Sem ouvir direito,
eles estão menos atentos a assaltos, golpes e ao trânsito nas ruas
Os casos de violência saltam aos olhos por todo o
Brasil. E muita gente pode ainda não ter percebido, mas além da visão, a
audição é um sentido primordial para a nossa segurança. Ouvir bem ajuda a
alertar sobre um perigo nas ruas ou no trânsito, despertando nosso reflexo de
reação e autodefesa frente ao risco de assaltos, arrastões, batidas de carro e
atropelamentos. Até os golpes praticados por bandidos, pelo telefone - como os
falsos sequestros - são mais fáceis de serem aplicados se a pessoa não escuta
bem e não percebe que é trote.
Não ouvir pode ser muito perigoso, uma vez que os
sons servem de alerta ao ser humano. Quem tem perda auditiva e não usa um
aparelho auditivo, não ouve, por exemplo, alguém gritando seu nome para
alertá-lo de algum perigo, ou a buzina de um carro, ou uma sirene tocando em
caso de incêndio. Pode até mesmo ser difícil compreender o anúncio de um
assalto. Com certa frequência a imprensa relata violência envolvendo pessoas
com perda auditiva que não ouviram e, assim, não compreenderam a gravidade de
uma situação.
Foi o caso de Luciano, que estava no carro parado no
sinal de trânsito, com os vidros abertos, na zona leste de São Paulo. Ele viu
quando dois homens se aproximaram pelo lado do passageiro e, de repente, sentiu
algo na cabeça e percebeu tinha levado um tiro de raspão. Por causa da
deficiência auditiva, o homem não compreendeu o que assaltante dizia. Também em
São Paulo, quatro criminosos entraram em um ônibus e anunciaram o assalto. Eles
roubaram o dinheiro do cobrador e dos passageiros, mas uma pessoa com perda
auditiva que não teria entendido o que acontecia, acabou falecendo. Em
Pernambuco, um adolescente de 17 anos estava a
caminho do colégio para buscar a irmã quando, a 400 metros do local, foi
abordado por homens numa moto que anunciaram o assalto. Como o jovem
tinha perda auditiva, não entendeu e reagiu. Levou quatro facadas e faleceu no
local.
Dentro de casa os perigos também são
reais para quem tem problemas de audição. Ao colocar água para ferver em uma
chaleira, por exemplo, o indivíduo pode não ouvir o chiado da panela. Ao
dividir a casa com seus familiares, pode não ouvir o pedido de socorro caso
alguém caia ou passe mal em um outro cômodo.
"A pessoa com perda auditiva está totalmente a
mercê de infinitos perigos urbanos e domésticos. E o que vai resguardá-lo
desses contratempos e resgatar a sua qualidade de vida é procurar a ajuda de um
médico otorrinolaringologista ou um fonoaudiólogo para começar a usar aparelhos
auditivos, se for o caso", afirma a fonoaudióloga Rafaella Cardoso,
especialista em Audiologia na Telex Soluções Auditivas.
Em média, uma pessoa demora sete anos para procurar
ajuda médica e tratar a dificuldade de ouvir. Caso seja necessário o uso de
aparelho auditivo, um fonoaudiólogo indicará o modelo mais adequado.
"Há uma grande diversidade de modelos no mercado
atualmente, com alta tecnologia e design inovador, discretos e confortáveis.
Alguns são tão pequenos que quase passam despercebidos. Melhorar a audição é
muito mais do que conforto, é proporcionar segurança, voltar a ter a capacidade
de se envolver plenamente com a vida, com as pessoas e com as situações ao
redor", conclui a fonoaudióloga da Telex.
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