O ano de 2021 foi especialmente agitado quanto ao tema Segurança da Informação. Não é de agora que este assunto faz parte da pauta do C-Level (Diretoria) das empresas, em especial dos CIOs e profissionais que atuam na área de riscos e compliance.
Porém a atenção para a cibersegurança vem
alcançando patamares ainda maiores já que o Brasil se tornou o 5º país com o
maior número de ataques do tipo ransomware, um aumento de 92% em
relação a 2020, segundo
pesquisa da empresa de segurança da Inflobox, publicada pelo site cio.com.br.
Ao longo do último ano, foram diversos os exemplos
de ataques bem-sucedidos que resultaram em impactos operacionais, danos à
imagem e, na maioria dos casos, prejuízos financeiros. Ganharam publicidade os
casos do Fleury, JBS, Cyrela, Lojas Renner, Ministério da Saúde e muitos
outros, em que as empresas, com seus ativos de TI sequestrados, tiveram que
realizar pagamento de altos valores, com operações impactadas, balanços
trimestrais prejudicados, etc..
Mas não foi apenas com as ameaças de ransomware que
as empresas brasileiras tiveram que lidar, embora esta tenha sido talvez a mais
impactante. O Brasil é também a capital mundial do phishing,
uma outra técnica utilizada para obter dados confidenciais, senhas e
informações importantes para serem utilizadas em ataques futuros.
Tenho observado que são vários os fatores que
contribuem para este cenário, mas um dos principais, se não o principal, é o
baixo nível de maturidade em segurança da informação e a incorreta alocação de
investimentos de muitas organizações (públicas e privadas).
A boa notícia é que parece haver uma mudança na percepção
das empresas do que é segurança da informação e da importância da cultura em
ciber-resiliência. Este entendimento está diretamente ligado ao fato de os
ataques bem-sucedidos receberem publicidade em âmbito nacional, inclusive em
canais de TV aberta.
É importante ter clareza de que por maior que seja
o investimento em ferramentas e técnicas de proteção robustas não há como
construir um ambiente intransponível, portanto, não é uma questão de "vai
ou não ocorrer um ataque na minha empresa", mas sim "quando ele vai
ocorrer."
Ao assumir que em mais ou menos tempo vai acontecer
uma tentativa de invasão no seu ambiente, é mais do que urgente estar preparado
para isto. Investir em ferramentas é importante, mas criar uma cultura de
resiliência cibernética é fundamental.
Quando falamos em cultura de ciber-resiliência
estamos considerando a preparação da empresa para atuar em três frentes, sendo:
(1) Contenção – treinamentos dos
colaboradores quanto ao seu papel em segurança da informação, medidas e
ferramentas para evitar que o ataque ocorra.
(2) Controle do ataque - uma vez
que a tentativa aconteceu, sendo ou não bem-sucedida, é necessário identificar
em tempo hábil e implementar as medidas cabíveis para conter o ataque ou
diminuir os seus impactos, e, por último,
(3) Resposta - uma vez que o
ataque foi bem-sucedido, quais ações devem ser iniciadas imediatamente e quais
mecanismos serão acionados com o intuído mitigar os impactos gerados pelo
ataque e dar uma resposta adequada aos stakeholders.
Neste novo cenário, é necessário envolver toda a
organização. Certamente não terá êxito nesta jornada a empresa que depender
apenas do time de TI para responder aos ataques cibernéticos.
É preciso adotar um conjunto de medidas envolvendo
desde o CEO, conselho de administração e RH, até os times de comunicação,
assessoria de imprensa, profissionais de tecnologia e representantes dos mais
diversos setores. Portanto, é necessário envolver toda a empresa e investir em
pessoas na conscientização do papel de cada um para um ambiente mais seguro.
Contar com uma empresa especializada no assunto
assegura para a organização uma visão multidisciplinar do tema, permitindo o
desenvolvimento de uma abordagem alinhada com as boas práticas de mercado que
atendam as estas três frentes. Ao escolher trabalhar com a Baker Tilly, o
cliente conta com expertise de uma empresa global com atendimento personalizado
para organizações de todos os portes.
Leonardo Silva é sócio da
Baker Tilly no Brasil - Tem cerca de 25 anos de experiência em projetos de
consultoria com foco em gestão e tecnologia, é formado em Tecnologia da
Informação, Ciências Contábeis e possui especialização em gerenciamento de
projetos pela Harvard Business School.
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