VGCOM - Liza Summer - Pexels - imagem |
Qualquer pessoa pode ter a síndrome do impostor,
mas são nas mulheres que se encontra a maior incidência. Esta é a constatação
da psicóloga clínica Karin Kenzler, que atribui parte disso ao momento
histórico. “Estamos vindo de um período de muita opressão, submissão, e hoje a
mulher está explorando novas áreas, invadiu o mercado de trabalho e tem outra
imagem na sociedade”, explica. Assim, a mulher sofre com a baixa
autoestima e por ter a necessidade de sempre ter que provar que é capaz. “É uma
sensação de que ela não está preparada, que não é boa o suficiente, de
perfeccionismo, que progride para um comportamento de se autoboicotar, de não
se permitir galgar altos postos, de não ousar”, afirma.
O resultado? Muitas vezes a vida profissional fica
desproporcional ao potencial que tem, por não acreditar que é capaz e que
consegue. Por consequência, a mulher desenvolve um comportamento de
procrastinação, perde boas oportunidades, adia e não faz. São atitudes que
facilmente se identifica no dia a dia, mas muitas vezes não se dá conta.
E a Síndrome do Impostor - termo usado pela
primeira vez em 1978 pelas psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes – não está
relacionada a nível ou cargo que a mulher ocupa, qualquer uma pode ter a
patologia.
Outras características da doença são necessidade de
se esforçar sempre mais; receio da exposição; se comparar com os outros para
“provar” que é inferior e agradar a todos. Tudo isso pode gerar na mulher muita
ansiedade, cansaço, desgaste, angústia, tristeza, frustração e insatisfação.
Ainda que a síndrome do impostor esteja muito
associada ao lado profissional, pode também estar relacionada às áreas pessoal,
familiar ou sentimental.
A base do tratamento é o autoconhecimento. “A ideia
é conseguir manejar todos esses sentimentos. É muito difícil remover essas
sensações, mas se consegue combater com a consciência”, diz a
psicóloga. Será uma luta contra si mesmo, ou melhor, contra os pensamentos
decorrentes da síndrome para serem mudados por outros positivos. Uma técnica
que ajuda é se pautar em fatos, pois os sentimentos negativos têm como base o
medo e não a realidade. Outras estratégias: “contrapor a imagem que os outros têm de você com a
que você tem de si mesma, enumerar as conquistas, compartilhar seus sentimentos
e se antecipar a síndrome, sabendo da insegurança que a invadirá diante de um
novo desafio ou oportunidade”, sugere Karin. Neste processo, a
psicologia é uma boa aliada e pode auxiliar na percepção e condução dos
sentimentos e emoções.
Karin kenzler
- Formada em psicologia pela PUC
SP e pós graduada em psicopedagogia pela Universidade Santo Amaro, Karin tem no
currículo experiência profissional na Alemanha, em psiquiatria de jovens e
adultos e no Departamento de Desenvolvimento Pessoal. No Brasil, trabalha com
psicoterapia para casais, famílias, adultos, adolescentes e crianças. Já atuou
em psicóloga escolar, atendimento clínico em Terapia Artística, projeto social
com crianças e adolescentes da favela e psicologia do esporte. Tem formação em
Psiquiatria e Psicoterapia de criança e adolescentes, Especialização em
Psicanálise da Criança, Extensão em testes e dinâmicas de grupo em Orientação
Vocacional e Extensão em Terapia de Casal e Família.
Nenhum comentário:
Postar um comentário