Especialista em sono parceira de Philips Avent explica os principais tabus e dá dicas para alcançar qualidade na rotina de sono
Os primeiros meses de vida de um bebê são repletos de descobrimentos, tanto
para a criança quanto para os familiares. A hora da amamentação, do banho e das
trocas de fraldas, por exemplo, são momentos que podem gerar muitas dúvidas e
medos. Entretanto, a rotina de sono da criança é um dos comportamentos que mais
intrigam os pais.
Segundo a especialista em sono parceira da Philips
Avent, Danielle Cogo, o sono é fundamental para o bebê. “Durante o sono
secretamos muitos hormônios importantes, como a Leptina, responsável pela
saciedade, e a Grelina, pela fome. Em alguns casos, a não sincronização desses
hormônios pode causar obesidade infantil. Durante o sono, também consolidamos
memórias, ação que é muito importante para as crianças que estão em fase de
desenvolvimento constante”, ressalta.
A falta de uma boa higiene de sono e rotina pode
desencadear, principalmente, distúrbios de sono na vida adulta. “O sono não
é luxo, é uma necessidade vital muito importante para regeneração das células
do nosso corpo, além de ser responsável por auxiliar em nossa saúde mental”,
acrescenta a especialista.
“A melatonina é o neuro-hormônio ligado à
regulação do sono. Ela é produzida pela glândula pineal, localizada no centro
do cérebro atrás dos olhos, onde participa da organização dos ritmos
biológicos, atuando na resposta do organismo em relação às mudanças do
ambiente, como o ciclo dia e noite ou claro e escuro. Nos bebês, essa glândula
pineal não é bem desenvolvida e, por isso, sua melatonina é produzida de forma
muito irregular, o que acaba tornando o seu sono imprevisível”, complementa
Danielle.
O fato do bebê nascer com essa melatonina de forma
irregular faz com que ele passe a trocar a noite pelo dia com mais facilidade,
porém esse não é o único fator. Danielle Cogo destaca que o ambiente de sono
atrelado a hábitos inadequados podem também contribuir para que esse cenário
aconteça. “Mostrar ao bebê por meio do ambiente, hábitos e rotina o que é
dia e o que é noite, contribui para que o relógio biológico da criança entenda
a diferença e fique sincronizado com o horário correto”, pontua.
De acordo com a especialista, o ápice da produção
da melatonina ocorre no início da adolescência. Já entre os trinta e quarenta
anos os níveis vão diminuindo. Ao chegar à terceira idade, por exemplo, a
melatonina é encontrada em seu nível mais baixo no organismo, o que pode estar
relacionado a dificuldade em adormecer aferida por grande parte deste grupo.
“Nos bebês, a produção de melatonina passa a ser
mais regular após os 3 meses completos. Caso a criança continue trocando a
noite pelo dia após essa fase é preciso fazer uma avaliação no ambiente de
sono, rever os hábitos e a rotina antes do descanso, para avaliar se é
necessário ou não realizar alguns ajustes neste processo”, alerta Danielle.
A especialista destaca, ainda, que as famílias
precisam entender que o bebê não deve entrar na rotina do adulto, assim como o
adulto não deve entrar na rotina do bebê. Cada um tem necessidades
diferenciadas e isso precisa ser respeitado.
“Para que se tenha o desenvolvimento do sono
diurno de qualidade, um bebê de 2 ou 3 meses deve tirar entre 3 e 4 sonecas diárias.
Já um adulto não precisa dessa quantidade de repouso. São ciclos completamente
diferentes. Com as crianças, é preciso manter uma rotina de sono diário, com
horário para dormir, acordar e se alimentar. Os adultos também devem fazer o
possível para ter horários fixos para essas necessidades, que são vitais no dia
a dia”, comenta.
Trocar a
noite pelo dia pode prejudicar a saúde do bebê?
Danielle Cogo destaca que a troca
da noite pelo dia pode ser prejudicial para a mãe e bebê. “Nada
substitui o sono noturno. Há quem se engane achando que tudo bem não dormir a
noite e que de dia irá dormir e recuperar o sono perdido. Porém, mesmo dormindo
boas horas de sono, existem descargas hormonais que acontecem de forma mais
efetiva durante o descanso noturno. Desta forma, trocar a noite pelo dia não é
uma prática saudável”, alerta.
Existem maneiras
eficientes de conseguir ajustar a rotina de sono do bebê. Porém não
existe um manual de instrução, e nem mesmo uma receita, para seguir o passo a
passo já que cada bebê é único. “É preciso respeitar as necessidades de sono
de cada pessoa de forma individualizada. O que funciona para uma criança pode
não funcionar para outra. Por isso, é necessário avaliar o cenário por inteiro
e entender as necessidades individuais. Só assim, é possível ajustar a rotina
de sono da criança”, explica Danielle.
A
especialista dá dicas de como garantir uma boa qualidade de sono para o bebê e
os pais:
- Respeite a necessidade individual de cada indivíduo. Engana-se quem
acha que todos devem dormir e acordar no mesmo horário só porque vivem na
mesma casa;
- Podemos ajustar algumas coisas na rotina de sono do bebê, porém é
importante que seja respeitado as diferenças e necessidades de cada
criança;
- Há bebês recém-nascidos que precisam de 18 horas de sono por dia
para descansarem, outros que precisam de 15 horas. E tudo bem. Cada
criança é única. Para saber a necessidade do seu bebê, analise os sinais
que ele te passa;
- Garanta um bom ambiente de sono para a criança, com bons hábitos
noturnos e uma rotina que se adeque às necessidades do bebê. Lembre-se,
que a criança também precisa mamar e se alimentar de forma correta, para
que não fique com fome ou empanturrado de leite/comida ao ponto de sentir
incômodo ao deitar;
- Na dúvida, consulte sempre um profissional especialista em sono
infantil para que se faça uma análise completa da criança.
Danielle Cogo - especialista em sono e parceria da Philips Avent. Com Certificação Internacional pelo Instituto Internacional de Maternidade de San Francisco - Califórnia; Danielle é certificada pela Universidade de São Paulo (USP) em "Medicina do Sono"; com curso de aperfeiçoamento em "Sono e Obesidade" pela Learncafe, em "Apneia Obstrutiva do Sono" pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein e como "Educadora de Envolvimento Familiar" pela Universidade de Harvard. Danielle é técnica em polissonografia pela NiCs, além de pós-graduada em Transtorno do Espectro Autista. Há mais de cinco anos, a especialista atua na área de pesquisa clínica com estudos pediátricos e é proprietária do Instituto Assessoria Mamãe.
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