Veja como se prevenir da doença que deve registrar
27 mil novos casos no país até 2030 de acordo com o INCA
No
mês da conscientização sobre câncer colorretal, o março
azul-marinho, a Libbs, farmacêutica 100% brasileira
e 8ª maior do mercado farmacêutico de varejo, destaca a prevenção contra a
doença. “É o segundo câncer com a maior incidência no Brasil”, diz Dr. Paulo Roberto
Paes e Silva Júnior. “No entanto, tem grandes chances de cura quando
diagnosticado precocemente.”
As chances de morte precoce por câncer colorretal entre pessoas de 30 a 69 anos podem aumentar em 10% até 2030, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Entre os vários tipos de tumores, o câncer de intestino apresentou o maior aumento projetado em todas as regiões brasileiras, tanto em homens quanto em mulheres.
Comparando
2026-2030 com o último período analisado (2011-2015), a diferença de mortes
prematuras estimada é de cerca de 27 mil, sendo 14 mil a mais entre homens e 13
mil entre as mulheres. Entre os homens, a região Norte do país apresentou o
maior aumento projetado (52%); Nordeste (37%), Centro-Oeste (19,3%), Sul
(13,2%) e Sudeste (4,5%) completam a sequência. Em relação às mulheres, o
Nordeste (38%) lidera, seguido por Sudeste (7,3%), Norte (2,8%), Centro-Oeste
(2,4%) e Sul (0,8%).
Incidência
Segundo
o levantamento Globocan 2020 do IARC / OMS, no ano de 2020, o câncer colorretal
foi o 4º câncer mais incidente no mundo e o 3º mais letal neste mesmo ano2.
No Brasil, o câncer de intestino é o segundo tipo mais incidente em
homens e o segundo mais incidente em mulheres, atrás apenas do câncer de
próstata e de mama, respectivamente. Segundo o INCA, em cada ano do triênio
2023-2025 serão diagnosticados cerca de 46 mil casos novos de câncer colorretal
por ano, correspondendo a aproximadamente 10% do total de tumores
diagnosticados no Brasil, excluindo-se o câncer de pele não melanoma.
O que é?
O
câncer colorretal inclui tumores malignos que se iniciam no intestino grosso,
também chamado cólon, e no reto (localizado acima do canal anal).
Trata-se
de um câncer com grandes chances de cura quando diagnosticado
precocemente. Para a sua identificação, o exame recomendado é a
colonoscopia, que exige um preparo considerado difícil uma vez que é necessário
esvaziar todo o intestino, mais delicado para pessoas idosas pois pode promover
a desidratação. Requer anestesia e às vezes o suporte de internação.
Fatores de Risco
Os
principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver o câncer do
intestino são:
- Idade igual ou superior a 50 anos, devendo realizar a colonoscopia
para rastreamento a partir dos 45 a 50 anos.
- excesso de peso corporal;
- alimentação pobre em frutas, vegetais e fibras;
- indivíduos com histórico familiar. Neste caso a colonoscopia deve
ser antecipada. Outro exame também realizado é a pesquisa de sangue oculto
nas fezes;
- consumo de carnes processadas também aumenta o risco para esse tipo
de câncer.
Outros
fatores relacionados à maior chance de desenvolvimento da doença são: tabagismo,
consumo de bebidas alcoólicas e doenças inflamatórias do intestino,
especialmente a retocolite ulcerativa, que também aumenta o risco de
desenvolver esse tipo de tumor.
Prevenção
A manutenção do peso corporal adequado, a prática de atividade física, assim como a alimentação saudável são fundamentais para a prevenção do câncer de intestino.
Uma alimentação saudável é composta por alimentos in natura e minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, grãos e sementes.
“Esse padrão de alimentação é rico em fibras e, além de promover o bom funcionamento do intestino, ajuda no controle do peso corporal”, diz Paulo Roberto Paes e Silva Júnior. “Manter o peso dentro dos limites da normalidade e fazer atividade física, movimentando-se diariamente ou na maior parte da semana, são fatores importantes para a prevenção desse tipo de câncer.”
Além disso, deve-se evitar o consumo de carnes processadas (salsicha, mortadela, linguiça, presunto e bacon) e evitar o excesso do consumo de carnes vermelhas.
Não fumar e não se expor ao tabagismo também são medidas de prevenção contra o câncer colorretal.
Sintomas
mais frequentemente associados ao câncer do intestino:
- sangue nas fezes;
- alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre
alternadas);
- dor ou desconforto abdominal;
- fraqueza e anemia;
- perda de peso sem causa aparente;
- alteração na forma das fezes;
- massa (tumoração) abdominal.
*
Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é
importante que eles sejam investigados por um médico.
Detecção precoce
O diagnóstico precoce pode ser feito por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento).
O rastreamento dos tumores de cólon e reto (colorretais) pode ser realizado através de dois exames principais: pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopia.
Além
do diagnóstico precoce, a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que os
países com condições de garantir confirmação diagnóstica, referência e
tratamento realizem o rastreamento do câncer de cólon e reto em pessoas acima
de 50 anos, por meio do exame de sangue oculto nas fezes. Caso o teste seja
positivo, a pessoa deverá fazer uma colonoscopia ou retossigmoidoscopia, que
permitirá ao médico visualizar a parte interna do intestino para ver se há
câncer ou pólipos que possam vir a se transformar em câncer. “A retirada dos
pólipos evita a ocorrência do câncer”, diz Paulo Roberto Paes e Silva Júnior.
Diagnóstico
A
análise requer biópsia e a retirada da amostra é feita por meio de aparelho
introduzido pelo reto (através da colonoscopia ou retossigmoidoscopia).
Tratamento
“O câncer de intestino é uma doença tratável e frequentemente curável”, diz Dr. Paulo Roberto Paes e Silva Júnior. “A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema de defesa do corpo) dentro do abdome).”
Outras etapas do tratamento podem incluir a radioterapia (para tumores de reto) associada ou não à quimioterapia, para diminuir a possibilidade do recidiva do tumor. O tratamento depende principalmente do tamanho, da localização e da extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástase para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas. Após o tratamento, é importante realizar acompanhamento médico para monitoramento de recidivas ou novos tumores3.
Para
os casos avançados da doença, é possível recorrer aos medicamentos biológicos
para apoiar os tratamentos convencionais. Um dos objetivos da utilização desse
recurso é o de retardar a progressão da doença, por meio da redução da
vascularização do câncer. Dessa forma, é possível oferecer uma melhora na
qualidade de vida do paciente e melhor controle da doença.
Referências
1-Instituto Nacional de Câncer (INCA). Estimativa. INCA prevê aumento da mortalidade prematura por câncer de intestino até 2030. Disponível em: Link. Acessado em: 13 de fevereiro de 2023.
2-International Agency for Research on Cancer. Cancer Today. Disponível em: Link. Acessado em: 28 de fevereiro de 2023.
3-Instituto Nacional de Câncer (INCA). Câncer de Intestino. Disponível em: Link. Acessado em: 13 de fevereiro de 2023.
4-Hamilton W, Round A, Sharp D, Peters TJ. Clinical features of colorectal cancer before diagnosis: a population-based case-control study. Br J Cancer. 2005;93(4):399. Disponível em: Link. Acessado em: 28 de fevereiro de 2023.
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