Boa notícia para quem está precisando de dinheiro é que o Governo Federal publicou hoje (18), no Diário Oficial, a medida provisória que libera o saque de até R$ 1 mil do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Por mais que o FGTS seja um direito
de todos os trabalhadores de carteira assinada, ele normalmente só pode ser
utilizado em condições específicas como aposentadoria, demissão sem justa causa
e na compra da casa própria.
O problema é que enquanto o trabalhador
não utiliza ele fica depositado na Caixa Econômica Federal, rendendo até mesmo
menos que a poupança. Essa medida vem como uma
forma de combater a crise atual, a alta dos juros e o alto endividamento que
realmente estão impactando no bolso dos brasileiros.
Para os trabalhadores que optarem pela
utilização dos valores, eles estarão disponíveis a partir de 20 de abril até 15
de dezembro e o crédito pode ser por meio de conta poupança social digital, o
Caixa Tem.
Essa renda pode vir
em boa hora, mas é preciso cuidado para não a utilizar em gastos
desnecessários. "Muitas pessoas usam rendas extras mesmo sem necessidade e
em compras que não precisam sem considerar sua situação financeira atual,
entrando numa bola de neve de inadimplência. Infelizmente, isso é comum",
conta o presidente da DSOP Educação Financeira, Reinaldo Domingos.
De acordo com o
educador, a decisão de como usar o FGTS vai depender justamente da situação
financeira em que a pessoa se encontra. "Se você está em uma situação
financeira confortável, a melhor orientação é tirá-lo imediatamente da conta
corrente e direcioná-lo para uma aplicação que tenha melhores
rendimentos".
Confira orientações
para quem está em situação de inadimplência, de equilíbrio financeiro e também
para quem já tem o hábito de investir:
Em situação de
inadimplência
Caso o valor
resgatado seja suficiente para quitar as dívidas em atraso totalmente, mesmo
assim é preciso cuidado, avalie se não vai precisar destes valores no futuro,
na crise é hora de planejar muito bem os gastos. Além disto, é válido negociar
e conseguir descontos, diminuindo grande parte da dívida. Por outro lado, se
não for para quitar 100% da dívida, é mais interessante investir o valor e para
ter força para negociar no futuro.
De uma forma ou de
outra, o principal a ser feito nessa situação delicada é se educar
financeiramente, ou seja, mudar seu comportamento para não mais retornar à
inadimplência. O primeiro passo é olhar para a sua situação de forma honesta e
levantar todos os números, traçando um planejamento para renegociar a dívida -
agora ou no futuro - em parcelas quem respeitem o orçamento mensal.
Em situação
equilibrada ou de investidor
Esse dinheiro pode
ser a salvação para não se endividar, assim é preciso de muito cuidado, o valor
pode acabar ser utilizado em compras supérfluas e de pouca importância, ao
invés de contribuir para a conquista de "gordura" financeira neste
momento. Também é preciso não esquecer que é preciso sonha e cada pessoa deve
ter no mínimo três: um de curto prazo (a ser realizado em um ano), outro de
médio prazo (entre um e dez anos) e outro de longo prazo (a ser realizado a
partir de dez anos).
Mesmo nessa
situação, é orientável fazer o saque das contas assim que possível e aplicar o
valor em investimentos como poupança, CDB e tesouro direto, entre outras, que
rendam mais do que o FGTS, que tem rendimento muito baixo por causa da SELIC
menor da história. A modalidade escolhida precisa corresponder ao prazo em que
se deseja realizar o sonho, tendo em vista a possibilidade de resgatá-lo no
momento desejado sem perder rendimentos.
Enfim, utilizar o
FGTS é muito importante no momento, mas é preciso planejamento e cuidado para
que esse realmente possa ajudar neste momento ou em momentos futuros. Lembrando
que essa crise ainda irá durar por um longo tempo.
Reinaldo Domingos - está a frente do canal Dinheiro à Vista . É PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros
(Abefin) e da DSOP Educação Financeira. Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia
Financeira.
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