A fábula contemporânea – inspirada no livro L’Aquarium, da autora suíça Cornélia De Preux – discute a manutenção das aparências e traz para a dramaturgia os conflitos de uma situação familiar diante dos desafios impostos por uma sociedade isolada, fisicamente e virtualmente
Espetáculo “O Aquário” - Crédito: Claus Lehmann / Em cena: Fabiana Gugli; Luiza Curvo; Luiza Micheletti; Robson Catalunha - Link para fotos: https://we.tl/t-hJ1jNuXCjK
O Sesc Santo
Amaro está retomando as atividades presenciais na Unidade e
apresenta, no primeiro final de semana de dezembro, dias 4 e 5,
sábado (20h) e domingo (18h), duas sessões do espetáculo “O Aquário”
no Teatro. O texto é baseado no
romance homônimo da autora suíça Cornélia de Preux e traz no elenco os atores
Fabiana Gugli, Luiza Curvo, Luiza Micheletti e Robson Catalunha, com a direção
de Cássio Brasil.
Em “O Aquário”, uma
família de classe média simula uma viagem de férias para as ilhas Fiji, na
Oceania. Embora não tenha dinheiro para de fato financiar a ida, o patriarca
Constantin sustenta a ideia com confiança e espalha a notícia aos quatro
ventos; reserva hotéis, planeja traslados, pesquisa diversos passeios e faz
questão de dividir as novidades com a vizinhança do condomínio onde vive. No
dia da partida, no entanto, ele se tranca no porão da própria casa ao lado da
esposa e dos três filhos em nome da manutenção da mentira. A família ficará
ali, enclausurada, durante as férias.
Tatiana e os filhos
Kevin, Violeta e Vladimir cumprem diariamente uma série de metas estabelecidas
pelo pai, tais como passar bronzeador, assistir ao noticiário, treinar a
imaginação criativa para elaborarem fatos das férias fictícias e serem capazes
de relatar suas experiências com verdade e naturalidade, além de praticar a
observação dos peixes no aquário e estabelecer certa simbiose com eles.
A proposta da peça
consiste em estabelecer um paralelo metalinguístico na vivência da família no
porão e dos atores em cena. O objetivo não é o da transposição linear da
literatura para as artes cênicas, com uma dramaturgia fechada em cima da
sinopse de um livro, pois perderia em profundidade. Assim, o espetáculo
pretende literalmente “atravessar” a obra de Cornélia de Preux ao invés de
adaptá-la, na medida em que as forças que permeiam as relações dessa família -
e da própria experiência que os personagens exercem na história - não estão nos
diálogos ou ações, mas na representação deles como força social e de que
maneira cada uma dessas forças responde à sua própria condição de
enclausuramento.
O público interage com
os atores e é convidado a “mergulhar” nas sensações, mais do que na trama, para
conseguir se enxergar refletido nas paredes do aquário/porão e perceber
experiências singulares. A situação se instaura como clima e terreno fértil para
o imprevisível, sem texto de apoio e nem a segurança de um começo, meio e fim.
CONCEITO
DE DRAMATURGIA EM “O AQUÁRIO”
De acordo com a equipe
de produção não há curva dramatúrgica estabelecida sobre bases fabulares. O que
há é uma fenda profunda a cada apresentação que também é entendida como uma
fissura por onde brotam estímulos, contatos, silêncios, narrações,
metalinguagem, performances, catarses e erros. A angústia do desamparo dos
personagens é a mesma dos atores. A aflição de não ter saída e de precisar
manter-se digno de existir e ser visto pelo mundo, também. A lógica narrativa
é, como se classifica em roteiros de cinema, de segundo/terceiro campo (típica
do cinema europeu, ou de filmes "de arte"): importa menos “o que” as
personagens fazem, e mais “quem” elas são. Não há protagonismo, mas quatro
forças correndo simultaneamente em diferentes níveis de consciência; não há
compromisso com o final ou com alguma moral da história.
SINOPSE
Uma família de classe
média sem dinheiro simula uma viagem de férias para as ilhas Fiji e espalha a
notícia aos quatro ventos. No dia da partida, o pai, Constantin, se tranca no
porão da própria casa ao lado da esposa e dos três filhos em nome da manutenção
da mentira. A fábula contemporânea evidencia o narcisismo patológico no qual a
sociedade contemporânea mergulha.
SOBRE APRESENTAÇÃO DO
COMPROVANTE DE VACINA
Em todas as unidades do Sesc no estado de São Paulo é necessário
apresentar o comprovante de vacinação contra a Covid-19. A partir de 1⁰ de
dezembro, o acesso às unidades passa a ser realizado mediante comprovação de
duas doses da vacina ou da dose única, e um documento oficial com foto. O
público pode apresentar o comprovante de vacinação físico, recebido no ato da
vacinação, ou o comprovante digital, disponibilizado pelas plataformas VaciVida
e Conecte SUS, ou pelo aplicativo e-saúdeSP.
FICHA TÉCNICA
O AQUÁRIO - DE
CORNÉLIA DE PREUX
Tradução: Reto Melchior
Direção: Cássio Brasil
Elenco: Fabiana Gugli, Luiza Curvo, Robson Catalunha,
Luisa Micheletti
Iluminação: Pajeú
Montagem: Murillo Carraro
Produção executiva: Cicero de Andrade e Vivian Vineyard
Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro
Teatro do Sesc Santo Amaro
Rua Amador Bueno, 505, Santo Amaro, São Paulo
Quando: dias 4 e 5 de dezembro,
sábado e domingo
Horário: 20h e 18h, respectivamente
Classificação: 14 anos
Ingressos: R$ 40,00 (inteira); R$ 20,00 (estudantes, +60 anos e aposentados,
pessoas com deficiência e servidores da escola pública e Credencial Plena
válida: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculados no
Sesc e dependentes
Para mais informações e agendamentos, acesse:
https://centralrelacionamento.sescsp.org.br
https://inscricoes.sescsp.org.br
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