Esclarecer a
diferença entre os termos é essencial para deixar quem deseja ser mãe mais
tranquila
Muito já se ouviu falar que a endometriose é a
principal causa de infertilidade feminina. No entanto, infertilidade não
significa esterilidade, e isso é algo que na maioria das vezes não é
esclarecido, principalmente para aquelas mulheres que ainda não tiveram a
oportunidade de conversar com um especialista.
É fato que os casos mais graves da doença têm uma
complexidade maior, porém, segundo o Dr. Marcos
Tcherniakovsky, Ginecologista e Diretor de Comunicação da Sociedade
Brasileira de Endometriose (SBE), o seu diagnóstico não é uma sentença para
esquecer a maternidade, mas sim outro fator a ser acompanhado com muita atenção
na hora de avaliar o melhor tratamento.
Esterilidade ou infertilidade?
A esterilidade é quando a chance de um casal
engravidar, por meio de relações sexuais, não existe. Já a infertilidade quer
dizer que essas chances são reduzidas, mas com tratamento médico e
interferência correta a gestação pode acontecer. Ou seja, essas palavras não
são sinônimos, mas já estão estabelecidas no imaginário da população.
“É importante entender que a infertilidade é um dos
principais sintomas que leva a desconfiança no diagnóstico de endometriose.
Mas, acontece que, embora se estima que sete milhões de brasileiras tenham essa
doença, muitas nem sabem o que ela é. Quando se descobre, já se pensa em
esterilidade quando estamos falando de infertilidade”, explica o médico.
De acordo com Tcherniakovsky, vários fatores
colaboram com a dificuldade na gestação quando a causa é a endometriose. Uma
delas é a própria doença, já que ela é caracterizada pela presença do tecido da
camada interna do útero fora do órgão, podendo se alojar em outras regiões e
fazer com que eles se aderem ao local principalmente por ter características
inflamatórias. Além disso, ela pode causar alterações hormonais, interferência
no processo de ovulação e desarranjo anatômico da região afetada.
“O tratamento escolhido, após analisar o grau da
doença, também é muito importante, afinal, o primeiro passo é interromper a
menstruação, pois esse é o período em que a mulher costuma ter a maioria dos
sintomas, mas cada caso deve ser individualizado. Quando uma mulher quer
engravidar, passamos a conversar sobre meios de tratá-la, sem que os
medicamentos interfiram em sua infertilidade. E, em casos muito específicos,
encaminhamos a paciente para um profissional de reprodução assistida”, afirma o
Dr. Marcos.
O médico alerta ainda que há casos em que uma
gestação é algo extremamente difícil, porém não é igual para todos os casos ou
motivo para tirar a esperança de uma mulher com esse desejo, sem antes ter
conversado com um médico especializado no assunto.
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