Após
um “comunicado” de layoff via e-mail de Mark Zuckerberg, fundador da
Meta (antigo Facebook), pode-se perceber o quão triste ainda é o mercado da
tecnologia. Sempre lembrado como o setor frio, metódico, pragmático e racional,
muitas vezes ao extremo. Ainda assim, de acordo com estimativa da Brasscom, só
no Brasil temos cerca de 1,5 milhão de profissionais em Tecnologia da Informação,
brasileiros que dependem desses empregos.
Mas
não é tão racional chegar nessa conclusão quando se conclui que todas as
empresas, independente de seus tamanhos, crescem e evoluem com o desempenho
profissional de cada pessoa ali colocada. Então se isso é uma verdade, como se
pode afirmar que a tecnologia pode continuar crescendo com milhares de novos
recursos, comunicados frios e definitivamente liderança zero, se as invenções
são criadas por pessoas?
Já se
sabe muito sobre a importância da liderança e gestão de pessoas. O que ainda
não foi compreendido em sua totalidade é que grandes fundadores de empresas de
tecnologia também fazem parte desse grupo, onde são líderes e precisam motivar
sua equipe e não só cuidar de estratégia, investimentos e serem garotos
propaganda do próprio produto.
É
nítida a falta de sensibilidade quando se observa que, além da demissão em
massa, o orçamento com áreas importantes foi cortado. Ou seja, novamente o
grupo “pessoas” ficará sem o estímulo necessário.
Lembrando
que, demissões são sim necessárias e fazem parte do jogo (se é que se pode
chamar de jogo). Por vezes, demissões em massa precisam ser feitas. O mundo
corporativo e a economia são assim. O ponto que precisa ser levado em
consideração é o zelo em praticar essa ação, é cruel demitir milhares de
pessoas em uma call. Recentemente, a série Succession mostrou o
quão sádico podem ser os diretores nesse momento que é traumático quando lidado
de forma negativa.
As
demissões não devem ser vistas como um momento positivo para ser postado no
LinkedIn. Independente da forma que acontecer, vai ser um período de mudanças e
reflexão e, claro, da preocupação financeira. Da mesma forma que isso não
justifica que os chamados layoffs sejam totalmente dessensibilizados,
feitos por ligação ou mensagem, sem qualquer possibilidade de questionamentos
ou esclarecimentos.
Será
que não seria possível separar a lista de desligados por grupo, setor,
departamento, liderança? Ao separar, não poderia ter sido feito pelo próprio
líder, individualizado? A tecnologia nos ajuda e, principalmente, no
pós-pandemia temos a oportunidade diária de encontrar pessoas de forma on-line.
Nenhum gestor precisaria desligar o time presencialmente e ter custos ainda
mais excedidos. Mas comunicados genéricos retratam a importância que foi dada
às pessoas ali presentes.
Nátaly
Zamaro - CEO da Spot Finanças, com mais de 10
anos de experiência na área financeira.
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