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domingo, 6 de março de 2022

AMBIENTES TÓXICOS PODEM LEVAR A DEPRESSÃO

Gritaria, chefes abusivos, colegas fofoqueiros, pressão. Um típico ambiente tóxico, um termo cada vez mais usado para descrever locais de trabalho insalubre. Uma situação que tem impacto na saúde dos empregados.

Uma pesquisa da “University of South Australia" aponta que o ambiente de trabalho tóxico aumenta o risco de depressão em 300%. O estudo também concluiu que os colaboradores de organizações que não priorizam a saúde mental de seus funcionários têm um risco três vezes maior de desenvolver depressão do que outros trabalhadores. 

Segundo a psicóloga e CEO da Eleve Consulting, Shana Eleve - o ambiente tóxico com situações abusivas e assédio causa um alto estresse. “Um dos grandes motivadores do ser humano é você ser querido, ser aceito, nós queremos ser bem vistos pelos outros. O ser humano precisa disso, e a partir do momento que o ambiente é hostil a gente identifica como uma situação de ameaça o tempo todo, a pessoa cria um alerta. A pessoa passa a ficar pronta o tempo todo para enfrentar um problema.” explica Shana.

Embora trabalhar muitas horas seja um fator de risco para doenças cardiovasculares ou derrames, a pesquisa sugere que práticas de gerenciamento inadequadas representam uma ameaça ainda maior quando se fala de saúde mental. O estudo foi liderado pelo Observatório de Clima de Segurança Psicossocial da UniSa, a primeira plataforma de pesquisa do mundo a explorar saúde e segurança psicológica no ambiente de trabalho. "Um ambiente muito tóxico a longo prazo, aumenta o nível de estresse a ponto de passar de uma tristeza profunda chegando a uma depressão até a uma Síndrome de Burnout.” explica Shana. 

A psicóloga e CEO, Shana Eleve, ressalta que ficar chateado, triste, ou não gostar de alguma coisa aqui ou ali é normal, até deve acontecer. “Não existe um ambiente maravilhoso e colorido, mas se isso prolonga numa intensidade e numa duração absurda e acaba se tornando muito tóxico onde todos os dias você recebe um assédio moral, todos os dias algo acontece, onde você não tem um feedback legal, um reconhecimento, é um dos problemas, também. Isso pode trazer um estresse e consequentemente relacionamento ruins e abusivos, e isso faz mal para a saúde. O melhor é se afastar ou a pessoa vai adoecer.” alerta Shana. 

Essa toxicidade no ambiente de trabalho aparece em eventuais falhas de ética, que permeiam dos negócios às relações internas, passando por desamparo aos empregados e pelo coquetel indigesto de pressão com falta de reconhecimento. Um lapso moral puxa o outro, num círculo vicioso que passa a envolver a companhia sob uma crosta de disfunções que vai ficando cada vez mais espessa. 

Ambientes tóxicos costumam ser mais comuns em empresas de pequeno e médio porte, e principalmente em negócios familiares, onde as relações de trabalho são um reflexo da própria natureza das interações entre parentes. “Quando você começa um empreendimento, a primeira preocupação é vender, para recuperar logo o seu investimento. Por isso seu primeiro foco está na elaboração do produto, na estratégia comercial, na logística, no controle financeiro, na questão tributária... Então, bem lá na frente, você já tem tanto pessoal que precisa de um RH. Ou seja, a gestão humana vem depois de um tempo em que uma série de más práticas nas relações já estão instaladas. É importante reestruturar, fazer um diagnóstico, analisando o clima e a confiança entre as pessoas no ambiente. O trabalho é árduo, mas viável com medidas a curto, médio e longo prazo. Para ter sucesso, é imprescindível os líderes comprarem a ideia, pois eles sustentarão a gestão da mudança.” finaliza Shana Eleve. 

Se identificou com os cenários narrados aqui? Conforme a psicóloga e CEO, Shana Eleve, esse assunto precisa ser analisado com mais atenção e com a responsabilidade devida.

 

Shana Wajntraub - psicóloga com MBA em Gestão de Pessoas pela Universidade Federal Fluminense, pós- graduada em neurociências pelo Mackenzie. Mestranda em comunicação e análise de comportamento pela Manchester Metropolitan University- UK (Paul Ekman). Tedx speaker, speaker coach e curadora dos palestrantes do TEDx Campo Grande, professora da HSM. Palestrou no CBTD em 2020e 2021e já impactou mais de 230 mil pessoas em treinamentos na América Latina para Nestlé, Galderma, Sanofi, GPA, Hypera, Locaweb, Seara, AstraZeneca, Dasa, Boehringer, Met Life, Grupo Boticário, vivo, Amil, Magazine luiza, Camil...


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