Na próxima quarta-feira (15), celebraremos o Dia do Cliente.
A data busca homenagear o público consumidor que fortalece o comércio
brasileiro e, consequentemente, fomenta a economia do país. Neste ano, faço um
apelo para que os empreendedores valorizem, ainda mais, essa comemoração.
No início de agosto, o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuou
0,1% no segundo semestre de 2021. Quando comparamos aos primeiros três meses do
ano, verificamos que o nosso percentual econômico perdeu fôlego com os novos
dados.
Entretanto, nesse contexto, o comércio se mostrou um dos
destaques da avaliação, avançando 0,5% na composição do PIB. O setor de
serviços também não ficou para trás: acumulou, de forma positiva, 0,7%. Diante
da retomada de muitas atividades, com o alívio das medidas de contenção da
Covid-19, vemos que o país busca a reconstrução do consumo.
Os resultados não são os melhores já vistos na história,
todavia, quando analisamos o cenário em que estamos, é necessário comemorar as
pequenas vitórias que obtemos. Não podemos ignorar os fatores externos que,
atualmente, prejudicam o crescimento da economia brasileira. Sabe-se que, além
da pandemia, o consumo de energia, por exemplo, está acompanhando a nossa
retomada.
Com a crise hídrica, que trouxe o acionamento das
termelétricas, acrescida da crise sanitária mundial, temos um impacto
significativo no desenvolvimento do consumo no país, o que puxa o valor do PIB
para baixo de uma forma considerável. Essas variantes moldam os resultados que
temos, assim como o desemprego elevado e a alta da inflação.
Mesmo diante dessa realidade, vemos que inúmeros setores
buscam sobressair à crise. Para exemplificar, pode-se verificar que a busca
pela modernização se tornou uma estratégia inteligente para motivar o aumento
do consumo no país. Dentro da Alimentação Fora do Lar, observamos o crescimento
da automação dos processos, como a implementação de deliverys mais completos.
Já na hotelaria, é indiscutível o tanto de mudanças que
tivemos desde a chegada do coronavírus ao país. Hotéis e similares adotaram
medidas sanitárias para manter a atividade dos estabelecimentos, especialmente
no que diz respeito aos serviços fixos, como o buffet. Foi necessária uma
adaptação à situação que estamos, o que trouxe soluções inteligentes para que o
café da manhã, que é muito conhecido nas hospedagens, não fosse afetado.
Em um espectro mais amplo, a modernização também está
presente. De acordo com a pesquisa "O impacto da pandemia do coronavírus
nos pequenos negócios", realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas
(FGV), 85% das empresas turísticas brasileiras se digitalizaram no último ano.
Nos setores gerais do comércio e serviços, essa mudança
ocorreu em 67% dos negócios do país, sendo o WhatsApp, Instagram e Facebook as
plataformas mais procuradas para esse processo, respectivamente. A situação do
nosso setor é preocupante e, talvez, por essa razão, o turismo atingiu uma
média geral superior aos demais avaliados, o que coloca o segmento na liderança
dos setores que mais digitalizaram suas operações para atravessar a crise
econômica do país.
Desde o ano passado, estamos sofrendo perdas progressivas
com a redução de circulação de turistas no país. Diante desse cenário, foi
necessário inovar. Por essa razão, estudamos formas de minimizar os prejuízos
e, assim, a digitalização surgiu como uma forte aliada para muitos negócios.
Claro que, sem o nosso público, nada disso seria possível.
Vimos que a maioria soube se adaptar às mudanças realizadas e isso é positivo.
Por essa razão, reforço a importância de celebrar o Dia do Cliente. Nós,
empresários, trabalhamos para oferecer os melhores negócios. Nisso, surgem
serviços e produtos de excelência, que fazem diferença no mercado. Mas a
verdade é que sem os nossos clientes, nada disso seria possível.
Alexandre Sampaio - Presidente da Federação Brasileira de
Hospedagem e Alimentação (FBHA).
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