Ortodontista alerta para cuidados, prevenção e tratamento da doença que pode levar até à perda dos dentes
Diretamente ligado à ansiedade e tensão, o bruxismo - hábito de
encostar, apertar ou ranger os dentes, ou apenas contrair a musculatura sem nem
mesmo tocar os dentes – teve seu número de casos aumentado consideravelmente
durante a pandemia da COVID-19.
Segundo um levantamento feito pela pós-graduação em odontologia
e psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS),
os casos de bruxismo durante o sono mais que triplicaram no período pandêmico,
saltando de 8% dos avaliados, para 28%, e os do chamado bruxismo de vigília,
aquele que ocorre com a pessoa acordada dobraram, saltando de 6 para 12%.
“Existem vários fatores que estão associados a esse distúrbio.
De pouca incidência, temos os fatores genéticos e físicos, mas o mais comum é o
bruxismo causado por fatores psicológicos, como estresse, irritação e
ansiedade. E se engana quem acha que o bruxismo só acontece no período da
noite, quando dormimos: é bem comum encontrar pacientes com bruxismo diurno”,
explica a ortodontista, Viviane Vivaldi.
Alguns sintomas de bruxismo mais frequentes são: dificuldade,
dor ou limitação para movimentar ou abrir a boca, principalmente pela manhã;
dores de cabeça matinais ou no fim do dia; aumento do volume da musculatura da
face; desgastes anormais dos dentes; quebra de dentes e restaurações sem causa
aparente; língua e bochechas com marcas de dentes ou de mordidas. “Nos casos
mais graves, pode até levar a perda de audição parcial (aquela sensação de
zunido no ouvido), travamento mandibular e recessões gengivais”, complementa a
especialista.
Mas, há um tratamento específico para esse distúrbio? “Na verdade, o tratamento
é para os sintomas e efeitos do bruxismo para minimizar os danos causados por
ele. Primeiramente, atente-se aos sinais e procure imediatamente um
especialista. Entre os tratamentos mais indicados, estão: uso de placa ou
aparelho transparente para equilibrar a oclusão; infiltração medicamentosa;
infiltração muscular; toxina botulínica; fisioterapia e até uso de
antidepressivos – quando o caso se agrava e é preciso levar ao psiquiatra”, diz
Viviane.
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