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quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Cardíacos: como ter mais qualidade de vida

Especialista da Rede de Hospitais São Camilo de SP dá dicas para manter uma rotina saudável

 

As doenças cardiovasculares são aquelas que atingem o coração e os vasos sanguíneos. Normalmente, o seu desenvolvimento se dá a partir de predisposição genética ou por hábitos do dia a dia, que acabam por contribuir de forma negativa na saúde do coração. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, até o presente momento (21/09), foram contabilizados mais de 290 mil mortes de brasileiros, decorrentes de alguma doença cardíaca. Ainda segundo a entidade, todos os dias mais de 1.100 pessoas morrem no país, ou seja, cerca de 46 óbitos por hora.  

Sabe-se que as doenças cardiovasculares ainda são uma das principais causas de morte no Brasil. O Ministério da Saúde estima que, até 2040, haverá um aumento de até 250% destes eventos. Mas, apesar das estatísticas, é possível que pessoas cardíacas busquem maneiras de melhorar suas vidas.  

“O ideal é que os pacientes cardíacos busquem maneiras para reforçar a qualidade de vida no seu entorno. Na maioria das vezes, é possível atingi-la a partir de práticas diárias e deixando maus hábitos de lado”, afirma Dra. Sueli Vieira Santos, cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. 

Para ajudar o coração, a cardiologista dá algumas dicas: 


Fumar: A médica afirma que o cigarro é a principal causa de morte evitável no mundo e, no caso dos cardíacos, é recomendado ficar distante deste tipo de vício. “Além de afetar os pulmões e colaborar com o aparecimento do câncer, o cigarro também é um grande vilão para o coração e pode influenciar diretamente nas doenças cardiovasculares. O tabaco endurece a camada interna dos vasos sanguíneos, fazendo com que o sangue circule mais devagar e aumentando o trabalho do coração”, relata.

 

Bebidas alcoólicas: O álcool quando ingerido em pequenas quantidades, pode prevenir doenças cardiovasculares. Mas se o paciente já apresenta alguma doença, essa proteção não ocorre. “Isso não vale para essa condição, pois pode levar ao aumento da pressão arterial, descontrolar ainda mais a hipertensão, colaborar para a descompensação clínica da insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral”.

 

Exercícios físicos: A prática de exercícios físicos também é uma grande aliada, sendo uma das mais recomendadas para evitar complicações de saúde. “Exercitar-se é a melhor maneira de evitar doenças cardíacas. A tão corriqueira caminhada já é o suficiente. Utilizar 30 minutos do dia já é uma boa ação para o coração”, enfatiza a médica.

 

Alimentação: Ter uma boa alimentação é de extrema importância. Recomenda-se evitar o excesso de sal, gorduras, doces e ultraprocessados. “A alimentação é essencial. Existem estudos atuais que afirmam que, mesmo em pacientes com quimioterapia, só a reeducação alimentar já é o suficiente para reduzir o tumor. Imagine, então, para o coração, como essa ação pode ajudar. Uma alimentação sem gorduras, frituras e doces controla o colesterol, além de diminuir o peso e a inflamação que uma possível obesidade pode acarretar”, complementa Dra. Sueli.

 

Cuidado com o peso: Aliado a uma boa alimentação, está o cuidado com o peso, pois o seu excesso pode prejudicar o organismo de diferentes formas. A cardiologista relata que o aumento de peso acarreta diabetes, taxa de ácido úrico elevada, descontrole dos níveis de pressão arterial, do colesterol e triglicérides (dislipidemia).

 

Trabalho: O trabalho também entra nos pilares de qualidade de vida, já que pode trazer prazer, bem-estar ou aumentar o estresse. “O estresse, com certeza, é o maior vilão do século e, muitas vezes, pode descompensar o corpo. Por isso, o indicado é que essa questão também seja aprimorada da melhor forma. Além disso, no período de trabalho, é indicado nutrir o hábito de consumir água e levantar sempre que possível, para não se manter por muito tempo estático na mesma posição”.

 

Vida sexual: E quando o assunto é qualidade de vida, a questão sexualidade também é relevante. “Os pacientes cardíacos têm medo de um evento fatal durante o ato sexual, isso porque é uma atividade em que se pode alterar a pressão e a elevação dos batimentos cardíacos. Mas, assim como no exercício físico, se o paciente é de alto risco, ele tem que se atentar a sinais como tontura, visão turva ou dor precordial e interromper o ato. Mas, no geral, pacientes bem controlados não precisam ter receio da prática.” 

Além disso, é recomendado que o paciente cardíaco tenha acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Com o apoio de cardiologistas, psicólogos, nutricionistas, entre outros profissionais, é possível manter uma rotina ainda mais equilibrada.



Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp


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