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segunda-feira, 14 de março de 2022

Março Lilás

 Doença prevenível e curável ocupa o terceiro lugar nas neoplasias malignas entre as mulheres, em média 15 casos, a cada 100 mil, são só no Brasil e pode 'fechar' o canal vaginal, mas tem tratamento para reversão

 

A fisioterapeuta pélvica, Débora Pádua da capital paulista, conta que o câncer de colo uterino ou câncer cervical ocorre nas células do colo do útero, a parte inferior que se conecta à vagina. Mas, quando diagnosticado na fase inicial, o índice de sucesso do tratamento é altíssimo. A especialista revela que a causa desse câncer tem nome: alguns tipos do Papilomavírus Humano, o temido HPV. Trata-se de uma infecção sexualmente transmissível muito comum e, na maioria das vezes, não causa danos. Porém, em alguns casos, ocorrem alterações das células que podem evoluir para o câncer. 

A principal forma de prevenção é a vacina contra o HPV e o sexo seguro, com uso de preservativos durante a relação. Além disso, o exame preventivo (Papanicolau), que também detecta alterações celulares precoces.

Um dos tratamentos desse tipo de câncer se chama braquiterapia, que traz algumas consequências, que quando tratadas com fisioterapia pélvica, podem ser reversíveis. “Uma delas é a alteração que acontece no canal vaginal chamada “estenose” que é quando o canal fecha, começando do fundo para a entrada da vagina. Ou seja, a paciente começa a perder por completo o seu canal vaginal se não estiver o acompanhamento de fisioterapia pélvica”, diz. 

Com técnicas específicas como massagem perineal, eletroestimulação intracavitária, exercícios pélvicos que ajudam a melhorar a flexibilidade, hidratação e redução da dor, a fisioterapia pélvica permite que essas pacientes continuem tendo uma vida sexual ativa e, além disso, possibilita que essa mulher continue com os exames de acompanhamento da doença. “O ideal é que as mulheres iniciem a fisioterapia junto ao tratamento, porém, é importante ressaltar, que as alterações na vagina podem ocorrer em até um ano após o início da braquiterapia”, revela a especialista. 

Mulheres que passaram pelo tratamento desse câncer e puderam ter o acompanhamento de um fisioterapeuta pélvico, afirmam que é um processo essencial durante e após o tratamento do câncer cervical. “O fisioterapeuta está munido de todas as informações e recursos para tratar ou prevenir tais complicações, além de acelerar o processo cicatricial. Portanto, recomenda-se que mulheres com qualquer dor ou dificuldade em realizar exames ginecológicos busquem a fisioterapia pélvica para que possam manter a prevenção em dia. Além, é claro, de mulheres que passaram pelo tratamento do câncer cervical”, afirma Débora.

Prevenção salva vidas e o cuidado pós-tratamento é sinônimo de bem-estar e confiança para as mulheres.

  

Débora Padua - educadora e fisioterapeuta sexual. Graduada pela Universidade de Franca (SP) durante 5 anos fez parte do corpo clínico da Clínica Dr. José Bento de Souza e foi responsável pelo setor de Uroginecológia do Centro Avançado em Urologia de Ribeirão Preto (SP). Atualmente atende em sua clínica na capital paulista especializada no tratamento de vaginismo. Telefone: (11) 3253-6319.

@vaginismo


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