Dra. Natasha Vogel, ortopedista pediátrica,
explica como escolher entre esses dois equipamentos e por que eles não
substituem a vigilância de um adulto
Estamos no verão, e o que mais as crianças pedem?!
Piscina!
A ortopedista pediátrica Natasha Vogel conhece bem
essa paixão infantil: “O meu filho ama nadar. Pode ser na piscina, no lago ou
no mar, não tem quem o segure!”.
Para atender a esse pedido, é necessário prezar
pela segurança, e a prevenção é a melhor forma de evitar afogamentos. Daí a
necessidade do uso de colete salva-vidas desde pequeno. E, aí vai a primeira
dica: ensinar sobre a importância do uso do colete e colocá-lo nas crianças
desde cedo. “É a melhor maneira de diminuir a resistência deles quanto ao uso
desse equipamento de segurança”, ensina a médica.
Natasha alerta para as consequências de um
afogamento: “Diferentemente das cenas de filmes, em que a pessoa cai na água,
faz um barulhão, a pessoa se debate na água e grita por socorro, esse acidente
costuma ser silencioso. E, após poucos minutos de submersão, as consequências
podem ser definitivas ou até mortais”.
Colete salva-vidas
- Um colete seguro é aquele certificado pela
NORMAM (NORMA DE AUTORIDADE MARÍTIMA), que cuida de normatizar tudo
relacionado às funções da Marinha do Brasil, e pela SOLAS, que é a
convenção de normas Internacionais para Salvaguarda da Vida Humana no Mar.
- Ele deve ser do tamanho adequado para o peso e
a altura da criança. Antes de comprar, vista o colete no pequeno e tente
suspendê-lo pelas alças. Se o espaço entre o ombro e alças for maior que 4
dedos, o colete está grande.
- O objetivo do colete salva-vidas é manter a
criança flutuando com as vias aéreas para fora da água. Além disso, ele
permite que os braços fiquem livres para se divertirem. E é bom deixar
claro que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) indica o uso do colete
para menores de 4 anos.
Boias
- São tantos os modelos de flutuadores infantis
ou boias que fica até difícil escolher. Por causa disso, vamos seguir as
orientações da Sociedade Brasileira de Salvamento aquático (SOBRASA), que
orienta o uso de boias dos braços isoladas da boia do tronco, pois
permitem que a criança consiga rodar. Isso garante a flutuação e mantém a
via aérea livre.
- Boias de ar oferecem o risco de desinflarem.
Se for somente a boia de braço, a criança pode retirá-la e esse modelo
compromete a mobilidade da criança.
- As boias “tipo pneu” podem escorregar do corpo
da criança, assim, não garantem a flutuação. Portanto, seja muito
criterioso na hora de escolher o flutuador para o seu filho.
O mais importante, segundo a médica e mãe, é o fato
de que nenhum deles (boia ou colete) substitui a vigilância constante. Nessa
hora, distrações como: celular, ler, jogar bola, cortar grama ou trabalhar não
podem estar presentes!
Como algumas vezes a piscina faz parte de um
encontro da família, de um aniversário ou de um churrasco, o risco de
afogamento acaba sendo maior.
“Para evitar acidentes na piscina, uma excelente
ideia é fazer um rodízio entre os pais presentes. Sabe como isso funciona? Um
pai é eleito como responsável por ficar de olho na piscina, ele até usa uma
braçadeira, depois de um certo tempo, ela é repassada para outro pai”, sugere
Natasha.
Dra. Natasha Vogel - Médica Assistente em Ortopedia e Traumatologia do HSPM-SP São Paulo, Brasil; Mestrado em Ciências do Sistema Muscoesquelético; Universidade de São Paulo, USP São Paulo, Brasil, Especialização -- Residência Médica Universidade de São Paulo, USP São Paulo, Brasil; Título: Ortopedia Pediátrica; Especialização -- Residência Médica Hospital do Servidor Público Municipal, HSPM/SP São Paulo, Brasil; Título: Ortopedia e Traumatologia; Graduação em Medicina Faculdade de Medicina de Jundiaí, FMJ Jundiai/SP, Brasil.
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