de uma mulher com esse desejo, sem antes ter conversado com um médico especializado no assunto.

 

Dr. Marcos Tcherniakovsky – Ginecologista e Obstetra - Especialista em Endometriose e Vídeoendoscopia Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscopia). Atualmente é Médico Responsável pelo Setor de Vídeo-Endoscopia Ginecológica e Endometriose da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC. É Médico Responsável na Clínica Ginelife. Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO e Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose. Membro da Comissão Nacional de Especialidades em Endometriose pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) Instagram: @dr.marcostcher

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