Essa realidade pode prejudicar ainda mais quem já sofre com o problema
Para Myriam Albers,
psicóloga da Clínica Maia, o consumo de bebidas alcoólicas aumenta nas festas
de final de ano e pode levar à ingestão excessiva de álcool. "Seja pelo
fechamento do ano ou pelo início de um novo ciclo, visando agradecer pelas
conquistas e/ou extravasar devido a possíveis acontecimentos ruins - como a
perda de pessoas queridas, separações, desemprego -, cada um encontra um motivo,
bom ou não, que acaba justificando o abuso da bebida nessa época", comenta
a especialista.
Só que é importante
lembrar que o álcool afeta o organismo de diferentes maneiras, ele atinge rins,
fígado, pele, sistema imunológico, e ainda está relacionado ao aparecimento de
tumores. Além disso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o
mundo, 3 milhões de mortes por ano resultam do uso nocivo de bebidas
alcoólicas.
Vale ressaltar,
inclusive, que não existe uma quantidade de consumo recomendada ou segura, o
ideal então é evitá-las.
Para quem não têm
histórico de alcoolismo, a perda do controle da quantidade ingerida, alterações
no comportamento, e ressaca depois parecem consequências leves. Mas não é bem
assim...
"Pode parecer
inofensivo, mas esse período de consumo exagerado de álcool já é capaz de gerar
um abuso significativo da substância, que tem potencial de ser um fator
determinante para o desenvolvimento da dependência química", explica a
psicóloga.
Já para quem sofre com
a dependência, esta época acaba sendo particularmente difícil, levando a crises
e recaídas. Desse modo, a profissional aconselha que o dependente químico
mantenha distância dos ambientes e situações onde a bebida é a principal
convidada, principalmente pessoas que estiverem ainda no processo de
reabilitação.
"Os familiares e
amigos que estão ao redor também precisam ficar atentos, oferecer apoio e, em
caso de surto ou crise, é fundamental que entrem em contato com uma clínica
psiquiátrica para que seja feita a remoção do paciente a um lugar adequado,
onde irá receber todo apoio e segurança necessários para preservar sua
vida", alerta Myriam.
É bom lembrar que o
álcool pode gerar sinais bem incômodos, como cansaço, mal-estar, confusão
mental, perda do reflexo e da memória; desconfortos que podem até mesmo impedir
o relacionamento e a confraternização com os que estão compartilhando destes
momentos festivos. Cuidado!
Precisamos falar mais
sobre alcoolismo e saber identificar quando é preciso buscar ajuda. "A
dependência química é uma doença que não tem cura, então evite ao máximo cair
nela", conclui a psicóloga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário