Por definição, adjuvantes agrícolas são insumos utilizados na agricultura e que não possuem atividades fitossanitárias, mas são produtos extremamente importantes para otimizar a operação, a tecnologia de aplicação e aumentar a performance dos defensivos utilizados.
Quando falamos em melhorar a tecnologia de
aplicação e performance dos defensivos podemos citar algumas caraterísticas por
etapa da aplicação. Durante a mistura de tanque os adjuvantes podem atuar na
solubilização da calda, compatibilidade entre químicos, estabilidade, redução
de espuma e controle ou adequação do pH. Já na aplicação, eles influenciam na
formação do spray, controlando o tamanho e padrão de gotas, fatores
extremamente importantes para minimizar a deriva.
Alguns adjuvantes de alta tecnologia podem também
influenciar no tipo de impacto entre gota-alvo, minimizando os respingos da
calda por um efeito conhecido como anti-rebote. Quando já em contato com o
substrato, os adjuvantes são extremamente importantes para manter o molhamento,
espalhamento/recobrimento das folhas. E por fim, podem também influenciar na
absorção e translocação dos defensivos e fertilizantes pelas plantas, bem como
na retenção e resistência a lavagem por chuvas.
Como vimos acima os adjuvantes podem influenciar
nossas aplicações em diferentes aspectos, mas os pontos máximos de todas estas
características só podem ser atingidos com estruturas químicas específicas e
diferentes entre si. Assim, para dizer que um adjuvante é multifuncional
teríamos que possuir todas essas químicas diferentes no mesmo produto, em um
mesmo frasco.
Infelizmente não é possível extrair o máximo
de todas estas funcionalidades em um único produto, pois muitas delas são
quimicamente antagônicas entre si. Sendo assim o que acontece com uma parte
desses produtos é que se prevalece certas características ou funções em
detrimento de outras. Atrelado a isso é importante trazermos para discussão que
cada defensivo agrícola possui características químicas e agronômicas
diferentes e que cada um deles possui um adjuvante específico para melhorar sua
performance.
Por exemplo, podemos citar a aplicação de
fungicidas sistêmicos e protetores em uma mesma calda e que possuem aspecto
agronômico completamente diferentes. O fungicida sistêmico precisa ser
absorvido e translocado na folha, enquanto o fungicida protetor precisa se
espalhar e permanecer na superfície da folha cumprindo seu papel. Então, eu
pergunto aos leitores, vocês acreditam que o mesmo adjuvante pode ter essas
duas funções a um nível excepcional? Sabemos também que a aplicação da maioria
dos fungicidas protetores também é bastante problemática no que diz respeito a
mistura de tanque e pulverização. Podemos ter um único adjuvante que irá
otimizar todas as necessidades do campo, sabendo que cada vez mais trabalhamos
com misturas mais complexas? E a minha resposta é: NÃO!!!
Muitas pessoas nos perguntam por que as próprias
formulações de defensivos já não contêm esses adjuvantes específicos dentro de
suas formulações?!E a resposta é simples: muitos adjuvantes não são compatíveis
dentro da formulação ou não há espaço suficiente para adicioná-lo a uma
concentração que teria realmente efetividade no tanque de pulverização.
Hoje na agricultura brasileira a grande maioria das
aplicações são feitas com adjuvantes que nem se quer conhecemos suas reais
funções na aplicação, normalmente são escolhidos apenas pelo custo ou pela
parceria comercial. Vemos no campo que esse problema tem levado inclusive a
perda de performance de alguns defensivos, já até nos deparamos diversas vezes
com adjuvantes degradando ingredientes ativos e interferindo negativamente na
aplicação. Mas fica difícil para o agricultor ter esse tipo de observação e
avaliação mais profunda no campo.
Porém, algumas marcas passaram a se preocupar com esse cenário. É o caso da DVA Agro no Brasil, que tem como objetivo mudar essa mentalidade de adjuvantes multifuncionais e “milagrosos”, onde todos parecem ser iguais. Estamos focados na aproximação com a realidade do campo, conhecer a necessidade real de cada aplicação e então, fazer recomendações para que o agricultor tenha realmente a resposta esperada e potencializada de cada defensivo utilizado.
Bruno Francischelli - Engenheiro Agrônomo e coordenador de marketing na DVA Brasil
Natália Gonçalves - Engenheira Química e Global Head of R&D Agro na DVA Global
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