Perda de apetite, emagrecimento, vômito, diarreia, aumento da ingestão de água e do volume da urina, alteração da cor da urina, ocorrência de infecções urinárias recorrentes, aparecimento de úlceras na boca e na língua e hálito urêmico são alguns sinais clínicos que indicam que cães e gatos podem estar desenvolvendo doenças renais.
De acordo com a veterinária Camila
Eckstein, responsável técnica da Bioclin Vet, alterações renais podem ter
diferentes causas nos animais. “As disfunções renais acometem cães de idade
avançada, com doenças genéticas, infecções (como a leptospirose e leishmaniose
ou por parasitas), alterações cardíacas e intoxicação”, explica.
Já nos gatos, a veterinária observa
que a doença renal é até três vezes mais frequente do que nos cães, o que
ocorre por características próprias do felino. “A ingestão de água do animal
nem sempre é suficiente, o que compromete o funcionamento renal adequado”,
afirma. Por isso salienta a importância de estimular a ingestão de água nesta
espécie. “Entre as causas que podem estar envolvidas no acometimento
renal dos felinos estão: ocorrência de infeções urinárias recorrentes, alterações
no sistema cardiovascular, neoplasias, obstruções na uretra (por cálculos
renais), idade avançada, ingestão de substâncias tóxicas, predisposição
genética e a ingestão de alimentos desbalanceados.
Medidas para prevenir alterações
renais
Para prevenir a doença renal, a
veterinária destaca que os tutores devem adotar estratégias que estimulem a
ingestão de água, principalmente para os felinos, e evitar o contato de
substâncias ou plantas que possam causar a intoxicação do animal. Camila
recomenda ainda dietas balanceadas ou adequadas a condição do cão ou gato como,
por exemplo, as rações com indicação para animal castrado, obeso e doença renal
já diagnosticada.
Segundo a veterinária, mesmo com a
adoção de todas essas medidas, existem diversas outras causas que estão
associadas à doença renal. “Então, a avaliação clínica periódica passa a ser
uma medida preventiva, porque o diagnóstico precoce pode salvar ou melhorar a
qualidade de vida do animal”, pontua.
Camila ressalta que a nutrição
adequada auxilia o animal na manutenção da sua saúde e é essencial para o
controle do quadro do paciente renal. “No entanto, devido às diversas causas
associadas, a alimentação adequada deve ser associada com as demais medidas
preventivas recomendadas”.
A especialista ainda lembra que dietas
com alto teor proteico podem predispor a ocorrência de doença renal crônica nos
gatos, principalmente, quando acompanhadas por redução nos níveis de potássio e
no aumento nos níveis fósforo da dieta. “Ou seja, o desbalanceamento da dieta”,
frisa.
Além da adoção de boas práticas
nutricionais, estímulo de ingestão de água, nutrição de qualidade e também a
prevenção da ocorrência de doenças infecciosas, Camila destaca que o
acompanhamento periódico com o veterinário é essencial, “pois, apenas ele pode
detectar alterações renais precoces por meio da avaliação bioquímica”. A
veterinária acentua que não é incomum a suspeita de a lesão renal ocorrer
apenas após os primeiros sinais clínicos, no entanto, isso ocorre apenas após a
perda de aproximadamente 75% da função do rim. “Desta forma, se o animal for
submetido à avaliação periódica, a doença renal pode ser diagnosticada em sua
fase inicial e o tratamento instituído de forma precoce e precisa, favorecendo
o tratamento da causa, quando houver”, destaca.
Para um animal com doença renal o
tratamento utilizado baseia-se, na maioria das vezes, em terapia de suporte,
porque a doença renal tem perfil progressivo e degenerativo. “É importante
ressaltar que a terapia é dependente da causa, e a avaliação do veterinário é
essencial, assim como, são necessários o acompanhamento médico e o ajuste
do tratamento ao longo da progressão do quadro clínico”.
Raças com maior predisposição à doença
renal
A veterinária afirma que as doenças
renais podem ocorrem em animais de qualquer espécie e de qualquer raça, mas
existem raças com maior predisposição. Os gatos são naturalmente mais
predispostos à ocorrência de doença renal e de acordo com a Sociedade
Internacional de Interesse Renal (IRIS) nas raças Persa, Abissínio, Siamês,
Ragdoll, Birmanês, Azul Russo e Maine Coon a doença é diagnosticada com maior
frequência.
A mesma associação indica que as
raças caninas Shar Pei, Bull Terrier, Cocker Spaniel Ingles, Cavalier
King Charles Spaniel, West Highland White Terrier e Boxer são acometidas com
maior frequência por esta patologia.
A doença pode ocorrer em qualquer
idade nos cães e gatos, no entanto, é mais frequente em animais mais velhos, a
partir de 6 ou 7 anos de idade. Além da idade, a ocorrência de doença renal em
machos castrados é considerada mais comum no que nas fêmeas felinas.
Avaliações bioquímicas
As avaliações bioquímicas são fortes
indicadores de doença renal, ressalta a veterinária. Cabe salientar que toda a
linha bioquímica da Bioclin Vet foi validada nas espécies felina e canina, o
que garante a utilização dos produtos com segurança pelos laboratórios. “Da
linha bioquímica, os principais parâmetros que são indicadores do funcionamento
renal são: albumina, creatinina e ureia, assim como o cálcio, fósforo e
potássio”.
Camila explica que o diagnóstico de
lesões renais considerando apenas o aparecimento de sinais clínicos só é
possível em condições avançadas da doença (geralmente com a perda de 75% da
função é que a lesão fica evidente), o que muitas vezes é um limitante ao
sucesso do tratamento a ser instituído. “Desta forma, a avaliação bioquímica do
animal de forma periódica pode favorecer o diagnóstico precoce”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário