Com estreia em 28 de janeiro, espetáculo São Paulo marca a reabertura do Teatro Unimed, depois de quase dois anos fechado em decorrência da pandemia.
Na semana de aniversário da cidade, Regina Braga estreia espetáculo dedicado a São Paulo. (créditos: Roberto Setton / Teatro Unimed) |
Uma cidade que assusta, desafia,
acolhe, estimula e encanta. Uma atriz que faz questão de compartilhar com todos
sua crescente paixão pela cidade por meio de histórias garimpadas ao longo de
anos. Um grupo musical que traz à tona versos e melodias que mostram uma cidade
única, contraditória, misteriosa e muito divertida. Assim é São Paulo,
espetáculo teatral com a atriz Regina Braga que estreia na
sexta-feira, 28 de janeiro, celebrando o aniversário da cidade, no Teatro
Unimed (Ed. Santos Augusta, na esquina das duas ruas, ao lado
da Av. Paulista, em São Paulo). Agora, o aguardado espetáculo poderá,
finalmente, ser visto presencialmente pelo grande público, pois a estreia
prevista para 12 de março de 2020 foi desmarcada em decorrência da pandemia.
Desde a sua fundação, em 25 de
janeiro de 1554, na área conhecida como Campos de Piratininga, entre os rios
Anhangabaú e Tamanduateí, onde já existia o Pateo do Colégio, a cidade de São
Paulo tem vivido contínuas transformações, sempre acolhendo quem chega,
multiplicando sua diversidade e acelerando sua evolução. Esta cidade ocupa o
papel de personagem principal do espetáculo dirigido por Isabel
Teixeira, que reúne histórias deliciosas como o relato do Padre
José de Anchieta sobre subir a serra do mar (a pé!), a visão poética de Itamar
Assumpção sobre o Rio Tietê, a reflexão de Drauzio Varella sobre os passarinhos
(bem-te-vis, tico-ticos, sanhaços, sabiás...) que, teimosos, ainda insistem em
morar na cidade, e outras preciosidades escritas por ninguém menos que José
Miguel Wisnik, Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Paulo Prado, Castro Alves,
Paulo Caruso, Guilherme de Almeida, Plínio Marcos, José Ramos Tinhorão,
Alcântara Machado, Manuel Bandeira, German Lorca, Frei Gaspar da Madre de Deus,
Carlos Augusto Calil, Paulo Bonfim e Pedro Corrêa do Lago.
A ideia do espetáculo começou a
tomar forma há dez anos, estimulada pela leitura do livro A Capital da Solidão,
de Roberto Pompeu de Toledo. “Com este livro, a minha
relação com a cidade mudou, passou a ser mais amorosa, de afeto mesmo, buscando
entender os lugares descritos no livro, como a forca que existia na Liberdade”,
revela Regina, que chegou em São Paulo aos 18 anos de idade e, como ela mesma
diz, “foi ficando”. São Paulo, uma cidade que nasceu isolada, escondida e assim
permaneceu por quase quatro séculos. Ao longo da peça, (re)descobrimos a
transformação da pacata vila com o ciclo do café, que fomentou estradas de
ferro e estimulou a imigração; a fundação da Faculdade de Direito no largo de
São Francisco, que impactou definitivamente em sua vida cultural e de lazer; o
crescimento da cidade para além dos rios Tietê e Pinheiros; o surgimento das
periferias a partir dos anos 30 e sua imensa força braçal e cultural; o
carnaval do jeito bem paulistano e suas primeiras escolas de samba...
“A evidente
paixão de Regina pela cidade de São Paulo é contagiante, conduz o fio narrativo
e envolve completamente quem assiste ao espetáculo”, afirma a diretora Isabel Teixeira. Este afeto e este
encantamento motivaram uma extensa pesquisa sobre a cidade e o que se escreveu
e se cantou sobre ela, com inúmeras ideias anotadas - uma a uma, ano após ano -
em um caderninho. Um processo de construção narrativa realizado com as pessoas
e para as pessoas, que foi incorporando referências que vieram à tona em uma
série de leituras realizadas na Casa de Mario de Andrade, na Biblioteca Mario
de Andrade, na Casa das Rosas e em oito exibições no YouTube.
A própria Regina, responsável pelo
roteiro, organizou tudo sobre uma ampla mesa, peça central no processo de
criação e que acabou sendo o principal elemento cenográfico na montagem
teatral, em volta da qual casos e lembranças são compartilhados e ganham calor,
cor e som, como acontece mesmo em uma acolhedora mesa de roda de samba,
daquelas que adoramos em um boteco ou no quintal de casa. Cenário perfeito para
a música produzida graças ao talento de Xeina Barros (voz e percussão), Alfredo
Castro (voz e percussão), Vitor Casagrande
(voz, cavaquinho e bandolim) e Gustavo de Medeiros / Guilherme
Girardi (voz e violão), que dividem o palco com Regina.
A boa música que é o elemento
condutor do espetáculo, seja complementando os textos que majestosamente ganham
vida com a atriz, seja servindo de contraponto à sua atuação. Entre as pérolas
resgatadas, São Paulo, Chapadão da Glória (Silas de Oliveira e Joaci Santana),
Samba Abstrato (Paulo Vanzolini), Viaduto de Santa Efigênia (Adoniran Barbosa),
O Mundo (André Abujamra), No Sumaré (Chico César), Vira (Renato Teixeira),
Persigo São Paulo (Itamar Assumpção), entre outras. “A Regina é uma artista
muito completa: escreve, canta, produz, sempre muito viva e inquieta. Eu me
reconheço nessa inquietação”, complementa Isabel.
E é por inquietação e afeto que
Regina compartilha também algumas de suas lembranças da cidade, como as
chegadas de trem na Estação da Sorocabana (como era conhecida a estação Júlio
Prestes), os jardins floridos dos casarões da Av. Angélica, a elegância nas
ruas, a garoa, as águas que sumiram embaixo do cimento, com os rios
subterrâneos e retificados, a efervescência do centro da cidade e de teatros
como o Maria Della Costa, o Arena e o Oficina, a Escola de Arte Dramática que
funcionava onde hoje é a Pinacoteca, as - também teimosas! - árvores da cidade:
ipês brancos, roxos, amarelos; flamboyants vermelhos, alaranjados; tipuanas;
jacarandás mimosos; sibipurunas com flores amarelas que imitam canários... Uma
cidade sempre viva, estimulante e aberta, como o próprio espetáculo, como sus
próprias pessoas. Parafraseando Itamar Assumpção, não é (só) amor, é uma
identificação absoluta. São Paulo é Regina, São Paulo somos nós.
““Estamos muito
felizes em retomar os espetáculos presenciais do Teatro Unimed com a Regina
Braga, uma referência em talento brasileiro, ainda mais exaltando uma cidade
que todos amamos, levando cultura e alegria ao público. A arte e o
entretenimento são grandes aliados da saúde mental, fundamentais para uma vida
plena e de bem-estar”, afirma Luiz
Paulo Tostes Coimbra, presidente da Central
Nacional Unimed.
“Regina Braga e o Teatro
Unimed têm muito em comum. Todos trabalhamos em prol da produção cultural de
alta qualidade, cuja função principal é comunicar, divertir e emocionar. Ao
mesmo tempo, faz parte dos nossos objetivos sempre olhar de forma atenta para a
cidade, respeitando sua história, suas transformações, suas necessidades, e
contribuindo para sua melhor qualidade de vida. Assim como Regina, amamos São
Paulo e é por esta cidade que existimos”, declara Fernando
Tchalian, CEO da desenvolvedora Reud,
controladora do Teatro Unimed.
Sinopse
Espetáculo teatral que passeia
pelos encantos, mistérios e fatos curiosos da cidade de São Paulo, sua
formação, suas transformações, sua gente, suas contradições, sua força. A
cidade de São Paulo como personagem principal que ganha vida em textos e
músicas garimpados ao longo de uma extensa pesquisa, apresentados de forma
divertida, intensa e muito leve.
Ficha Técnica
Elenco: Regina Braga, Vitor
Casagrande, Gustavo de Medeiros/Guilherme Girardi, Alfredo Castro e Xeina
Barros
Direção: Isabel Teixeira
Assistente de direção: Aline Meyer
Roteiro: Regina Braga
Colaboração no roteiro: Isabel
Teixeira, Aline Meyer, Vitor Casagrande, Alfredo Castro, Guilherme Girardi e
Mônica Sucupira
Colaboração artística: Monique
Gardenberg
Iluminação: Beto Bruel
Cenografia e Figurino: Simone Mina
Assistente de Cenografia: Vinicius
Cardoso
Gravuras: ateliê Fora de Esquadro –
Isabel Teixeira (a partir de arquivos antigos, acervo pessoal e fotos de German
Lorca)
Projeto Gráfico: Alexandre Caetano
e Júlia Gonçalves (Oré Design Studio)
Fotos: Roberto Setton
Vídeo: Gislaine Miyono e Michel
Souza
Operação de luz: Ton Ribeiro
Operação de som: Alexandre Martins
Gerente Técnico: Reynold Itiki
Comunicação: Dayan Machado
Assessoria de Imprensa: Fernando
Sant’ Ana
Assessoria Jurídica: Carolina Simão
Produção Executiva: Rick Nagash
Direção de Produção: Anayan Moretto
Realização: Ágora Produções
Teatrais e Artísticas
São Paulo, com Regina Braga
Teatro Unimed
Ed. Santos Augusta, Al. Santos, 2159, Jardins, São Paulo
Curta temporada: de 28 de janeiro a 20 de fevereiro de
2022
Quintas, sextas e sábados, às 21h. Domingos, às 18h.
Inteira R$ 90 (plateia), R$ 60 (balcão), R$45 e R$ 30
(meia-entrada)
Clientes Unimed têm 50% de desconto com apresentação da
carteirinha
Horários da bilheteria: de quinta a sábado, das
13h30 às 21h30. Domingos, das 10h30 às 18h30
Vendas online: www.sympla.com.br
Classificação: livre
Acesso para pessoas com mobilidade reduzida
Serão exigidos comprovante de vacinação contra Covid e
uso de máscara durante todo o espetáculo.
Estacionamento com manobrista: R$ 25 (preço único)
https://www.facebook.com/TeatroUnimed
https://www.instagram.com/teatrounimed/
https://instagram.com/saopauloteatro
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