Quase dois anos após o início da pandemia um dos setores mais impactados em todo o mundo foi a educação. Diversos países avançaram no estudo sobre os impactos do momento nos modelos de ensino aplicados até então. Após esse tempo de observação, ensaiaram e já executam um plano sistemático para preservar o aprendizado em todas as faixas de ensino, mas, sobretudo, para enfrentar os problemas que o fechamento repentino de escolas e universidades expôs.
Enquanto o
mundo se pergunta o que a pandemia revela sobre os sistemas educacionais
aplicados, no Brasil, o debate segue atrasado e ainda permanece nos rudimentos
da polêmica sobre a reabertura ou não das escolas e universidades. Enquanto
outros países se reorganizam de forma estruturada para conceber novas
alternativas para educação, no Brasil, ainda não está clara uma política
nacional que priorize o futuro da educação no cenário pandêmico.
Nos Estados
Unidos por exemplo, como dirigente há mais de 10 anos da universidade totalmente
americana e online ‘Ambra University’, observamos que a pandemia expôs as
lacunas e discrepâncias do investimento em tecnologias da educação e busca por
sistema de ensino alternativo. A ruptura repentina do sistema presencial de
ensino escancarou a inércia geral de gestores públicos na busca por compreender
os benefícios do sistema remoto de ensino como alternativa.
No Brasil, o
mesmo efeito foi claramente sentido. Falta de investimentos em internet banda
larga nas escolas, ausência de capacitação de professores para uso de
tecnologias e ferramentas digitais, inexistência de um plano alternativo ao
modelo presencial de ensino, e tantos outros gargalos expostos pela pandemia
seguem colocando a educação no país à deriva. Um cenário que sem coordenação nacional,
já amarga quase dois anos da paralização do modelo presencial de ensino sem
qualquer aceno de gestão para uma solução no curto ou médio prazo.
Sem aprender
com a pandemia e olhar para o futuro, o Brasil segue alterando o pouco que se
previu para o modelo alternativo de educação remota – a EAD no país
(regulamentada há 14 anos, mas com poucos avanços concretos no sistema de
gestão da educação brasileiro). Na última quarta-feira, 4, foi publicada Medida
Provisória retirando prazo para que o governo federal repasse R$3,5 bilhões
para fornecimento de internet gratuita às escolas brasileiras.
Em outro
movimento recente, também foi vetado projeto que previa a aplicação do dinheiro
do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para garantir,
até 2024, internet banda larga em todas as escolas brasileiras. O Fust foi
criado em 2000 com o objetivo de universalizar, e tornar acessíveis, serviços
de comunicação (internet, telefonia, rádio e TV), especialmente para a
população de baixa renda.
Enquanto isso,
aumenta a judicialização para retorno às aulas presenciais nos estados
brasileiros. Cada ente da federação busca isoladamente por alternativas para
manter o sistema de ensino o que aumenta ainda mais a desigualdade no país com
relação ao acesso à educação no país. Um cenário que exige
urgentemente a elaboração de um plano nacional para
preservação do ensino do nível básico ao superior. Ou o Brasil se inspira nas
estratégias que vem sendo adotadas em outros países do mundo no tocante à educação,
ou seguiremos na retaguarda à espera de que o modelo presencial de ensino
retorne nos moldes anteriores à pandemia.
O que o mundo
já viu e que o Brasil precisa ver é que o ensino virtual e o uso de tecnologias
para educação são fenômenos irreversíveis e que não haverá futuro próximo com
prioridade de investimentos para o ensino totalmente presencial. É preciso
avançar em direção ao futuro. Os dados de conectividade e adesão ao mundo
digital são indícios fortes de que as pessoas não abandonarão os benefícios de
uma aprendizagem remota e de qualidade.
A história
mostrará se escolhemos permanecer à deriva ou se ajustamos o prumo e avançamos
com o mundo para uma educação híbrida, integrada, conectada e totalmente capaz
de preservar a aprendizagem.
Alfredo Freitas - pós-graduado em ‘Project
Management’ pela Sheridan College no Canadá, graduado em Engenharia de Controle
e Automação e Mestre em Ciências, Automação e Sistemas, pela Universidade de
Brasília. O renomado profissional tem mais de 15 anos de experiência em
Tecnologia e Educação. É atualmente Diretor de Educação e Tecnologia da Ambra
University. A Universidade americana é credenciada e tem cursos reconhecidos
pelo Florida Department of Education (Departamento de Educação da Flórida) sob
o registro CIE-4001. Além disso, a universidade conta com histórico de
revalidação de diplomas no Brasil.
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