Gritaria, chefes abusivos, colegas fofoqueiros, pressão. Um típico ambiente tóxico, um termo cada vez mais usado para descrever locais de trabalho insalubre. Uma situação que tem impacto na saúde dos empregados.
Uma pesquisa da “University of South
Australia" aponta que o ambiente de trabalho tóxico aumenta o risco de
depressão em 300%. O estudo também concluiu que os colaboradores de
organizações que não priorizam a saúde mental de seus funcionários têm um risco
três vezes maior de desenvolver depressão do que outros trabalhadores.
Segundo a psicóloga e CEO da Eleve Consulting,
Shana Eleve - o ambiente tóxico com situações abusivas e assédio causa um alto
estresse. “Um dos grandes motivadores do ser humano é você ser querido, ser
aceito, nós queremos ser bem vistos pelos outros. O ser humano precisa disso, e
a partir do momento que o ambiente é hostil a gente identifica como uma
situação de ameaça o tempo todo, a pessoa cria um alerta. A pessoa passa a
ficar pronta o tempo todo para enfrentar um problema.” explica Shana.
Embora trabalhar muitas horas seja um fator de risco para doenças
cardiovasculares ou derrames, a pesquisa sugere que práticas de gerenciamento
inadequadas representam uma ameaça ainda maior quando se fala de saúde mental.
O estudo foi liderado pelo Observatório de Clima de Segurança Psicossocial da
UniSa, a primeira plataforma de pesquisa do mundo a explorar saúde e segurança
psicológica no ambiente de trabalho. "Um ambiente muito tóxico a longo
prazo, aumenta o nível de estresse a ponto de passar de uma tristeza profunda
chegando a uma depressão até a uma Síndrome de Burnout.” explica Shana.
A psicóloga e CEO, Shana Eleve, ressalta que ficar
chateado, triste, ou não gostar de alguma coisa aqui ou ali é normal, até deve
acontecer. “Não existe um ambiente maravilhoso e colorido, mas se isso prolonga
numa intensidade e numa duração absurda e acaba se tornando muito tóxico onde
todos os dias você recebe um assédio moral, todos os dias algo acontece, onde
você não tem um feedback legal, um reconhecimento, é um dos problemas, também.
Isso pode trazer um estresse e consequentemente relacionamento ruins e
abusivos, e isso faz mal para a saúde. O melhor é se afastar ou a pessoa vai
adoecer.” alerta Shana.
Essa toxicidade no ambiente de trabalho aparece em
eventuais falhas de ética, que permeiam dos negócios às relações internas,
passando por desamparo aos empregados e pelo coquetel indigesto de pressão com
falta de reconhecimento. Um lapso moral puxa o outro, num círculo vicioso que passa
a envolver a companhia sob uma crosta de disfunções que vai ficando cada vez
mais espessa.
Ambientes tóxicos costumam ser mais comuns em
empresas de pequeno e médio porte, e principalmente em negócios familiares,
onde as relações de trabalho são um reflexo da própria natureza das interações
entre parentes. “Quando você começa um empreendimento, a primeira preocupação é
vender, para recuperar logo o seu investimento. Por isso seu primeiro foco está
na elaboração do produto, na estratégia comercial, na logística, no controle
financeiro, na questão tributária... Então, bem lá na frente, você já tem tanto
pessoal que precisa de um RH. Ou seja, a gestão humana vem depois de um tempo
em que uma série de más práticas nas relações já estão instaladas. É importante
reestruturar, fazer um diagnóstico, analisando o clima e a confiança entre as
pessoas no ambiente. O trabalho é árduo, mas viável com medidas a curto, médio
e longo prazo. Para ter sucesso, é imprescindível os líderes comprarem a ideia,
pois eles sustentarão a gestão da mudança.” finaliza Shana Eleve.
Se identificou com os cenários narrados aqui? Conforme a psicóloga e CEO, Shana Eleve, esse assunto precisa ser analisado com mais atenção e com a responsabilidade devida.
Shana Wajntraub - psicóloga com MBA em Gestão de
Pessoas pela Universidade Federal Fluminense, pós- graduada em neurociências
pelo Mackenzie. Mestranda em comunicação e análise de comportamento pela
Manchester Metropolitan University- UK (Paul Ekman). Tedx speaker, speaker
coach e curadora dos palestrantes do TEDx Campo Grande, professora da HSM.
Palestrou no CBTD em 2020e 2021e já impactou mais de 230 mil pessoas em
treinamentos na América Latina para Nestlé, Galderma, Sanofi, GPA, Hypera,
Locaweb, Seara, AstraZeneca, Dasa, Boehringer, Met Life, Grupo Boticário, vivo,
Amil, Magazine luiza, Camil...
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