Nefrologista,
nutricionista e educadora física se unem para dar as melhores dicas para quem
precisa cuidar da saúde renal
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As doenças renais
não estão ligadas somente à falta de água, apesar de ser um fator
importantíssimo para a prevenção. A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN)
está com uma campanha para o mês de março para enfatizar a importância da saúde
renal para todos e a educação sobre a mesma. Segundo dados da SBN, a doença
afeta uma em cada 10 pessoas no mundo todo, além de trazer uma estimativa de
que em 2040 a doença renal crônica possa ser a 5ª maior causa de morte no
mundo.
A médica
nefrologista Helen Siqueira explica que não há sintomas específicos para as
doenças renais, e na maioria das vezes os sintomas são leves e em outras vezes
até ausentes, o que dificulta bastante o diagnóstico no início da doença. “Por
isso é muito importante que as avaliações sejam feitas de forma periódicas, com
exame de urina e creatinina”, esclarece Helen. Ela explica ainda que pessoas
com problemas renais instalados e avançados podem ter os seguintes sintomas:
inchaço pelo corpo; indisposição; fraqueza; falta de apetite; redução da
quantidade de urina; urina espumosa; hipertensão arterial; entre outros.
Atenção
total na prevenção do problema
São medidas
simples que podem ser tomadas para a prevenção da doença, como explica a
nefrologista que também atende no Hospital Anchieta de Brasília, “a prevenção
pode ser feita com a ingestão adequada de água, evitando o uso excessivo de sal
e o consumo indiscriminado de medicamentos sem prescrição e indicação médica,
por exemplo, o anti-inflamatório que pode causar lesão nos rins de modo
irreversível. Outro ponto importante é procurar controlar o diabetes e a
hipertensão arterial, que são as principais patologias que levam à doença renal
crônica atualmente”.
Outro fator
importante na prevenção é a alimentação, como explica a nutricionista e
professora do CEUB, Pollyanna Ayub, “é preciso focar no consumo de alimentos in
natura, como frutas e verduras, além de evitar o consumo de carnes
vermelhas em excesso, gorduras saturadas e produtos industrializados, pois será
sempre um grande aliado para saúde dos rins. A dieta para quando se já tem uma
doença instalada vai depender de qual doença, estado nutricional e tratamento
que está sendo realizado, pois para cada problema existem orientações
individualizadas”, explica.
O que a
alimentação e a atividade física têm a ver com a saúde dos rins?
O hábito da
alimentação saudável é a principal fonte de saúde para o corpo, pois este
hábito gera não só o bom funcionamento e manutenção da saúde renal, mas também
para toda a saúde do corpo. Os rins possuem características importantes, já que
participam de outros sistemas do organismo e são responsáveis pela eliminação
das toxinas do corpo, contribuindo também para produção de alguns hormônios
importantes, assim como a qualidade os ossos, sangue, regulação da pressão
arterial e manutenção das concentrações de sódio e potássio.
A nutricionista
Pollyanna Ayub dá a dica direta: “a alimentação saudável, individualizada e
prescrita por um nutricionista será sempre uma aliada para saúde,
principalmente, na prevenção e manutenção desse órgão tão importante para o
nosso organismo. Hábitos alimentares repletos de produtos industrializados,
gordura saturada, sal e açúcares contribuem também para o desenvolvimento das
doenças crônicas, como por exemplo a obesidade, que além de contribuir para o
diabetes e pressão alta, pode ter um desfecho com uma doença renal grave”,
conclui.
A atividade física
aliada a uma alimentação consciente e saudável irá contribuir diretamente na
prevenção de inflamações, desnutrição e até o agravamento da doença em pessoas
que já foram diagnosticadas. “Pesquisas já mostram que ser ativo (praticar de
150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa por semana) está
diretamente ligado à melhora da imunidade e saúde dos órgãos e tecidos. É
importante destacar que o exercício físico transforma vidas e é fundamental
para a manutenção da saúde”, explica Thais Yeleni Ferreira, presidente
fundadora do Sindicato das Academias do DF (Sindac-DF).
Doação de
órgãos
A insuficiência
renal crônica, uma vez já instalada no paciente, não é possível reverter, ou
seja, nos casos graves que não houve chance de tratamento é necessário fazer um
transplante renal ou diálise. A nefrologista Helen explica sobre a doação do
órgão: “ a doação pode ser feita em vida, de acordo com a legislação, entre
parentes de até 4º grau, ou após a morte encefálica do doador, sendo que a
família pode decidir sobre a doação. É muito importante a conscientização sobre
a doação de órgãos e deixar os familiares cientes dessa decisão”.
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