O
controle da distonia cervical envolve diferentes tratamentos e pode trazer mais
qualidade de vida ao paciente
Setembro é o mês
mundial de conscientização da Distonia, uma doença neurológica caracterizada
por movimentos e contrações involuntárias que podem afetar qualquer parte do
corpo, como mãos, pescoço, cabeça, cordas vocais e olhos¹. Os pacientes que
apresentam essa condição têm dificuldade na realização de tarefas cotidianas,
pois a Distonia Cervical vem acompanhada de dores, deformação de membro afetado
e incapacidade funcional¹.
A Distonia Cervical
pode ser idiopática, ou seja, tem a origem indeterminada, fazendo parte da
genética do paciente ou pode estar associada a traumas, outras doenças
neurológicas e uso de alguns medicamentos1.
Segundo a Dra. Monique
Venturi, neurologista e neurofisiologista, os casos de Distonia são
desafiadores, tanto para a equipe multiprofissional como para o paciente.
"Em muitas situações, notam-se prejuízos sociais e emocionais, por isso a
reabilitação precisa ser valorizada. Com diferentes técnicas e medicamentos,
conseguimos proporcionar melhor qualidade de vida, independência e
funcionalidade para esses pacientes", esclarece.
Para Nilde Soares, de
50 anos e fundadora do Instituto Distonia Saúde, o diagnóstico de Distonia
aconteceu em 2011, mas os sintomas se iniciaram antes, quando ela estava com 40
anos. Curiosamente, o primeiro alerta foi feito por um colega de trabalho
durante uma reunião. "Ele percebeu movimentos involuntários no meu rosto,
mas só percebi quando fui me olhar no espelho", conta.
Depois desse alerta
recebido por um colega, Nilde procurou ajuda médica. Neste momento, disseram a
ela que os espasmos poderiam ser uma crise de ansiedade, e recomendaram uma
consulta com um psiquiatra. A partir daí, Nilde seguiu a jornada de muitos
pacientes: passou quatro anos em busca do diagnóstico correto para o seu caso.
"Passei por sete neurologistas até identificarem a Distonia Cervical. No
meu caso, comecei com movimentos involuntários leves, como caretas que passavam
despercebidas, lembrando tique nervosos, mas essas contrações musculares
intensificaram-se ao longo dos anos e se tornaram incontroláveis, provocando
fortes dores", relata.
Além de acompanhamento
com uma equipe multidisciplinar, com fonoaudióloga e fisioterapeuta, o tratamento
de reabilitação da Nilde inclui aplicações de Toxina Botulínica A (TBA),
indicadas para o controle dos espasmos e da dor. "Hoje aprendi a lidar com
a Distonia, e a importância de seguir o tratamento recomendado pelo médico. O
apoio do meu marido também foi essencial nesse processo", conclui.
Caso você apresente
alguns dos sintomas, como por exemplo, espasmos musculares, posições anormais e
movimentos involuntários na cabeça e no pescoço, procure um médico neurologista
ou vá à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência.
Gratidão por ajudar a divulgar a distonia do Brasil, aqui temos o dia 06 de maio como sendo o dia da Conscientização da Distonia.
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