Especialista fala
dos alertas mentais e dá dicas de como combater os sintomas; 11,3% dos
brasileiros relataram ter recebido um diagnóstico médico da doença
Segundo dados da Pesquisa Vigitel, o Brasil tem
apresentado um aumento na incidência de casos de depressão em 2022. A pesquisa,
que foi divulgada pelo Ministério da Saúde em abril deste ano, mostra que, em
média, 11,3% dos brasileiros relataram ter recebido um diagnóstico médico da
doença. Destes, 10,2% são pessoas com 18 anos ou mais, 14,7% são mulheres e
7,3% são homens. Esses números apontam para um aumento nos casos com relação à
2013, quando o índice ficou na casa dos 7,6%, e mostram sobre a importância de
desmistificar o assunto e reforçar as iniciativas com relação ao combate ao
suicídio e ao Setembro Amarelo.
Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) nos
dizem que o suícidio mata mais que doenças como HIV, malária e câncer de mama e
que no Brasil a cada 42 minutos uma pessoa põe fim à própria vida. Foram 13 mil
casos no país em 2020, destes, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria,
96,8% estão associados a um histórico de doenças mentais tratáveis. “É
fundamental falarmos sobre esse assunto, pois ainda há muito preconceito e
desinformação com relação à depressão e a saúde mental e a maioria das pessoas
que passam por um quadro depressivo têm medo de compartilhar suas frustrações e
angústias devido ao estigma associado a isso. Porém, quanto mais falarmos mais
pessoas terão acesso aos tratamentos e mais familiares e amigos poderão ajudar,
evitando situações irreversíveis como o suicídio”, afirma a coach, palestrante
e diretora da Febracis Paraná, Daniella Kirsten.
Segundo médicos e especialistas a depressão é um
transtorno que pode variar de intensidade; de leve à grave. “Vemos muitos casos
em que os sintomas começam de maneira silenciosa e, não havendo a busca por
ajuda, eles perduram e se agravam ao longo do tempo. Por isso é muito
importante prestarmos atenção aos indícios como: falta de interesse pela vida,
perda de vontade e prazer em atividades simples e prazerosas, irritabilidade,
falta de concentração, alterações do sono e do apetite. Ao perceber esses
indícios em você ou em alguém próximo é fundamental buscar ajuda, pois quanto mais
cedo, maiores são as chances de recuperação”, reforça.
Cada quadro deve ser analisado com cuidado, mas
entender como sair da depressão é algo fundamental e pode ser feito de várias
formas, como terapias, medicação e estratégias comportamentais que ajudam a
pessoa a lidar com os sentimentos dessa doença. “Cada pessoa tem um perfil,
gatilhos específicos e uma relação com a doença, porém podemos notar que
algumas estratégias comportamentais podem ajudar muito como: a construção de
uma rede de apoio, a redução do estresse, a busca pela melhor higiene do sono,
a realização de atividades que deem prazer e liberem a serotonina, hábitos
alimentares e físicos mais saudáveis. Essas podem parecer ações simples, mas
que são o caminho para o autoconhecimento e o autocuidado, sendo assim, ajudam
a aumentar o amor por si próprio e pela vida”, conta Daniella.
Dicas de como combater a depressão:
- Reduza
o estresse ao máximo: o estresse produz um hormônio chamado cortisol, que
no curto prazo é bom, pois nos preparar para lutar contra algo que pode
nos fazer mal, porém ao longo prazo e quando está em excesso no nosso
corpo, pode levar a condições físicas e psíquicas que influenciam o
sistema imunológico, nervoso e cardiovascular.
- Construa
uma rede de apoio: além da ajuda profissional, contar com uma rede de
apoio é fundamental. Falar sobre os sentimentos com amigos, familiares ou
mesmo em grupos de apoio mostra que você não está sozinho, o que faz com
que se sinta mais fortalecido.
- Melhore
a higiene do sono: sono e humor estão intimamente relacionados e melhorar
a qualidade e quantidade de sono é fundamental. Para isso, desligue
eletrônicos uma hora antes de dormir, evite trabalhar na cama, ou no
quarto, que deve ser o lugar apropriado para relaxar.
- Aprenda
a lidar com pensamentos negativos: a depressão traz a sensação de mal
estar e pode trazer inúmeros pensamentos negativos. Aprender a lidar com
esses pensamentos e como fazer para alterar o padrão de pensamento pode
trazer uma melhora no humor e evitar gatilhos de dor e confusão
mental.
- Evite
a procrastinação: a procrastinação pode aumentar a culpa, a preocupação e
o estresse, alimentando um círculo vicioso de maus sentimentos. Por mais
difícil que pareça, é importante definir prazos, cumpri-los e saber gerenciar
bem o tempo.
- Fortaleça
a sensação de estar no controle e ser capaz: para isso uma boa opção
é estabelecer metas pequenas e ir concluindo-as conforme conseguir, isso
dará a sensação de controle e afastará a procrastinação.
- Aumente
a serotonina de forma natural: a serotonina é o hormônio relacionado ao
bem-estar e felicidade e é produzido naturalmente pelo nosso corpo quando
praticamos atividades físicas como caminhada, corrida, ciclismo, yoga,
etc. Ela também é produzida quando lembramos de momentos felizes, tomamos
sol e recebemos contato físico como um abraço ou uma massagem.
- Evite
relacionamentos tóxicos: cuidar da depressão exige muito cuidado, sendo
assim mantenha por perto apenas quem te faz bem.
- Busque
um trabalho que lhe dê satisfação: passamos a maior parte do nosso dia dedicados
ao trabalho, sendo assim encontrar uma atividade que gosta é fundamental.
- Foque
no autocuidado e no autoconhecimento: busque se conhecer melhor, entenda o
que gosta e o que lhe dá prazer e insira isso na rotina. Lembre-se, não se
trata de egoísmo e sim de autocuidado.
Daniella Kirsten - diretora e sócia franqueada das
unidades da Febracis Paraná, sediadas em Curitiba e Maringá, além de coaching e
palestrante. Sua atuação no estado já impactou mais de 5 mil pessoas por meio
do Coaching Integral Sistêmico. A Febracis está presente em 42 franquias
espalhadas pelo Brasil e quatro unidades internacionais. Para ter acesso aos
cursos e entender mais sobre a metodologia CIS, acesse o site: febracis.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário