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segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Mulheres têm crescimento profissional dificultado com a síndrome do impostor

VGCOM - Liza Summer - Pexels - imagem
 Medo do sucesso pode estar relacionado ao momento histórico feminino


Qualquer pessoa pode ter a síndrome do impostor, mas são nas mulheres que se encontra a maior incidência. Esta é a constatação da psicóloga clínica Karin Kenzler, que atribui parte disso ao momento histórico. “Estamos vindo de um período de muita opressão, submissão, e hoje a mulher está explorando novas áreas, invadiu o mercado de trabalho e tem outra imagem na sociedade”, explica. Assim, a mulher sofre com a baixa autoestima e por ter a necessidade de sempre ter que provar que é capaz. “É uma sensação de que ela não está preparada, que não é boa o suficiente, de perfeccionismo, que progride para um comportamento de se autoboicotar, de não se permitir galgar altos postos, de não ousar”, afirma.

O resultado? Muitas vezes a vida profissional fica desproporcional ao potencial que tem, por não acreditar que é capaz e que consegue. Por consequência, a mulher desenvolve um comportamento de procrastinação, perde boas oportunidades, adia e não faz. São atitudes que facilmente se identifica no dia a dia, mas muitas vezes não se dá conta.

E a Síndrome do Impostor - termo usado pela primeira vez em 1978 pelas psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes – não está relacionada a nível ou cargo que a mulher ocupa, qualquer uma pode ter a patologia.

Outras características da doença são necessidade de se esforçar sempre mais; receio da exposição; se comparar com os outros para “provar” que é inferior e agradar a todos. Tudo isso pode gerar na mulher muita ansiedade, cansaço, desgaste, angústia, tristeza, frustração e insatisfação.

Ainda que a síndrome do impostor esteja muito associada ao lado profissional, pode também estar relacionada às áreas pessoal, familiar ou sentimental.

A base do tratamento é o autoconhecimento. “A ideia é conseguir manejar todos esses sentimentos. É muito difícil remover essas sensações, mas se consegue combater com a consciência”, diz a psicóloga. Será uma luta contra si mesmo, ou melhor, contra os pensamentos decorrentes da síndrome para serem mudados por outros positivos. Uma técnica que ajuda é se pautar em fatos, pois os sentimentos negativos têm como base o medo e não a realidade. Outras estratégias: “contrapor a imagem que os outros têm de você com a que você tem de si mesma, enumerar as conquistas, compartilhar seus sentimentos e se antecipar a síndrome, sabendo da insegurança que a invadirá diante de um novo desafio ou oportunidade”, sugere Karin. Neste processo, a psicologia é uma boa aliada e pode auxiliar na percepção e condução dos sentimentos e emoções.

 


Karin kenzler   -   Formada em psicologia pela PUC SP e pós graduada em psicopedagogia pela Universidade Santo Amaro, Karin tem no currículo experiência profissional na Alemanha, em psiquiatria de jovens e adultos e no Departamento de Desenvolvimento Pessoal. No Brasil, trabalha com psicoterapia para casais, famílias, adultos, adolescentes e crianças. Já atuou em psicóloga escolar, atendimento clínico em Terapia Artística, projeto social com crianças e adolescentes da favela e psicologia do esporte. Tem formação em Psiquiatria e Psicoterapia de criança e adolescentes, Especialização em Psicanálise da Criança, Extensão em testes e dinâmicas de grupo em Orientação Vocacional e Extensão em Terapia de Casal e Família.


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