A pandemia da Covid-19 teve toda uma série de consequências inesperadas, algumas das quais, como níveis crescentes de sofrimento mental, merecem um melhor gerenciamento e, em alguns casos, atenção imediata.
No
Brasil, estamos finalmente começando a superar essa pandemia. Os casos estão
diminuindo significativamente, as vacinas estão em alta e muitas pessoas estão
cautelosamente começando a retomar algo como uma vida normal.
Mas
a pandemia deixou muitas pessoas com problemas de saúde que precisam de atenção
urgentemente, e esses problemas abrangem cuidados físicos de rotina e novos
desafios de saúde mental. Novas evidências mostram que em cada cinco
sobreviventes da Covid, um é diagnosticado com um problema de saúde mental três
meses após o diagnóstico.
Isso
significa que os problemas de saúde mental são duas vezes mais comuns entre os
sobreviventes de Covid-19 do que na população em geral.
Ansiedade
e insônia são dois dos diagnósticos mais comuns. Não é surpreendente, já que
alguns desses sobreviventes chegaram perigosamente perto da morte. Outros podem
ter perdido familiares ou amigos devido à doença. E, ainda, alguns ainda lutam
com sintomas persistentes, como a perda de paladar e/ou cheiro.
A
pandemia e a tecnologia como aliada para as doenças mentais
Milhões
de pessoas perderam empregos ou sofreram uma queda na renda, o que as coloca em
maior risco de doenças mentais. Segundo pesquisas, os problemas com o uso de
diversas substâncias (entre elas o álcool) estão aumentando.
O
acesso aos cuidados de saúde mental já é um grande problema de saúde pública
neste País, pois a maioria dos indivíduos com doenças mentais não recebem
nenhum tratamento. E, infelizmente, o estigma ainda impede muitas pessoas de
buscar ajuda para problemas de saúde mental.
Se
milhões de pessoas a mais precisam de ajuda hoje, seja porque sobreviveram à
Covid e continuam batalhando pela recuperação, perderam o emprego ou
simplesmente lutaram contra o isolamento social, nosso sistema de saúde pode se
esforçar para atender às necessidades da nossa população.
A
telemedicina e a telepsicologia hoje são uma realidade para ajudar a manter os
cuidados com os pacientes durante e pós-pandemia.
Dado
o nível de necessidade pós-pandemia, os profissionais devem continuar a usar
ferramentas de tecnologia para acompanhar a demanda, visto que elas podem
ajudar os pacientes que vivem em áreas rurais ou que simplesmente moram longe
da ajuda especializada de que precisam, tendo, assim, acesso aos cuidados
necessários com urgência.
Essas
ferramentas permitem que os profissionais de saúde possam monitorar os
pacientes entre as consultas, identificando os problemas antes que se tornem
graves. A tecnologia tem desempenhado um papel importante para garantir que
todos os pacientes que precisam de cuidados possam acessá-los.
Os
bloqueios e o isolamento associados à falta de contato pessoal face a face e a
sensação de perder eventos importantes da vida alimentaram questões como
solidão, ansiedade, depressão e abuso de substâncias, especialmente em grupos
vulneráveis. Embora tais desafios estejam agora sendo discutidos abertamente,
com reduções notáveis nos níveis de estigma em alguns países, a ação para
implantar soluções não tem recebido o mesmo nível de atenção globalmente.
Obviamente,
a maioria dos sistemas de saúde e cuidados ainda está totalmente concentrada em
tentar controlar ondas de infecções pela Covid-19 e todos os cuidados e
hospitalizações concomitantes que se seguem, portanto, isso não é
surpreendente.
No
entanto, isso não desculpa a falta de urgência para encontrar soluções para uma
crise iminente.
Dicas
para gerenciar suas emoções e ansiedade
-
Eduque-se para reconhecer sintomas da sua ansiedade e como lidar com eles, caso
sinta algum no trabalho;
-
Faça listas de trabalho e agende tempo suficiente para concluir cada tarefa;
-
Antecipe os problemas de trabalho para evitá-los;
-
Peça ajuda se você estiver sentindo-se sobrecarregado;
-
Organize seu ambiente de trabalho;
-
Evite colegas de trabalho tóxicos;
-
Faça pausas com alguns minutos de respiração profunda, isso pode ajudar a
clarear as ideias;
-
Defina limites, procure não trazer trabalho para casa;
- Reserve um momento para comemorar seu bom desempenho
antes de passar para a próximo atividade.
Rosangela Sampaio - psicóloga (CRP06/130574)
especializada em Psicologia Clínica e Positiva, atua com mentorias para o público feminino no projeto
“Mulheres em Flow”, apresenta um programa semanal com o mesmo nome, é
palestrante e escritora. Dentre suas obras estão “Sem Medo do Batom Vermelho” e
“Mulheres Invisíveis”. Saiba mais em @rosangelasampaiooficial
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