Covid-19 e outras
doenças chegam até nós como consequência da degradação ambientalTomáš Dohnal (Pixabay)
O Dia da Amazônia é
celebrado em 5 de setembro por ser a data de criação da província do Amazonas,
por Dom Pedro II em 1850. A data busca chamar atenção para o bioma que é a
maior floresta tropical do mundo, reforçando a necessidade de sua preservação e
do uso sustentável das matérias primas que a floresta propicia. O assunto é de
extrema importância, não só pela vida dos seres vivos que ali habitam, mas
também para a saúde ambiental do planeta e do ser humano.
A degradação ambiental
ocorre há anos, e cada vez mais vemos de perto como esse descaso com as
florestas interfere diretamente na vida da população. Estudos científicos já
atestaram que o desmatamento gera uma cadeia de acontecimentos complexos,
criando meios para que diferentes patógenos mortais se espalhem entre os
humanos. Doença de Lyme e a malária, por exemplo, surgiram a partir daí.
São 40 mil espécies de
plantas, milhões de insetos e 400 mamíferos que estima-se ter na Amazônia,
floresta que ocupa sete milhões de quilômetros quadrados e faz parte de nove
países da América do Sul. O especialista em Gestão de Resíduos Sólidos e
fundador da Oceano Resíduos, Rafael Zarvos, alerta a necessidade das pessoas
entenderem que desmatamento e doenças estão relacionados.
"Infelizmente,
somos a única espécie capaz de destruir e de ameaçar a nossa própria
sobrevivência. A forma como a sociedade está transformando o meio ambiente e
reduzindo os habitats naturais, faz com que animais silvestres e seres humanos
se aproximem. Isso potencializa o risco de transmissão de variados patógenos da
espécie deles para a nossa", explica Zarvos.
Doenças como a zika,
que somada a dengue e chikungunya contabilizaram um aumento de 248% do número
de casos no ano de 2019, é exemplo de enfermidade que veio da cena rural para a
urbana pelo avanço do desmatamento em áreas florestais. "A destruição
da natureza coloca em risco a nossa própria existência. O coronavírus, por exemplo,
responsável pela pandemia que vivemos, é fruto do contato de humanos com
morcegos", destaca Rafael.
Em relatório da
Organização das Nações Unidas (ONU), é possível ver que a cada quatro meses o
ser humano tem uma infecção originária de problemas relacionados ao meio
ambiente, e que 75% das doenças são de origem animal. O consumo de carne crua
de animais silvestres, o desmatamento, as mudanças climáticas e o tráfico
ilegal de animais silvestres são fatores que contribuem para facilitar o
contágio de seres humanos por patógenos que vivem na natureza e nas espécies
que ali habitam.
"Cientistas
especulam que o vírus que desencadeará a próxima pandemia já está em
circulação, é só uma questão de tempo até sermos atingidos. Isso prova que está
mais do que na hora de prestarmos atenção no consumo de produtos, além de
pequenos hábitos do dia a dia que podem ser cruciais para ajudar o meio
ambiente e a nós mesmos", finaliza o especialista.
Oceano
Nenhum comentário:
Postar um comentário