Não é novidade que a saúde tem passado por mudanças nos últimos anos. Um levantamento do Gartner aponta que pelo menos 63% dos serviços de saúde estão passando por grandes alterações. Além disso, de acordo com o State of Healthcare Report, a transformação digital é prioridade de 60% das empresas do setor.
Algumas inovações digitais que surgiram nos últimos anos
estão comprovando sua eficiência em países de todo o mundo e tem se mostrado
tendência também para a saúde no Brasil. Separamos 6 exemplos inovadores que
estão transformando o setor no país:
Contact Center
Trata-se de uma evolução do call center tradicional, que
engloba, também, outros canais de atendimento. Segundo uma pesquisa
da Talkdesk, líder global em
experiência do cliente, o telefone (52%) e o site (41%) são as principais
maneiras pelas quais os membros interagem com seu plano de saúde, o que mostra
uma necessidade de integração de canais digitais no atendimento.
Uma outra pesquisa
aponta que 78% dos consumidores de planos de saúde consideram importante ser
atendidos em seu canal de preferência. Quase o mesmo número, 74%, afirma que
essa preferência varia dependendo do contexto do atendimento que precisam.
Os Contact centers são sistemas de atendimento que se
conectam facilmente com outros sistemas, atualizando instantaneamente na nuvem
as novas informações sobre o atendimento de um paciente. O sistema conta,
também, com inteligência artificial (IA) para criar experiências personalizadas
para cada paciente.
Segundo Paulo Manzato, Vice Presidente de Vendas da
Talkdesk na América Latina, “o paciente fica frustrado com o atendimento quando
precisa começar do zero e repetir sua história toda vez que se envolve com o
plano. Os dados armazenados no contact center criam possibilidades para que o
atendimento seja mais eficiente e personalizado”.
Interoperabilidade
É uma tendência já consolidada em países como Estados
Unidos. Trata-se de uma integração de sistemas entre hospitais, laboratórios e
clínicas que permite a troca de informações sobre o histórico do paciente em
tempo real. Essa inovação tecnológica contribui na rotina dos médicos por
permitir que eles tenham acesso a um relatório completo dos exames e
diagnósticos já realizados, possibilitando comparações, acompanhamento das
evoluções e uma melhor recomendação de tratamento.
No Brasil, a interoperabilidade está presente em apenas
uma operadora de saúde, a Sami,
operadora de saúde de São Paulo, que implementou essa integração junto com a
rede de hospitais Beneficência Portuguesa (BP). O modelo utiliza parâmetros
exclusivos norte-americanos, que mantém terminologias clínicas e garante a
conformidade, sigilo, integridade das informações, além de prevenir fraudes e
vazamentos.
O paciente, quando busca atendimento na Sami ou BP, precisa
autorizar o intercâmbio de informações para que seus procedimentos sejam
registrados na base de dados e os profissionais tenham acesso a essas
informações. Os dados de cada consulta/procedimento passam a ser armazenados na
nuvem para orientar atendimentos futuros, tudo em conformidade com a Lei Geral
de Proteção de Dados (LGPD).
Para o médico e presidente da Sami, Vitor asseituno, a
interoperabilidade evita um tipo de situação muito comum no atendimento aos
pacientes: “Sabe quando você vai a um médico pela primeira vez, leva alguns
exames antigos, e precisa contar toda a sua história, mas acaba deixando passar
alguma data importante, remédios que toma, ou procedimentos e exames que já fez
- e acaba tendo que fazer tudo de novo? A interoperabilidade acaba com esse
problema e facilita a conclusão do diagnóstico, otimizando o tempo de
atendimento dedicado aos pacientes”, afirma.
Algoritmos
A Laura foi eleita em
2021 como TOP 10 Open Startups, ranking que reconhece as startups mais
atraentes para o mercado corporativo no país, a startup Laura faz uso de
algoritmos de inteligência artificial a fim de aprimorar a qualidade de
atendimento recebida pelos pacientes e ao mesmo tempo, a entrega de uma visão
360º às equipes clínicas. Ativa desde 2016, a tecnologia da LAURA já realizou
mais de 12 milhões de atendimentos, Seu CEO e cofundador, Cristian Rocha, foi
eleito no ranking 30 Under 30 na categoria tecnologia, pela revista Forbes.
Recursos Humanos
Fundada por Manoela Mitchell, Vinicius Correa e Thiago
Torres, a Pipo Saúde é um novo tipo
de corretora de benefícios de saúde que através de tecnologia e dados, nasceu
com o objetivo de otimizar e facilitar a relação do RH de empresas e dos seus
funcionários com benefícios de saúde. A empresa atende cerca de 100 clientes,
dentre eles algumas das empresas mais inovadoras do país tais como
MadeiraMadeira e Buser.
Saúde Masculina
A Manual é uma
health tech focada em saúde masculina. Lançada em 2021 no Brasil, promove
diagnóstico, tratamento e acompanhamento para doenças que requerem tratamento
contínuo, como calvície e problemas relacionados ao sono, por meio da telemedicina.
Apenas em 2021, atendeu mais de 35 mil homens no Brasil. Focada em eficiência e
facilidade no processo de compra, a startup foi fundada na Inglaterra em 2019.
Com a telemedicina, visa expandir conhecimento, educar e informar o homem da
necessidade de acompanhamento médico de qualidade e constante para determinadas
doenças. Preocupada com os pacientes, apresenta um sistema de entrega discreto.
V-Baby
A V-Lab é uma
healthtech que oferece soluções de tecnologia com foco em saúde diagnóstica e
telemedicina. Recentemente, eles desenvolveram um algoritmo de Inteligência
Artificial (I.A) capaz de detectar momentos chaves em um exame de ultrassom
obstétrico. Com isso, criaram o aplicativo V-Baby, desenvolvido, especialmente,
para as mães, com a proposta de gerar uma experiência única e agradável em todo
o processo da gestação, se estendendo até pouco mais que o segundo ano de vida
do bebê. Além de conteúdos exclusivos, como artigos e vídeos, por exemplo, o
programa, por meio da I.A, fará uma geração automática de clipes com os
melhores momentos da ultrassonografia, bem como o vídeo dos primeiros
batimentos, que pode ser compartilhado com a família, amigos e até com outros
profissionais, na intenção de colher uma segunda opinião médica, por meio de um
link em aplicativos de mensagem instantâneas.
Com o software — que leva o mesmo nome do aplicativo —
para gravação de ultrassom obstétrico em nuvem e transmissão ao vivo do exame,
voltado às instituições de saúde, a V-Lab construiu o maior dataset de US em
vídeo do mundo, com mais de 700 mil exames armazenados. Para se ter ideia,
todos os meses, mais de 20 mil são adicionados na plataforma da healthtech.
Atualmente, atendem as maiores clínicas do setor e estão presentes em mais de
200 salas por todo o país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário