● Estudo da empresa global de inovação corporativa mostra a evolução do setor de bem-estar no país no último ano e conclui que sentimentos antagônicos de ansiedade e esperança aumentaram entre os brasileiros, enquanto medo diminuiu. Em busca do equilíbrio mental, praticar exercícios, ouvir música e fazer terapia são os principais recursos listados, seguidos por meditação e uso de medicamentos;
● Consultoria também compara o uso de diferentes
soluções tecnológicas e mapeia 70 startups nacionais e internacionais de
bem-estar físico e mental, qualidade do sono, diagnóstico em casa, alimentação
saudável, gamificação e internet das coisas
Desde o pico dos casos de Covid-19 no ano passado até hoje, com
a vacinação em curso, a saúde mental é a preocupação que mais cresceu entre os
brasileiros apesar da atenuação da pandemia: de 26% para 45% (quase o dobro).
Os aspectos mais afetados na vida das pessoas no último ano são, em primeiro e
segundo lugar, a saúde mental e o trabalho, seguidos pelas relações de amizade,
finanças e família. Os dados estão na mais nova pesquisa “Tendências do setor
de bem-estar: o impacto da flexibilização da quarentena”, conduzida pela The
Bakery, empresa global de inovação corporativa.
A coleta de dados foi realizada no período de 24 de agosto a 10
de setembro de 2021, por meio de pesquisa online e voluntária em todas as
regiões do Brasil, com 512 pessoas de todas as idades e 97% dos respondentes
tomaram pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19. Trata-se do segundo
estudo comparativo em relação à primeira versão de meados de 2020 intitulada “O
que tem tirado o sono dos brasileiros”, que apontou que metade da população
estava dormindo pior na quarentena (a tendência se mantém).
Além de mostrar a evolução das rotinas dos brasileiros, da
qualidade do sono e das relações pessoais e de trabalho, o relatório traz ainda
um mapeamento de 70 startups nacionais e internacionais divididas em 8
categorias: bem-estar físico, bem-estar mental, qualidade do sono, vacina e
diagnóstico em casa, alimentação saudável, cuidados de beleza, gamificação e
internet das coisas.
“Das 70 startups selecionadas, metade é voltada para o bem-estar
e a saúde mental. São 37 brasileiras e 33 internacionais. Essas soluções se
multiplicaram rapidamente e vêm se destacando nesse período de pandemia, o que
reforça a centralidade que esses aspectos ganharam na vida das pessoas”, afirma
Felipe Novaes, cofundador da The Bakery.
A consultoria possui uma ampla
rede global de soluções, composta por milhares de empreendedores, mentores,
professores, pesquisadores e investidores em mais de 30 países. Foi a partir
desse conhecimento que chegou a uma seleção minuciosa e direcionada para o
recorte temático da nova pesquisa. Entre as startups mapeadas, estão a
brasileira Zenklub, aplicativo para apoio de psicólogos e terapia online sem
sair de casa, e a norueguesa No Isolation, que promete reduzir a solidão e o
isolamento social através de uma tecnologia acolhedora de telepresença para
adultos e crianças, como é o caso do robô AV1.
Principais sentimentos dos brasileiros e como driblam os problemas
Entre os resultados do novo estudo na comparação com o primeiro,
nota-se junto aos entrevistados que a sensação de ansiedade continua sendo a
mais apontada (42% → 44%), seguida do sentimento de
esperança (12% → 18%). Já a sensação de medo sofreu queda de um
ano para o outro (10% → 3%). Na contagem total de
sentimentos listados, os negativos (ansiedade, estresse, medo e tristeza)
aparecem com mais frequência do que os positivos (esperança, tranquilidade e
empatia): 68,3% e 28,4%, respectivamente.
“O resultado, na verdade, corrobora para esta maior atenção à
saúde mental, justamente porque sentimentos negativos ainda estão muito
presentes no dia a dia das pessoas, com a ansiedade liderando em ambas as
edições do estudo com mais de 40%”, destaca Novaes.
Em relação ao que tem sido feito em prol da saúde mental, os
recursos mais utilizados são praticar exercícios físicos, que subiu de 33% para
44%, e ouvir música (40% → 33%). A quantidade de
brasileiros fazendo terapia dobrou (15% → 29%), assim como o consumo de
medicamentos (7% → 13%). Já a prática da meditação, que surgiu com força durante o isolamento social,
caiu ligeiramente esse ano (21% → 16%).
Tecnologias mais utilizadas e recorte por gênero
Dos 110 respondentes que
disseram utilizar uma ou mais tecnologias para lidar com o sono e a saúde
mental, 60% têm entre 18 e 34 anos. A pesquisa revelou ainda que homens e
mulheres utilizam essas tecnologias de formas distintas. Enquanto eles usam
mais dispositivos para monitoramento do sono e controles de iluminação e sons
no quarto, elas recorrem a aplicativos para consultas médicas e plataformas
para novos estudos. Os pontos em comum são os aplicativos para meditar e as
plataformas de videochamada para falar com amigos e família.
“As tecnologias têm um papel
paradoxal na pandemia. Ao mesmo tempo em que podem ser vilãs, levando à
exaustão física e mental se usadas em excesso, também oferecem suporte e soluções
para esses problemas”, argumenta Novaes.
Em relação ao sono, principal foco da pesquisa anterior, não houve mudanças significativas, permanecendo uma porcentagem alta da população que está dormindo pior do que no período anterior à pandemia (44% → 47%) e igual (44% → 44%). O percentual de quem dorme melhor caiu ligeiramente (12% → 9%). “O brasileiro em geral está mais preocupado em encontrar alternativas para dormir melhor. As pessoas têm realizado exercícios físicos, se alimentando melhor e lido mais para ter uma boa noite de sono, além de recorrer às tecnologias como suporte”, destaca Novaes.
Metade
dos pesquisados trabalha no modelo home office e está mais ansioso
Se
os brasileiros estão se sentindo mais afetados no campo mental, o impacto no
aspecto profissional diminuiu em comparação ao ano anterior, embora siga alto e
apareça em segundo lugar (52% → 39%). Ao confrontar as duas edições, 2021 se destaca como um ano de
novas conquistas, com um aumento de 18 pontos percentuais no número de pessoas que conseguiram um
novo emprego, passando de 2% para 20%.
O
trabalho remoto ou home office é uma realidade para 54% dos respondentes (no
ano passado eram 67%). “É importante ressaltar que na edição anterior não havia
a opção relacionada ao modelo híbrido de trabalho. Nesta pesquisa, ele já se
torna uma realidade, com 16% dos respondentes adotando o formato”, salienta
Novaes.
Outro
aspecto é o aumento significativo relacionado à ansiedade dos profissionais que
estão trabalhando remotamente: de 42% para 52%. “Quando observamos as pessoas
que estão saindo para trabalhar, percebemos que estão um pouco menos ansiosas
(33%) e o mesmo vale para quem atua no modelo híbrido (30%)”, detalha o
cofundador da The Bakery.
A pesquisa pode ser acessada aqui
The Bakery
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