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quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Psicóloga fala sobre os cuidados com a saúde mental no mês de prevenção ao suicídio

Regiane Ribeiro, professora de Psicologia da Universidade Cruzeiro do Sul, diz que atualmente há mais mortes por autocídio do que por doenças como HIV, malária, câncer de mama e homicídios

 

O Setembro Amarelo é marcado pela prevenção ao Suicídio, porém, os cuidados com a saúde mental devem ser levados a sério todos os meses e dias. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada 100 mortes no mundo é por suicídio. 

A Profa. Dra. Regiane Ribeiro de Aquino Serralheiro, do curso de Psicologia da Universidade Cruzeiro do Sul, aponta com base em dados da OMS que o ato de tirar a própria vida causa mais mortes do que o câncer de mama, malária e HIV, ou guerras e homicídios. Por isso, a importância de levantar o debate sobre os cuidados com a saúde mental. 

“Diante dos tabus, por muito tempo se evitou falar de suicídio, já que muitas pessoas acreditam que quando se fala dele os indivíduos estão sendo incentivados a praticarem a ação. E falar sobre o tema, é justamente discorrer aquilo que nos possibilita dar sentido, para que possamos salvar vidas e principalmente oferecer acolhimento e ajuda para quem está sofrendo”, salienta Regiane. 

A psicóloga explica que o suicídio é um ato intencional, mas não é fenômeno simples, e sim muito complexo e multifatorial, presente em todas as culturas, ou seja, são vários elementos relacionados que levam alguém a pensar ou cogitar a tirar a própria vida. 

Estima-se que no planeta haja cerca de 800 mil mortes, e a cada 40 segundos uma pessoa atenta contra a própria vida. Já no Brasil, de acordo com a OMS, temos um caso a cada 45 minutos. “A taxa entre jovens têm crescido bastante, o que causa uma grande preocupação, inclusive, entre crianças a partir de 10 anos, e infelizmente nosso país ocupa o oitavo lugar no ranking mundial de causas de suicídio, o que é bastante preocupante”, afirma. 

É muito difícil para nós enquanto indivíduos reconhecer que pessoas que amamos muito estão planejando tirar a própria vida, embora saibamos que em muitos casos de suicídio não conseguimos identificar as primeiras causas para ajudarmos os outros. Nesse cenário, se faz cada vez mais importante controlar os riscos e restringir os acessos aos meios letais, como armas de fogo e substâncias tóxicas, por meio das estatísticas”, comenta. 

Algumas questões sociais como desemprego, crise econômica e a pandemia contribuíram para o aumento de suicídios, já que, segundo a OMS, comportamentos suicidas cresceram em até 25% no mundo todo, desde a chegada do novo coronavírus. 

Além da prevenção, uma das formas que podem identificar as causas do suicídio é a Posvenção, realizada com pessoas que tentaram se matar e familiares das vítimas. “Uma morte por suicídio acaba atingindo muitas pessoas, então precisamos cuidar daqueles que perderam alguém por suicídio, resultando no apoio aos enlutados. Nem todo mundo que passa por um processo de luto precisa de ajuda especializada, mas muitos podem precisar, por isso é necessário que agentes de saúde, conselhos tutelares, professores e empresas consigam identificar fatores que possam levar ao suicídio”, esclarece.  

Por fim, Aquino ressalta que: “caso você conheça alguém que precise de apoio emocional, indique o Centro de Valorização à Vida (CVV), eles possuem voluntários que podem acolher, ouvir e dar sentido à vida, o atendimento é feito pelo telefone 188, disponível 24 horas por dia. Temos também na Universidade Cruzeiro do Sul, no curso de Psicologia, os serviços-escola, que oferecem atendimento psicológico gratuito, além de alguns projetos de acolhimento, rodas de conversas e outras atividades”, finaliza. 


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