Dezembro Laranja alerta sobre os cuidados necessários para a prevenção da doença.
O câncer de pele
tipo não melanoma é o mais frequente na população brasileira, correspondendo a
95% dos tumores malignos de pele e 30% do total dos casos de câncer. A
estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é de 175 mil novos casos a
cada ano.
Esse tipo de câncer de pele é menos letal que o melanoma, mas no local
acometido pode causar destruição ao longo dos meses/anos. Seus subtipos mais comuns
são os carcinomas basocelular e espinocelular.
De acordo com o dermatologista e cirurgião de Mohs, Dr. Felipe Cerci,
autor/co-autor de 48 artigos científicos, a maioria deles sobre carcinoma
basocelular e cirurgia micrográfica de Mohs, essa técnica é um método de
tratamento extremamente eficaz e indicado para casos no rosto. "O
procedimento menos invasivo é capaz de retirar completamente as raízes do
câncer de pele e preservar ao máximo a pele sadia. Isso é possível pois o
cirurgião faz uma análise das margens cirúrgicas no microscópio imediatamente
após remoção da lesão", afirmou.
A preservação da pele sadia proporciona ao paciente menor cicatriz e, em muitos
casos, é importante para questões funcionais. Por exemplo, a remoção
desnecessária de pele devido a um câncer nas pálpebras ou no nariz pode levar a
prejuízos na visão e na respiração.
Por essas razões, essas áreas consideradas "nobres" têm indicação da
cirurgia de Mohs como tratamento. "São localizadas na face e têm
importância estética e funcional. Estamos falando do nariz, pálpebras, orelhas
e na região ao redor da boca", explicou.
Diversos estudos apontam a segurança e a eficácia da cirurgia de Mohs.
"Quando realizada sob anestesia local, conforme preconizado pela Academia
Americana de Dermatologia e Colégio Americano de Cirurgia de Mohs, os índices
de complicação são extremamente baixos (0,72%), inclusive casos de infecção da
ferida cirúrgica, representando um total de apenas 0,39% dos casos",
afirma o especialista.
A cirurgia de Mohs é indicada principalmente para os carcinomas basocelulares e
espinocelulares localizados na face. Entretanto, outros tumores mais raros como
dermatofibrosarcoma protuberans, carcinoma anexial microcístico, carcinoma
sebáceo e fibroxantoma atípico também podem ser tratados com a técnica.
Um estudo americano realizado com pacientes submetidos à cirurgia de Mohs
demonstrou que 97% dos pacientes ficaram satisfeitos com o procedimento e que,
se necessário, se submeteriam novamente a ele.
É importante ressaltar que grande parte dos carcinomas não são localizados na
face e, por isso, não têm indicação de cirurgia de Mohs e podem ser
adequadamente tratados com cirurgia convencional, curetagem (similar a uma
raspagem) e eletrocauterização, entre outros tratamentos.
PREVENÇÃO - Alguns cuidados são essenciais para evitar a ocorrência do
câncer de pele, confira algumas dicas essenciais para o verão:
- Utilize filtro solar de alta proteção em todas as áreas expostas ao sol;
- Escolha se expor ao sol antes das 10 horas e após às 16h;
- Use sempre óculos escuros;
- Acessórios como chapéus e bonés são fundamentais.
Referências:
- Mohs micrographic surgery: a review of indications, technique, outcomes,
and considerations.
Bittner GC, Cerci FB, Kubo EM, Tolkachjov SN. An Bras Dermatol. 2021
May-Jun;96(3):263-277.
- Patient Outcomes and Satisfaction After Mohs Micrographic Surgery in
Patients With Nonmelanoma Skin Cancer. Erica B Lee, Aubree Ford, Dillon Clarey,
Ashley Wysong, Adam V Sutton. Dermatol Surg. 2021 Sep 1;47(9):1190-1194.
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