Picadas podem provocar irritação, coceira, quadros alérgicos e lesões Divulgação |
Picadas podem provocar irritação, coceira, quadros alérgicos e lesões. Dermatologistas recomendam atenção e tratamento em casos mais graves
O outono, que se anuncia com temperaturas amenas e
baixa umidade relativa do ar, não pede apenas cuidados com a pele. A nova
estação indica que o momento também é de se precaver contra a ação de
pernilongos. A proliferação destes insetos indesejáveis é comum nesta época do
ano. Nas áreas urbanas, a presença predominante do Culex quinquefasciatus,
espécie identificada com facilidade pelo zumbido irritativo, é fator de
preocupação. A picada deste inseto, que em geral provoca irritação e coceira na
pele, pode originar quadros alérgicos e lesões que merecem atenção.
Existem centenas de espécies de mosquitos. O Aedes
aegypti, transmissor da dengue e de outras doenças graves, ocupa os
ambientes urbanos da mesma forma que o Culex. Este pernilongo “comum”, relatam
pesquisadores da Fiocruz, mantém seu padrão noturno de locomoção,
independentemente das mudanças de temperatura. E não se furta a agir no outono.
Os pernilongos se alimentam basicamente do néctar
das plantas. As fêmeas, porém, precisam de sangue para a produção e o
desenvolvimento de seus ovos. E a maneira como obtêm sangue, em geral provoca
irritação na pele, coceira e também alergia em humanos.
“Há vários estudos apontando que o pernilongo se
atrai por algumas substâncias presentes no suor e na pele”, observa a
dermatologista Anelise Dutra. Um desses compostos é o dióxido de carbono.
Antes de sugar o sangue, os mosquitos injetam na
pele humana a própria saliva, que tem propriedades anticoagulantes. A saliva,
justamente, costuma originar reações típicas das picadas de mosquito. “Em
grande parte dos casos, a reação à picada é pequena e localizada, provocando
apenas uma pequena elevação avermelhada na pele com coceira intensa”, destaca a
médica. Os sintomas da picada aparecem dentro de 20 minutos, mas o prurido dura
até dois dias.
A picada de pernilongo também gera complicações,
como a infecção secundária causada pelo ato de coçar. “Podem surgir lesões que
se tornam portas de entrada para bactérias”, afirma o dermatologista Dário
Rosa. Os diabéticos, neste caso, constituem um grupo de risco, observa o
médico. “A partir de uma picada e da lesão, esses pacientes podem desenvolver
impetigo, celulite ou erisipela, por exemplo.”
Os dermatologistas ainda chamam a atenção para o
prurigo estrófulo, também chamado prurigo agudo simplex ou prurigo agudo
infantil. “Trata-se de um processo que surge após picadas de mosquitos em
pessoas alérgicas”, diz Rosa. Além de coceira, pode surgir uma minúscula bolha.
“Uma única picada dá origem a várias lesões”, observa o médico.
Para evitar a picada é preciso eliminar os fatores
de proliferação dos pernilongos. Água parada, por exemplo, costuma ser um
criatório de larvas.
“O outono também permite que se usem calças e
mangas compridas, com tecido mais resistente. De alguma forma, as roupas servem
como uma barreira física contra a picada de pernilongo”, diz Anelise.
Nos casos em que a picada provoca mais que
vermelhidão e coceira é recomendável uma consulta ao dermatologista. “Cada caso
merece uma avaliação pormenorizada para o tratamento mais adequado”, afirma
Rosa. “Em muitas situações, é necessária a prescrição de corticóides e mesmo de
anti-histamínicos orais”, completa Anelise.
Cuidados gerais com a pele
Independentemente da presença de insetos, a pele
requer atenção especial no outono. De maneira didática, os dermatologistas
Dário Rosa e Anelise Dutra, indicam os cuidados:
- Não tome banhos quentes muito demorados. Prefira
a água morna ou fria e não estenda o banho por mais de 10 minutos para evitar o
ressecamento da pele.
- Utilize hidratantes corporais logo após o banho e
com a pele ainda úmida; isso vai potencializar o poder do cosmético. Para peles
mais ressecadas, prefira cremes e pomadas com ingredientes que favoreçam a
hidratação profunda.
- Dispense as buchas, pois elas causam uma limpeza
agressiva e retiram mais ainda os fatores de hidratação da pele.
- Procure usar sabonetes neutros/suaves tanto para
o corpo quanto para o rosto, que não retirem a oleosidade natural da pele.
- Use protetor labial.
Tenha uma alimentação saudável.
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