A polêmica foi provocada por
conta de declarações da ex-participante de um reality show, Maíra Cardi, que
afirmou ter seguido uma "alimentação específica" antes de engravidarEsclarecimento
Divulgação
Em sua fala a participante do programa chegou a mencionar que
teria feito "modulação epigenética'' e que a prática teria capacidade de
zerar a chance do filho adquirir uma série de doenças, entre elas o câncer. A
SBGM esclarece que não existe dieta que zere possíveis doenças genéticas.
A médica geneticista, Dra. Rayana Elias Maia reforça que a
alimentação não pode mudar nossa sequência de DNA. A epigenética é a ciência
que estuda a capacidade que o corpo humano desenvolveu para modificar a
expressão dos genes de acordo com o ambiente ou estilo de vida que levamos. Ou
seja, ela não estuda alterações na sequência do DNA e, sim, das estruturas que
atuam no desligamento e ativação dos genes.
“A alimentação e outros hábitos de vida podem modular o nosso
epigenoma, influenciando algumas doenças que têm componente genético. Porém,
cada gene tem um papel no nosso organismo e quando ligados ou desligados, podem
aumentar o risco ou causar alguma condição”, explica.
A médica salienta que a mãe já nasce com seus ovócitos
carregando todas as suas informações genéticas, portanto, é impossível que uma
alimentação regulada por seis meses altere alguma coisa que impacte o DNA da
mãe e passe isso para os seus filhos.
Nem mesmo o processo de fertilização in
vitro com seleção de embriões considerados geneticamente saudáveis é capaz de
excluir o risco de doenças genéticas. O estilo de vida dos pais (e não apenas a
alimentação) é importante para saúde da gravidez e da criança, mas não tem o
poder de mudar o DNA.
Marcelo Matusiak e Caroline Brogni
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