Discutir sobre a saúde mental no ambiente de
trabalho vem sendo um tema cada vez mais recorrente – não por ser uma tendência
de mercado, mas sim por sua importância em garantir a satisfação dos
profissionais e, consequentemente, alavancar o crescimento da empresa em seu
segmento. Muitas doenças decorrentes de espaços estressantes e pela sobrecarga
no dia a dia estão se tornando mais frequentes, o que acende o alerta para
tratarmos deste assunto com maior atenção e, assim, evitar graves danos que
possam comprometer o psicológico dos colaboradores.
Segundo uma definição da própria OMS, a saúde
mental no trabalho é caracterizada pelo estado de bem-estar dos profissionais –
não apenas emocionalmente, como também psicologicamente e socialmente. Mesmo
diante das situações desafiadoras que todos enfrentamos em nosso cotidiano nas
empresas, uma boa saúde mental ajuda a lidar com esses momentos da melhor forma
possível.
De acordo com dados divulgados pelo Relatório
Mundial de Saúde Mental da OMS, cerca de 12 bilhões de dias de trabalho são
perdidos anualmente devido à depressão e ansiedade – afastamentos que custam à
economia global quase um trilhão de dólares. Apenas no Brasil, enquanto estes
sintomas eram fator de preocupação para apenas 18% dos profissionais, segundo
informações do Global Health Service Monitor, em 2022 essa quantia cresceu para
49%, levando ao que a própria Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Mental
(Cofen) denomina como a segunda pandemia que a sociedade enfrenta.
Seja por fatores profissionais como a alta demanda,
falta de horário para trabalhar e excesso de cobranças para entregar
resultados, ou questões pessoais que estejam afligindo o psicológico, a
insatisfação gerada em qualquer uma dessas áreas é, inevitavelmente,
transferida para a outra, desencadeando problemas preocupantes em todas as
esferas da vida de cada um. O efeito cascata deste cenário quando não tratado e
prevenido, é severo – levando cada vez mais pessoas a se demitirem por estarem
insatisfeitas e podendo gerar muitas outras consequências graves para a vida de
todos.
Mesmo ainda sendo um tema relativamente novo, não
há como dissociar a importância em prezar pela saúde mental dos profissionais
para seu próprio bem-estar e, consequentemente, para que se sinta mais feliz e
produtivo em suas tarefas. Uma mudança essencial como essa precisa ser muito
bem conduzida – o que vem fazendo com que muitas companhias invistam em um
líder genuinamente engajado com esta causa para comandar a diretoria de
felicidade do negócio.
Com um olhar estratégico e humanizado, é papel
deste profissional olhar de forma abrangente para a vida de cada membro da
empresa, compreendendo quem eles realmente são e o que gostam para, a partir
disso, pensar nas ações que podem ser adotadas internamente para fazê-los que
se sintam mais felizes e confortáveis no ambiente de trabalho. Trazer alguém
com essa responsabilidade é uma excelente forma de mostrar que a companhia não
possui apenas um discurso atraente, mas que se preocupa em como levá-lo à
prática para todos e de forma igualitária.
Mais do que nunca, o mercado precisa de uma mudança
intensa que saia da cobrança constante por resultados, e entenda a capacidade
de produtividade individual e como adequá-la às demandas de serviços. Cada
pessoa tem uma forma diferente de encontrar prazer dentro da sua realidade –
mas, quando satisfeitas com este ambiente, certamente tenderão a entregar mais
resultados e com maior qualidade.
As empresas precisam se ajustar aos times e aos
perfis de cada um. Os profissionais devem se sentir acolhidos, livres para
poderem falar o que querem e ser quem são. Quanto mais verdadeiros forem e
quanto mais se abrirem, as relações de trabalho serão fortemente beneficiadas
em prol de conquistas cada vez maiores para o crescimento do negócio.
Wide
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